terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Em nota pública, MPF critica projeto de lei que permite mineração em terras indígenas


Em nota pública, MPF critica projeto de lei que permite mineração em terras indígenas


Ilustração mostra a "indígenas" aplicada sobre foto de cocar
Arte: Secom/PGR
Em nota pública divulgada nesta sexta-feira (7), a Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF) manifesta preocupação com as consequências do Projeto de Lei n. 191/2020, que regulamenta pequisa e lavra de recursos minerais e hidrocarbonetos em terras indígenas, além do aproveitamento de recursos hídricos para geração de energia elétrica. A Câmara alerta que a aprovação do projeto pode levar à “destruição de importantes áreas hoje ambientalmente protegidas, assim como a desestruturação ou desaparecimento físico de diversos povos indígenas, especialmente aqueles localizados na região Amazônica”.
O texto ressalta que, em contexto de alta transgressão dos direitos indígenas no Brasil, há o risco de se legitimar ações de violação a direitos previstos na Constituição. “A incapacidade de fiscalização do Estado não pode ser legitimada pelo discurso do governo federal de legalização dessa atividade e a de outras atividades econômicas”, diz o MPF.
A Câmara também alerta para o processo de desestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e dos órgãos de fiscalização ambiental. “ É no mínimo temerário que esse debate seja trazido a público sem que as estruturas de fiscalização do Estado, em especial as que cabem ao órgão indigenista oficial, a Funai, estejam em pleno funcionamento”. Outro problema apontado é a ofensa ao direito dos povos indígenas à consulta prévia, livre e informada sobre medidas capazes de afetá-los, prevista na Convenção n. 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Veja a íntegra da nota pública:
NOTA PÚBLICA
A 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais), ao tomar conhecimento da apresentação, pelo Poder Executivo, do Projeto de Lei nº 191/2020, que trata da regulamentação da pesquisa e lavra de recursos minerais e hidrocarbonetos e para o aproveitamento de recursos hídricos para a geração de energia elétrica em terras indígenas, manifesta preocupação com as consequências práticas dessa proposição.
Cumpre destacar a complexidade e relevância da matéria, a qual pode, se conduzida com açodamento, levar à destruição de importantes áreas hoje ambientalmente protegidas, assim como a desestruturação ou desaparecimento físico de diversos povos indígenas, especialmente aqueles localizados na região Amazônica.
É muito delicado debater mineração em terra indígena em um contexto de alta transgressão dos direitos indígenas no Brasil, porque corre-se o risco de legitimar ações presentes de violações desses direitos. Mais da metade da população Yanomami está contaminada por mercúrio oriundo do garimpo ilegal de ouro.
Esse debate é pertinente, mas não o é de maneira nenhuma para legitimar essas invasões ilegais. A incapacidade de fiscalização do Estado não pode ser legitimada pelo discurso do governo federal de legalização dessa atividade e a de outras atividades econômicas. Preocupação semelhante foi manifestada pelo deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, em novembro passado, conforme divulgado pela imprensa:
“Recebo e arquivo, recebo e arquivo. A gente não pode usar o argumento de que está tendo mineração ilegal para liberar. Vamos acabar com mineração ilegal, com garimpo ilegal. Coibir atos ilícitos. Primeiro, o governo cumpre seu papel de fiscal, de coibir o ilegal, o desmatamento, os garimpos. Depois disso, vamos discutir em que condições pode-se avançar”.
Importa destacar que desde então não houve mudança substancial na situação da mineração e garimpo ilegal em terras indígenas. O Ministério Público Federal tem recorrido ao Poder Judiciário para proteger as terras indígenas e o patrimônio nacional, como no caso da Terra Indígena Yanomami e da Terra Indígena Vale do Javari.
Cumpre à 6ª Câmara de Coordenação e Revisão alertar que sua apresentação já constituiu ofensa ao direito dos povos indígenas à consulta “cada vez que sejam previstas medidas legislativas ou administrativas suscetíveis de afetá-los diretamente”, posto a ausência de diálogo do Poder Executivo com os legítimos representantes das comunidades indígenas.
Interesses econômicos sobre as terras públicas e seus recursos que constituem patrimônio da União, no caso das Terras Indígenas com usufruto exclusivo dos povos indígenas, devem observar o estrito limite da lei. É no mínimo temerário que esse debate seja trazido a público sem que as estruturas de fiscalização do Estado, em especial as que cabem ao órgão indigenista oficial, a FUNAI, estejam em pleno funcionamento. É público e notório o processo de desestruturação da FUNAI e dos órgãos de fiscalização ambiental.
A 6ª Câmara de Coordenação e Revisão acompanhará o debate acerca do Projeto de Lei nº 191/2020 e atuará para garantir os direitos legais e constitucionais indígenas conforme sua missão constitucional, e continuará cobrando cumprimento do dever legal da FUNAI e dos órgãos do governo no que diz respeito à fiscalização das terras indígenas.
6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal
Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais
Brasília, 7 de fevereiro de 2020
A posição vem sendo defendida pela 6ª Câmara em reiteradas ocasiões. Em setembro do ano passado, em audiência pública no Congresso Nacional, o coordenador da 6CCR, o subprocurador-geral da República Antonio Carlos Bigonha, alertou para os riscos da mineração em terras indígenas.
Acesse a íntegra da audiência pública, que contou com a presença de representantes de órgãos públicos e comunidades indígenas: https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/57304
Fonte: Procuradoria-Geral da República

