terça-feira, 16 de outubro de 2018

Cientistas alertam: é preciso reduzir o uso de carnes na dieta

Cientistas alertam: é preciso reduzir o uso de carnes na dieta
Por Amelia Gonzalez
12/10/2018 12h20  Atualizado há 4 dias

Barcos no lago Poopo, na Bolívia, região afetada pelas mudanças climáticas — Foto: Reuters/David Mercado

Barcos no lago Poopo, na Bolívia, região afetada pelas mudanças climáticas — Foto: Reuters/David Mercado


Um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) não é apenas um conjunto de dados frios que vêm sendo publicados periodicamente para alertar o mundo sobre os efeitos do aquecimento global. Mais do que isso, a publicação deste estudo, feito por cientistas que trabalham voluntariamente, consegue inaugurar uma espécie de onda de reflexões a respeito do clima, o que é sempre muito bem-vindo. Instituições e pessoas físicas que ainda resistem a conectar o plano de desenvolvimento sob o qual estamos imersos aos eventos extremos que têm causado mortes e danos materiais, sempre que o IPCC lança seu relatório, começam a coçar a cabeça e a perceber que algo precisa ser feito, de verdade.


Começamos a semana com o lançamento do último relatório do IPCCque, infelizmente, aqui no Brasil, teve uma repercussão abaixo do que eu esperava. Entende-se: estamos imersos em outras reflexões, vivendo um clima eleitoral que já tem esquentado as discussões.


Mas, mundo afora, os estudos dos cientistas foram parar, por exemplo, na mesa de reunião da União Nacional dos Agricultores da Grã-Bretanha. Responsável por pelo menos 20% das emissões de carbono, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), a agricultura agora percebe que ela também pode ser impactada. As safras deste ano no Reino Unido foram severamente atingidas pelo frio mais severo e a pior seca do verão desde 1976.


Assim sendo, e diante da situação iminente de que os consumidores passem a diminuir o uso da carne vermelha (vou falar mais abaixo sobre isto), a ideia dos agricultores é de se organizarem para lançar mão de tecnologias que possibilitem a redução da pegada de carbono da agricultura. Criariam uma espécie de "vaca diet". Mais parece aquele aluno que não fez os deveres nem estudou o ano todo e, no dia anterior à prova, corre para tentar recuperar tudo em 24 horas.


Bem, mas segundo o "The Guardian", entre as possíveis correções tecnológicas mencionadas pelos agricultores, estão os maiores usos de satélites e robótica para aumentar a quantidade de matéria orgânica absorvente de carbono no solo e, assim, ajudar a criar novos rebanhos que emitem menos metano.

É incrível imaginar isso mas, sim, há vacas cujos gases que emitem são menos perigosos do que outras. Se as vacas que – desculpem o termo, leitores, mas não me resta outro – soltam puns menos letais forem criadas umas com as outras, acreditam os agricultores, o problema estaria resolvido. Pesquisadores de outros países também estão ajudando, segundo ainda a reportagem do jornal britânico. Eles estariam criando uma ração diferente para dar menos gases no gado.

De novo: tais iniciativas podem ser consideradas por ambientalistas mais radicais como "mudar para continuar tudo do jeito que está". O problema é maior do que os metanos produzidos pelas vacas, e é só dedicar um tempo maior na leitura do relatório para se perceber isto.

O vice-presidente na União dos Agricultores, Guy Smith, está se adiantando ao Relatório do Uso da Terra que vai ser lançado no ano que vem pelo IPCC, e que poderá trazer notícias mais preocupantes para os cidadãos comuns e para o setor que ele ajuda a organizar. Mas não, ele não quer saber de reduzir terras produtivas na Grã-Bretanha e usa, para isso, o exemplo do Brasil e da Argentina, "onde as safras e a carne bovina são produzidas em condições bem mais destrutivas do ponto de vista ambiental, o que leva a uma pegada de carbono muito maior".

Desta forma, deixou de focar no tema principal do relatório do IPCC deste ano, que imprime uma urgência em mudanças radicais na produção e no consumo.

Pensando, de fato, em propor mudanças, outra equipe de pesquisadores se dedicou a estudar o consumo da carne pelos cidadãos comuns e divulgou o resultado de seu relatório na revista "Nature". Sob o animador título: "Opções para manter o sistema alimentar dentro dos limites do meio ambiente", mais de 20 estudiosos se debruçaram sobre dados e concluíram, de cara, que o consumo de carne bovina precisa cair 90% e ser substituído por mais grãos e leguminosas.


