sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Infográfico mostra dados sobre energia eólica no Brasil

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Infográfico mostra dados sobre energia eólica no Brasil

Já são mais de 490 parques eólicos espalhados pelo país.

Nada menos que 18 milhões de residências foram abastecidas mensalmente por energia eólica no último ano. Isso equivale a cerca de 54 milhões de habitantes. Os dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) comprovam que uma informação que o CicloVivo já compartilhou: o crescimento da geração de energia eólica não tem volta, só neste ano o aumento foi de 25%.
 
A ABEEólica acaba de divulgar seu boletim mensal com dados atualizados. O infográfico mostra que o Brasil chega a outubro com 12,3 GW de capacidade instalada de energia eólica em seus mais de 490 parques eólicos.
 
O material também dá destaque para o fato do Brasil ter ultrapassado a Itália no ranking mundial de capacidade instalada, ocupando agora o posto da 9ª posição. E já neste ano,  bateu três recordes de abastecimento, sendo dois na região Sul e Nordeste e outro nacional, veja todos os detalhes no pdf aqui.
 
Fonte: Ciclo Vivo

Guaraná Antarctica lança prancha de surf produzida com 756 garrafas PET


Guaraná Antarctica lança prancha de surf produzida com 756 garrafas PET

O lançamento aconteceu em Maresias, no Instituto Gabriel Medina.

O Guaraná Antarctica lançou na última quarta-feira (27) uma prancha de surf fabricada a partir de garrafas pet recicladas. A novidade foi desenvolvida para divulgar a nova meta da empresa: garantir até 2025 o recolhimento ou a reutilização do equivalente a 100% das garrafas PET comercializadas para a produção de novas garrafas.


A apresentação da prancha aconteceu no Instituto Gabriel Medina, em Maresias, com a presença do campeão mundial e da surfista Marina Werneck.


A iniciativa buscou aliar duas plataformas importantes da marca: o surf e a inovação. Produzida em parceria com Neco Carbone, famoso shaper do litoral paulista, a Prancha Pet foi feita com 756 garrafas pet, o que representa 80% de sua composição. A novidade tem estabilidade e flutuação semelhantes às pranchas convencionais e irá acompanhar Gabriel Medina durante seu tour.

“A ideia foi usar o surf para poder falar sobre o assunto e reafirmar o compromisso do Guaraná com a reciclagem”, afirmou Fernando Soares, vice-presidente de marketing de Guaraná Antarctica ao CicloVivo. “A prancha é o símbolo máximo da nossa parceria”, completa.

“Fico feliz de participar deste projeto que tem tudo a ver com o surf. Eu viajo o mundo pelas praias e é muito bom ver que ela está limpa e sem lixo. Quero que a gente transforme este mundo em um lugar melhor e fico feliz em fazer parte disso junto com o Instituto”, disse Gabriel Medina ao CicloVivo.

Camiseta com 50% PET

Aliando moda e sustentabilidade, a marca lançou também uma parceria com outro grande incentivador do surf, a Rip Curl, uma coleção exclusiva com camisetas feitas com fibra de garrafas PET. Os modelos levam em sua composição 50% de algodão e 50% de poliéster de garrafa PET. As camisetas poderão ser compradas pelo site.

“Assim como o Guaraná Antarctica, a Rip Curl é patrocinadora do Medina e do Instituto, assim, durante reuniões encontramos conjuntamente mais um destino para a PET, desenvolvendo um cobranding com uma camiseta masculina e feminina e também chinelos para compor”, conta Fernando Gonzalez, gerente de Marketing na Rip Curl Brasil.

Campanha de reciclagem no Instituto Gabriel Medina

“Estamos fazendo também uma campanha aqui no instituto onde as oito primeiros atletas que recolherem mais garrafas PET na praia irão ganhar ingressos para assistir o jogo do Brasil”, disse o campeão durante a coletiva.

Até o momento, a ação já recolheu 50 kg de garrafas PET, mas para Simone Medina, mãe do atleta e presidente do Instituto, o mais importante é a mensagem que a ação passa. “Eu acredito que essa nova geração é multiplicadora, o fato deles saírem aos finais de semana com o saquinho de lixo pela praia já é um exemplo, até mesmo para o turista, pois quando eles pedem as garrafas, já explicam a ação. Isso acontece também na escola, contando para os amigos o que está acontecendo.” Simone acredita que a nova geração está aí para transformar para melhor o que acontece no nosso dia a dia. “Queremos estar presentes na formação destes atletas”, completa.

O Instituto Gabriel Medina (IGM) prepara jovens atletas do surf, dando os mesmos valores do ídolo. Com atletas selecionados no Circuito Medina/ASM, a instituição oferece, de forma gratuita, a mesma estrutura que hoje Gabriel Medina conta na parte técnica, física e médica, além de garantir aos atletas aulas de idiomas e palestras socioeducativas e de tecnologia.

“Eu procuro sempre ser um bom exemplo, pois muitas crianças estão sempre me assistindo, me olhando, que a ação sirva de inspiração para os jovens”, diz Medina.