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/02/2020
Em nota pública, MPF critica projeto de lei que permite mineração em terras indígenas, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 10/02/2020, https://www.ecodebate.com.br/2020/02/10/em-nota-publica-mpf-critica-projeto-de-lei-que-permite-mineracao-em-terras-indigenas/.

Brasil ve a Francia como principal amenaza por tensiones amazónicas

Internacional

Brasil ve a Francia como principal amenaza por tensiones amazónicas

 Un informe confidencial filtrado del ministerio de Defensa, cita a Francia como la mayor amenaza para el país en los próximos 20 años a causa de las tensiones en la Amazonía

 08/2/2020 Río de Janeiro, Brasil.-

Un informe confidencial del ministerio brasileño de Defensa, filtrado este viernes por el diario Folha de S.Paulo, cita a Francia como la mayor amenaza para Brasil en los próximos 20 años a causa de las tensiones en la Amazonía, donde los dos países tienen, en la Guayana Francesa, una frontera común.


El informe, titulado "Escenarios de Defensa 2040", se elaboró sobre la base de entrevistas con 500 miembros de la élite militar brasileña en once reuniones a lo largo del segundo semestre de 2019, acotó AFP. Folha indica que el documento, de 45 páginas, contiene "consideraciones geopolíticas realistas e hipótesis algo delirantes", como la de un atentado biológico de "grupos ultranacionalistas del sudeste asiático que, irritados con el protagonismo de Brasil, atacan el festival Rock in Rio con el virus del Sars".


 Francia es el único país citado como amenaza en los cuatro grandes escenarios evocados por el reporte. Uno de ellos prevé que hacia 2035 Francia "formalice un pedido de intervención de las Naciones Unidas en la Región Yanomami y anuncie su apoyo irrestricto al movimiento de emancipación de ese pueblo indígena", con una consiguiente "movilización de numerosos efectivos de sus fuerzas armadas posicionados en la Guayana Francesa".


Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul

Para mais informações visite a nossa página:

www.camara.leg.br/representacaomercosul 


Francia y ese departamento francés de ultramar tienen una frontera común de 730 km, en plena región amazónica. Ese informe "toma cosas reales y otras muy locas. Veo en él mucha incoherencia" y el reflejo de una "diplomacia impulsiva", dijo a la AFP Nelson Düring, director del portal especializado en temas militares Defesanet.

Según Düring, las apreciaciones vertidas en ese documento estuvieron "muy contaminadas por la discusión entre los presidentes Emmanuel Macron y Jair Bolsonaro", Las relaciones entre ambos países se tensaron en agosto del año pasado, cuando las imágenes de los incendios en la selva amazónica causaron conmoción internacional. En la cumbre del G7 de Biarritz, Macron hizo "un llamado a la movilización" global por la Amazonía, a la que calificó como un "bien común" del planeta.