"Alimentar uma população mundial de 10 bilhões de pessoas é possível, mas apenas se mudarmos a maneira como comemos e a maneira como produzimos alimentos". As opções são duas, segundo disse o professor Johan Rockström, do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático na Alemanha, que fez parte da equipe de pesquisa, à reportagem do "The Guardian": "Esverdear o setor de alimentos ou comer o nosso planeta."

Rockström ficou verdadeiramente impactado com o resultado dos estudos dos quais participou e que apontam para uma necessidade de que as pessoas – aquelas que estão foram dos 860 milhões de famintos do mundo, é preciso dizer – mudem completamente suas dietas básicas. Saem carnes e ovos, entram outros produtos que causam menos impacto ao meio ambiente. E ele também acredita que soluções tecnológicas mágicas (como imagina Guy, da agricultura do Reino Unido) não vão resolver o problema.


Já que nosso país foi citado, sinto-me à vontade para sugerir que entrem em contato com o Atlas do Agronegócio feito por estudiosos de duas Fundações internacionais (a Heinrich Boll e a Rosa Luxemburgo) e lançado aqui no Brasil há um mês. Além de terem levantando sérias questões sobre o uso abusivo e pouco respeitoso das terras para plantar alimentos, eles também levantam alternativas bem viáveis, longe da necessidade de se empregar mais dinheiro em máquinas, que podem ajudar na questão.

De quebra, levaram Bela Gil para o debate no dia do lançamento do Atlas. E a chef de cozinha, como sabemos nós, que acompanhamos sua produção em livros e na televisão, sabe indicar alternativas bem viáveis para o uso da carne no dia a dia. Vai dar mais trabalho, porque sair do hábito exige sempre mais energia. Mas também há de ser mais saudável e prazeroso. Mundo afora há outras pessoas dedicadas a tornar menos impactante nosso ato de comer.

Como eu disse no início deste texto, os relatórios do IPCC são sempre bem-vindos porque provocam uma boa tsunami de debates e reflexões. Pena que o Brasil está em dias de se dedicar a outros pensamentos. Mas não seria demais sonhar com a possibilidade de que este tema, tão crucial para a sobrevivência da humanidade no planeta, estivesse à frente. Que se cobrasse dos candidatos a ocupar a cadeira de presidente nos próximos quatro anos um plano vigoroso para encabeçarmos – eu disse que era sonho – uma mudança radical em hábitos de produção e consumo que pudesse vir a ser exemplo mundial, seguido por várias nações.

Diverse wild species vital for healthy agricultural production

Diverse wild species vital for healthy agricultural production

Photo by Pexels
 
World Food Day on 16 October reminds us that 821 million people in the world are undernourished and that sustainable agriculture requires mainstreaming of biodiversity.

Farmers across the world are facing difficult times. Unpredictable weather patterns make it difficult to know exactly when to plant and when to harvest crops. Big commercial farmers are also coming under fire for “monoculture” – the cultivation of a single crop over vast areas, often using harmful pesticides, which can drastically reduce the variety of plants, insects and animals across a landscape.
For land to be productive and agriculturally sustainable in the longer term, maintaining and supporting its natural biodiversity is important. UN Environment and partners are working to promote the latest science and best practices in sustainable agriculture, in line with the 2030 Sustainable Development Agenda.
“It’s vital that we extend our knowledge of how plants, insects and animals interact so that agriculture can produce enough food for everyone in a sustainable way. Protecting our biodiversity is an important part of the equation,” says UN Environment biodiversity expert Marieta Sakalian.
For too long, biodiversity on agricultural land has been undervalued or neglected. The diversity of crops and livestock, including their wild relatives, sustain production systems, provide nutrition and enable adaptation to climate change. For example, without a diverse range of pollinators – a vast array of insects and animals – crop production would decline quickly.

UN Environment has been working with the Global Environment Facility (GEF) and other partners for 17 years on projects designed to support and mainstream agricultural biodiversity in agriculture production sectors. 