Bolsonaro replicó acusando a Macron de tener una "mentalidad colonialista" y de cuestionar la "soberanía" de Brasil. La filtración del informe confidencial "causará más daños en las relaciones entre Francia y Brasil", advierte Düring. Esas tensiones podrían provocar perjucios considerables, dada "la importancia de la asociación estratégica" bilateral, que incluye la fabricación de submarinos y helicópteros franceses para las fuerzas armadas brasileñas, añade.


Fonte: https://www.eluniversal.com/internacional/61414/brasil-ve-a-francia-como-principalamenaza-por-tensiones-amazonica

La deforestación de la Amazonia en enero fue la mayor para el mes en 5 años

 La deforestación de la Amazonia en enero fue la mayor para el mes en 5 años

La deforestación en la Amazonia brasileña en enero de 2020 fue la mayor para este mes desde 2016 y dobló la del mismo período de 2019, con lo que se mantuvo la actual tendencia de aumento de la destrucción de la mayor selva tropical del mundo, informaron este viernes fuentes oficiales.

08/02/2020 RIO DE JANEIRO. Según las estimativas publicadas hoy por el Instituto Nacional de Pesquisas Espaciales (Inpe), en enero de este año la Amazonia brasileña perdió 284,3 kilómetros cuadrados de cobertura vegetal, lo que dobla los 136,2 kilómetros cuadrados desforestados en el mismo mes Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul Para mais informações visite a nossa página: www.camara.leg.br/representacaomercosul 34 de 2019.

Se trata de la mayor área selvática destruida en un mes de enero desde el de 2016, cuando la Amazonia perdió 229 kilómetros cuadrados de cobertura vegetal. Los datos divulgados este viernes corresponden a una proyección provisional de la deforestación que realiza el Inpe con base en un sistema de alertas de alteraciones en la cobertura forestal de la Amazonia a partir del análisis de imágenes de satélite.

El Inpe ya había advertido que la deforestación de la Amazonia brasileña había saltado un 85% el año pasado, desde 4.219,3 kilómetros cuadrados en 2018 hasta 9.165,6 kilómetros cuadrados en 2019, su mayor nivel igualmente desde 2016. Ese crecimiento fue atribuido por los ecologistas a las medidas de flexibilización de la fiscalización y a la retórica antiambientalista del actual presidente brasileño, el líder ultraderechista Jair Bolsonaro, que defiende la explotación económica de la Amazonia y el fin de la demarcación de nuevas reservas indígenas.

Según las organizaciones no gubernamentales, la retórica del líder ultraderechista contra la Amazonia incentiva la ocupación ilegal de los bosques por parte de invasores y madereros clandestinos. Pese a las críticas, el jefe de Estado presentó esta semana a consideración del Congreso un proyecto de ley para permitir la minería, la explotación de petróleo y la construcción de hidroeléctricas en las reservas indígenas.

 La deforestación, por su parte, ha sido señalada como una de las principales causas de los incendios forestales que destruyeron el año pasado parte de la Amazonia y causaron conmoción en el mundo entero. Los incendios en la región aumentaron un 30% el año pasado, al pasar de 68.345 en 2018 a 89.178 en 2019. Las imágenes de los incendios calcinando enormes extensiones de vegetación dieron la vuelta al mundo y provocaron una ola de indignación entre la comunidad internacional y las ONG, que acusaron del desastre a Bolsonaro. Según diferentes analistas, los altos datos de deforestación en enero indican que los ataques de madereros y agricultores a la Amazonia comenzaron más temprano este año.

En enero por lo general los índices de devastación forestal son reducidos debido a las lluvias del período, que dificultan la movilización de maquinaria pesada en las áreas selváticas. Las cifras, en cambio, suelen saltar entre julio y septiembre, período de sequía en la Amazonia. En enero pasado, en un intento de hacer frente a las críticas de los ecologistas y de algunos gobiernos como los de Francia y Noruega por el aumento de la deforestación, Bolsonaro anunció la creación de un “ Consejo de la Amazonía ” de carácter interministerial que tendrá la misión de coordinar políticas dirigidas a la “ protección, la defensa y el desarrollo sostenible de la Amazonia”.

Igualmente anunció la creación de una Fuerza Nacional Ambiental, semejante a la Fuerza Nacional de Seguridad Pública, dedicada a la protección del medio ambiente de la Amazonia. Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul Para mais informações visite a nossa página: www.camara.leg.br/representacaomercosul

 Fonte: https://www.abc.com.py/internacionales/2020/02/08/la-deforestacion-de-la-amazonia-enenero-fue-la-mayor-para-el-mes-en-5-anos/

Brasil Alemanha ditará ritmo do acordo entre UE e Mercosul



 O País assumirá em julho a presidência rotativa do Conselho Europeu e terá como desafio apaziguar questões ambientais Por Assis Moreira — De Genebra 10/02/2020 05h00 · Atualizado

 A Alemanha será o país a dar o ritmo do encaminhamento do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul para exame pelas instituições europeias. O país assumirá em julho a presidência rotativa do Conselho Europeu, segundo fontes.


O acordo entre UE e Mercosul foi anunciado em junho de 2019, e a oposição ao compromisso aumentou após o aumento das queimadas na Amazônia, que foram manchetes no mundo inteiro. A previsão dos negociadores é que até abril seja concluída a revisão legal das centenas de páginas do acordo. Depois será feita a tradução do texto para as línguas oficiais europeias.


Assim, no segundo semestre, uma segurança contra o risco de engavetamento do acordo é a presidência alemã do Conselho Europeu para levar os líderes europeus a examinar o compromisso entre os dois blocos, o que não será fácil. A França já disse que, no estado atual, não assina o acordo.


A Irlanda também resiste, assim como Áustria e Luxemburgo, alegando razões ambientais. Em todo caso, a Alemanha, com maior poder econômico e político e forte identidade de proteção ambiental, é vista como o país que saberá superar a rejeição de alguns membros opositores. Isso ao jogar seu peso na garantia de que serão respeitados os padrões ambientais previstos no capítulo de desenvolvimento sustentável do tratado.


Além disso, a nova Comissão Europeia, que é o braço executivo da UE, quer consolidar compromissos comerciais já assumidos, como o acordo com o Mercosul, e evitar várias frentes de disputas ao mesmo tempo. Sabe que, cedo ou tarde, terá confronto com os Estados Unidos especialmente sobre a “taxa carbono”, que colocará mais pressão sobre os parceiros na área ambiental.


A ideia europeia de querer taxar produtos importados de países cuja fabricação provoca muitas emissões de dióxido de carbono, punindo indústrias poluidoras, já fez o governo de Donald Trump ameaçar, na semana passada, retaliar os europeus.

Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul Para mais informações visite a nossa página: www.camara.leg.br/representacaomercosul13


Só depois do sinal verde do Conselho Europeu é que o acordo UE-Mercosul vai para o Parlamento. E lá o Partido Verde, sobretudo, continua a guerra contra o tratado. No começo do ano, o partido publicou um estudo de impacto de mais de 130 páginas no qual detona o acordo. Os verdes, com crescente influência na cena política europeia, alegam que o Brasil assumiu o compromisso, pelo Acordo de Paris, de combater contra o desmatamento ilegal e reflorestar 12 milhões de hectares na Amazônia.


Mas observam que de junho de 2018 a junho de 2019 o desmatamento aumentou 88%. Argumentam também que o Brasil, junto com os EUA, lidera o uso agrotóxicos. E dizem que o país não só reconhece 500 pesticidas como usa 150 que seriam proibidos no mercado europeu. Os verdes insistem que o governo Bolsonaro aumentou os registros de defensivos. O Partido Verde considera que o acordo UE-Mercosul não tem como passar no Parlamento Europeu e acusa os países do Mercosul como um todo de terem desempenho ambiental medíocre.


É nesse contexto que a Alemanha, favorável ao tratado, deverá agir. Na verdade, membros do governo de Ângela Merkel já propuseram a inclusão de uma cláusula adicional de “certificação de sustentabilidade” para a importação de carne e soja do Mercosul. No primeiro semestre de 2021, o cenário continuará favorável ao acordo, já que será a vez de Portugal, que também o apoia - embora tenha menor peso que a Alemanha - assumir a presidência da UE.


 Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/02/10/alemanha-ditara-ritmo-do-acordo-entreue-e-mercosul.ghtml