One project arising from this collaboration, The Conservation and Sustainable Use of Cultivated and Wild Tropical Fruit Diversity project, documented the diversity of four globally important fruits and their wild relatives, and associated knowledge. The book published through the project, Tropical Fruit Tree Diversity: Good practices for in situ and on-farm conservation, reviews the status, potential threats and new opportunities in the conservation of tropical fruit diversity. It was written for both researchers and farmers to help them identify and fill knowledge gaps in tropical fruit tree research. 

A UN Environment publication summarizing this and other projects and tools – titled Mainstreaming Biodiversity in Production Landscapes – is to be launched at the next meeting of the Convention on Biological Diversity in Egypt in November 2018.

“Production landscapes” are areas where humans grow crops, breed livestock, or manage forests, but where biodiversity has been undervalued or neglected for too long.
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Photo by NPS Photo/ Junelle Lawry
Integrating biodiversity conservation into best practices
The publication focuses on different components of agricultural biodiversity: crops and their wild relatives, domestic animals, wild plants, pollinators and soil biodiversity. All the projects highlighted in this publication sought to integrate biodiversity conservation into practices, strategies and policies in partner counties. 

For instance, The Conservation and Management of Pollinators for Sustainable Agriculture through an Ecosystem Approach project created a global knowledge base that integrates traditional and scientific knowledge on pollinators and pollination services. A Pollination Information Management System was developed to organize and deliver information on managing pollination services of key crops to farmers, farm advisers and land managers.

The Crop Wild Relatives project, on the other hand, created a global portal that provides access to national inventories and information on crop wild relatives at the global level. The portal includes results of the assessments of the distribution, conservation status and values of crop wild relatives. The assessments cover 36 priority genera. 

The importance of ensuring the conservation and sustainable use of biodiversity in production systems has been recognized as a part of the Convention on Biological Diversity’s Strategic Plan and the Aichi Biodiversity Targets, especially Target 7 (sustainable management of production systems) and Target 13 (maintenance of genetic diversity of crops, animals and other socio-economically important species).

Lastly, the Central Asia Fruit Tree Diversity project established 73 demonstration plots/matrix orchards and 59 nurseries for multiplication of local varieties of target fruit crops and promising forms of wild fruit species. Twelve of these demonstration plots have been established in forest sites to conserve in situ wild relatives of target species. These sites contain 436 local varieties of fruit crops and 117 promising forms of wild nut-bearing and fruit species. Over the last few years the nurseries have produced 1.5 million saplings of local fruit tree varieties to ensure their availability to farmers and others throughout Central Asia.

For more information, please contact Marieta Sakalian

Abundantes em iogurtes, leites fermentados e em alguns queijos, conheça as ‘bactérias do bem’, importantes no auxílio da manutenção da saúde


Abundantes em iogurtes, leites fermentados e em alguns queijos, conheça as ‘bactérias do bem’, importantes no auxílio da manutenção da saúde



Iogurte. Foto: Sindileite

Como auxiliar nosso corpo com as ‘bactérias do bem’

Por Adriano Vizotto
Quando o assunto é bactéria, nossos primeiros pensamentos são sujeira e doença. Isso porque, no geral, elas são vistas como vilãs e causadoras de moléstias. Porém, o que nem todos sabem é que no nosso corpo existem mais bactérias do que células e grande parte delas, as chamadas “bactérias do bem”, tem papel fundamental no processo de saúde e doença.
Essas bactérias encontram-se no nosso intestino e recebem o nome de flora ou microbiota intestinal. Atuam no processo de digestão, imunidade, funcionamento cerebral e até influenciam no ganho ou perda de peso, com consequentes benefícios para o nosso corpo.
“Entre os milhões de bactérias existentes na flora intestinal, existem as inofensivas, chamadas do bem, com baixa possibilidade de prejudicar a saúde, e outras que podem causar doenças, as denominadas do mal, mas que se encontram em pequeno número e permanecem controladas. Se a imunidade estiver prejudicada ou se ocorrer o uso de antibióticos de forma desnecessária, as bactérias do mal se proliferam e causam diversas enfermidades que podem ir desde problemas urinários, até infecções generalizadas, quando as bactérias se multiplicam na corrente sanguínea”, explica a Dra. Daniela Gomes, nutróloga do Hospital Albert Sabin.
Uma das principais formas pelas quais as bactérias benéficas podem exercer efeitos positivos está em alterar a microbiota intestinal. Isto pode ser feito através da introdução de novas espécies no trato gastrointestinal ou promovendo o crescimento de bactérias benéficas já existentes.
Suas maiores fontes estão nos leites fermentados, iogurtes, kefir, chucrute, alguns queijos e molho de soja fermentado. Também podem ser obtidas na forma de cápsulas, pó e soluções, os chamados probióticos.
Os benefícios dos probióticos, ou bactérias do bem, são combater e prevenir doenças intestinais, melhorar a digestão, aumentar a absorção de nutrientes como vitamina B, cálcio e ferro, fortalecer o sistema imunológico, impedir a proliferação de bactérias ruins, prevenir problemas como obesidade e alergia, entre muitos outros.
“É importante lembrar que, além do consumo de probióticos na forma de suplementos ou de alimentos ricos nessas bactérias, é de fundamental relevância para a saúde manter uma alimentação saudável, rica em fibras e nutrientes. Também é indispensável cultivar o hábito da atividade física regular e evitar o fumo e o excesso de álcool”, conclui a Dra. Daniela.

Colaboração de Adriano Vizotto, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/10/2018
"Abundantes em iogurtes, leites fermentados e em alguns queijos, conheça as ‘bactérias do bem’, importantes no auxílio da manutenção da saúde," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 16/10/2018, https://www.ecodebate.com.br/2018/10/16/abundantes-em-iogurtes-leites-fermentados-e-em-alguns-queijos-conheca-as-bacterias-do-bem-importantes-no-auxilio-da-manutencao-da-saude/.

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

More than just clean energy: wind and solar in the Sahara could increase rainfall in the Sahel

More than just clean energy: wind and solar in the Sahara could increase rainfall in the Sahel

Peter Thoeny/Visualhunt
 
New research indicates that large-scale wind and solar farms in the Sahara Desert could not only provide the world with all the energy it needs but also boost vegetation and improve livelihoods in adjacent drylands.

The idea of covering the entire Sahara Desert with a combination of solar and wind farms is not new, but it’s attractive: theoretically, you could supply enough green energy to easily meet current global electricity demand.

However, a new study indicates that such an installation could also increase rainfall and vegetation, creating a feedback loop which further greens the environment both of the Sahara and the adjacent Sahel, an impoverished dryland running from Senegal to Djibouti.

Modelling done by the study indicates that huge numbers of wind turbines and solar panels in the Sahara could lead to a local temperature increase and more than a twofold precipitation increase, especially in the Sahel, through increased surface friction and reduced albedo (the proportion of the incident light or radiation that is reflected by a surface): solar panels reflect less sunlight than Saharan sand, thus warming the land.  

Increases in vegetation further reduce surface albedo. Additionally, vegetation increases evaporation, surface friction, cloud cover, and consequently, precipitation. In previous studies, vegetation feedback has been overlooked.

Wind farms at scale also create more rainfall. Their blades “cause significant regional warming on near-surface air temperature… with greater changes in minimum temperature than maximum temperature,” says the study. “The greater night-time warming takes place because wind turbines can enhance the vertical mixing and bring down warmer air from above to the lower levels, especially during stable nights.”

The region most likely to benefit from such an installation, says the study, is the Sahel. “The most substantial precipitation increase occurs in the Sahel, with a magnitude of change between +200 to +500 mm/year, which is large enough to have major ecological, environmental and societal impacts,” says the study.
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Solar farm in Morocco. Photo by Mohamed Atani/UN Environment
“Massive investment in solar and wind generation [in the Sahara Desert] could promote economic development in the Sahel, one of the poorest regions in the world, as well as provide clean energy for desalination and provision of water for cities and food production,” the study adds.

The “Yes buts…”
The biggest obstacle to any large-scale renewables plan for the Sahara is political. There would have to be political buy-in from all parties concerned, including groups currently branded as terrorists.
Other issues that would also need careful consideration include the risk of sandstorms which could damage installations or impair their efficiency.

Maintenance of such a vast solar/wind system could be a huge challenge, and very costly if roads were to be built in the desert. How would you replace perhaps hundreds of faulty solar panels every day? Maybe teams using camels could be deployed? Perhaps new designs for solar panels would be needed to make them more biodegradable (panels are currently made of aluminium, which is very energy intensive to manufacture). 

On the plus side, perhaps solar panels could be designed to gather a teaspoonful of water condensation per panel. Nothing is impossible if the political will is there.
“With the world still set to fall well short of meeting even the most modest climate change targets as set out in the Paris Agreement, ambitious goals backed by rigorous science and international political will are the best hope of preventing us reaching a climate change tipping point where whatever we do will be too little, too late,” says Niklas Hagelberg, a UN Environment climate change specialist.
UN Environment is due to publish its latest Emissions Gap Report in November.
For further information, please contact Niklas Hagelberg

Um trabalhador morre a cada 30 segundos no mundo por exposição a produtos químicos tóxicos, diz ONU


Um trabalhador morre a cada 30 segundos no mundo por exposição a produtos químicos tóxicos, diz ONU


De acordo com a OIT, cerca de um trabalhador morre a cada 30 segundos no mundo devido a exposição a produtos químicos tóxicos, pesticidas, radiação e outras substâncias prejudiciais

Governos e empresas devem aumentar seus esforços para proteger trabalhadores, suas famílias e comunidades contra qualquer exposição a produtos químicos tóxicos, afirmou o relator especial da ONU sobre direitos humanos e substâncias e resíduos perigosos, Baskut Tuncak, no início de setembro (12). Segundo ele, a exposição de trabalhadores a químicos tóxicos deve ser considerada uma forma de exploração, bem como uma crise de saúde global.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de um trabalhador morre a cada 30 segundos no mundo devido a exposição a produtos químicos tóxicos, pesticidas, radiação e outras substâncias prejudiciais. Além disso, as cadeias de suprimento globais são frequentemente acusadas de não proteger trabalhadores de exposições tóxicas e por se recusarem a fornecer um tratamento eficaz para indivíduos que foram afetados de alguma maneira.

Jovem coloca pesticida em plantação. Foto: FAO
Jovem coloca pesticida em plantação. Foto: FAO

Governos e empresas devem aumentar seus esforços para proteger trabalhadores, suas famílias e comunidades contra qualquer exposição a produtos químicos tóxicos, afirmou o relator especial da ONU sobre direitos humanos e substâncias e resíduos perigosos, Baskut Tuncak, no início de setembro (12). Segundo ele, a exposição de trabalhadores a químicos tóxicos deve ser considerada uma forma de exploração, bem como uma crise de saúde global.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de um trabalhador morre a cada 30 segundos no mundo devido a exposição a produtos químicos tóxicos, pesticidas, radiação e outras substâncias prejudiciais. Além disso, as cadeias de suprimento globais são frequentemente acusadas de não proteger trabalhadores de exposições tóxicas e por se recusarem a fornecer um tratamento eficaz para indivíduos que foram afetados de alguma maneira.
“Os direitos dos trabalhadores são direitos humanos. Ninguém deve ter seus direitos humanos básicos – incluindo os direitos à vida e à saúde – negados por causa do trabalho que realiza”, disse Tuncak.
“Governos e empresas têm o dever e a responsabilidade de respeitar, proteger e cumprir os direitos dos trabalhadores”, completou o relator especial.
O especialista da ONU acrescentou ainda que os grupos que mais sofrem com a exposição são aqueles em situação de vulnerabilidade social, como crianças, mulheres, trabalhadores migrantes, idosos, pessoas com deficiência e pessoas pobres.
“A insegurança econômica desses trabalhadores é frequentemente explorada”, observou.
Segundo Tuncak, trabalhadores migrantes irregulares ou sem documentos estão em risco extremo de serem explorados por empregadores que buscam colher os benefícios da concorrência desleal. “Movimentos clandestinos, tráfico humano e escravidão moderna coincidem frequentemente com a exposição de trabalhadores migrantes a substâncias tóxicas”.
Em seu relatório, Tuncak examina a situação dos trabalhadores expostos a substâncias tóxicas em todo o mundo. Ele propõe 15 princípios destinados a ajudar Estados, empresas e outras instituições a respeitar e proteger os trabalhadores contra exposições tóxicas dentro e ao redor do local de trabalho. O relatório aborda também soluções para violações de direitos humanos relacionadas ao tema.
Para acessar o relatório, no formato DOCX, clique no link.
https://www.ohchr.org/Documents/Issues/ToxicWastes/A_HRC_39_48_EN.DOCX

Da ONU Brasil, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/10/2018
"Um trabalhador morre a cada 30 segundos no mundo por exposição a produtos químicos tóxicos, diz ONU," in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/10/2018, https://www.ecodebate.com.br/2018/10/15/um-trabalhador-morre-a-cada-30-segundos-no-mundo-por-exposicao-a-produtos-quimicos-toxicos-diz-onu/.

[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

El País (Espanha) – El agua necesita un plan

El País (Espanha) – El agua necesita un plan


TIZIANA TROTTA

Estocolmo

14/10/2018

Limitarse a abordar los retos de agua y saneamiento en el interior de las fronteras nacionales lastra el progreso hacia una solución, lamenta Amina J. Mohammed, vicesecretaria general de Naciones Unidas. Esta tendencia, sin embargo, es cada vez más común. “Es una dirección completamente equivocada y ha llegado el momento de reaccionar”, explicaba desde la Semana Mundial del Agua, que se celebró a finales de agosto en Estocolmo. Mejor uso de las inversiones, compromiso político y ampliar los horizontes más allá de las soluciones técnicas son algunas de las claves que la experta nigeriana propone para responder ante esta situación.

“El problema del agua es realmente global. Las consecuencias de la escasez, por ejemplo, son las mismas en California y en Sudáfrica. No hay distinción entre Norte y Sur. Se necesita mejor coordinación a escala internacional, pero también entre distintos actores en cada país”, asegura. “Hay que considerar las cuestiones de agua como un punto de partida para abordar a la vez todos los otros Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS). Se dice a menudo que necesitamos mejores políticas, pero creo que ya las tenemos. Ahora hay que ponerlas en práctica. Necesitamos un plan”. Y para que funcione, los inversores tienen que tener claro que gastar en agua conlleva beneficios económicos y se refleja en el producto interior bruto del país en su conjunto.

Mohammed cree que no todo se resuelve en una cuestión de incremento de recursos económicos. “Los fondos siempre han sido un problema, pero nunca lo han sido tanto como en la actualidad. Hay que invertir más, claro, pero también hay que hacerlo de una manera más eficaz”. La diversificación de las fuentes de financiación se ha traducido también en nuevas exigencias. “Los inversores privados piden un tipo de respuestas distintas en comparación con las que ha reclamado el sector público durante mucho tiempo. Tenemos que trabajar en esta dirección, pero es un camino viable”.

La tecnología puede ser una aliada crucial. “Siempre habrá vacíos normativos, porque las cosas cambian de manera muy rápida. La tecnología puede ayudarnos a superarlos, pero tenemos que asegurarnos de que la estamos usando correctamente”, sostiene. “La tecnología nos muestra dónde hay que invertir y ayuda a prever los resultados, pero lo que es más difícil es obtener nuevos modelos para que los resultados sean mucho más tangibles para los inversores”.

Los ODS marcan metas para que las mujeres se beneficien de los cambios, pero ahora tenemos que implementar acciones que se correspondan con la teoría

La diplomática considera que hay que buscar nuevas narrativas. “Las viejas prescripciones ya no sirven. Se necesita mucho más diálogo. Tenemos que encontrar una mejor manera para comunicar. Vivimos una situación complicada, en la que todos estamos retrocediendo cuando deberíamos estar actuando juntos. Los gobiernos, los inversores privados, los filántropos… tienen que entender que es importante movilizar fondos para avanzar hacia el desarrollo sostenible con una visión de conjunto”.

Ningún plan, sin embargo, funcionará si las mujeres quedan al margen. “Ellas también tienen que sentarse a la mesa de la toma de decisiones. No es una cuestión de piedad. Las mujeres tienen el potencial para buscar soluciones que vayan más allá de las fronteras nacionales y trabajar en red”, opina la antigua ministra de Medioambiente de Nigeria. Esta estrategia, según Mohammed, tiene que ir de la mano con una política de tolerancia cero hacia los abusos sexuales, el acoso y la discriminación de género. “Las mujeres tienen que ser parte de la solución si queremos conseguir las metas fijadas. La agenda de desarrollo sostenible marca objetivos para que ellas también obtengan provecho de los cambios, pero ahora tenemos que implementar acciones que se correspondan con la teoría”.