Programa de reciclagem de garrafas PET Guaraná Antarctica


O Guaraná Antarctica lançou em 2012 a primeira garrafa PET 100% reciclada do mercado brasileiro. Desde o lançamento foram economizadas mais de 54 mil toneladas de material virgem e 1,5 bilhão de garrafas foram transformadas em novas embalagens. A produção desta nova PET libera espaço de 30m3 em aterro sanitário para cada cinco tonelada de PET reciclada que deixam de ser descartadas no lixo. Além disso, a fabricação dessa garrafa consome 70% menos energia.


Mayra Rosa viajou à Maresias para conhecer o Instituto Gabriel Medina a convite do Guaraná Antártica.
Fonte: Ciclo Vivo

Setembro bateu recordes em queimadas no Brasil

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Setembro bateu recordes em queimadas no Brasil

Setembro foi o mais com mais queimadas no Brasil, nos últimos 20 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Temperaturas altas, clima seco e falta de chuva são fatores que contribuem para o surgimento de focos de incêndio. 
 
 
 
Mas a intervenção do homem é sem dúvida alguma a principal causa dessas ocorrências, provocando danos irreparáveis ao meio ambiente. “As queimadas destroem a fauna e a flora nativas, causando empobrecimento do solo e reduzindo a capacidade de penetração da água no subsolo, entre outros danos ao meio ambiente”, diz o Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS). De acordo com dados divulgados pelo Inpe, durante o mês de setembro ocorreram aproximadamente 100 mil queimadas. Para se ter uma ideia, esse número representa quase a metade das ocorrências registradas pelo órgão durante todo o ano de 2016, que foi de 188 mil queimadas.

Fonte: Envolverde

Rio Araguaia pode secar em 40 anos por causa do desmatamento

quarta-feira, 11 de outubro de 2017


O nível do rio Araguaia, no norte do Tocantins, preocupa os especialistas. Numa seca histórica, as queimadas e o desmatamento fizeram o nível baixar para 20 centímetros em alguns trechos. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram que em vários locais é possível caminhar onde há um ano só era possível atravessar de barco.

Segundo informações da prefeitura de Xambioá, a pesca, principal motor da economia local, foi o setor que mais sentiu os impactos da baixa do rio: de 17,5 mil quilos pescados, em setembro do ano passado, este ano o número caiu para pouco mais de 6,7 mil quilos.

Um levantamento feito pela Secretaria de Meio Ambiente de Xambioá, cidade à 480 quilômetros de Palmas, mostrou que de janeiro até o final de setembro o rio baixou cerca de 2 metros.

O rio Araguaia nasce em Goiás e desagua no Pará, passando por Mato Grosso e Tocantins. São mais de 2 mil quilômetros de extensão.

Em 2014, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) de Goiás divulgou um estudo mostrando que a bacia pode secar em até 40 anos.

O principal motivo apontado foi o desmatamento da vegetação nativa para criação de gado. Para reverter a situação, em 2015 tornou-se crime ambiental desmatar áreas próximas a nascentes.

A Secretaria de Meio Ambiente de Xambioá diz, em nota, que já está desenvolvendo um plano de reflorestamento em nascentes e plantação de árvores em alguns pontos das margens do rio para devolver força às águas.

Fonte: EcoDebate

Quanto mais fácil chegar, mais crimes ambientais


Por Vandré Fonseca
Garimpo de ouro nas imediações da Floresta Nacional do Amapá. Vinte e sete atividades ilegais foram identificadas no estudo. Crédito: Érico Kauano.
Garimpo de ouro nas imediações da Floresta Nacional do Amapá. 
Vinte e sete atividades ilegais foram identificadas no estudo. Crédito: Érico Kauano.


Manaus, AM -- Densidade populacional e facilidade de acesso contribuem para a ocorrência de atividades ilegais em unidades de conservação da Amazônia. A conclusão está em um estudo, em que foram analisados registros do uso ilegal de recursos naturais ao longo de seis anos, na região.
A pesquisa, publicada esta semana no jornal científico de acesso aberto Peer J, foi liderada pelo biólogo Érico Kauano, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e atualmente fazendo o doutorado na Universidade Federal do Amapá (Unifap).


Análises estatísticas foram utilizadas para compreender quais fatores podem influenciar em ilegalidades nas unidades de conservação. Além da densidade populacional e facilidade de acesso proporcionada por estradas ou rios navegáveis, foram considerados também a categoria, de uso sustentável ou de proteção integral, e tempo de criação.


O analista ambiental admite que o estudo ainda deixou uma dúvida: o maior número de ocorrência em unidades mais acessíveis se dá devido a intensidade maior de ilegalidades ou devido justamente à facilidade maior na fiscalização. Mas para ele, o estudo é importante pois pode ajudar no planejamento de ações do ICMBio.


A caça é uma das atividades ilegais mais registradas nas unidades de conservação da Amazônia. Crédito: Érico Kauano.
A caça é uma das atividades ilegais mais registradas nas unidades de conservação da Amazônia. Crédito: Érico Kauano.


“É mais uma forma de mostrar o que acontece no nosso dia a dia”, afirma. “Temos problemas em todas unidades, mas tem pouca gente e poucos recursos. Essa questão da densidade e acessibilidade ajuda a ver indicadores mais importantes para escolher as áreas a serem fiscalizadas”.


Entre as 4.243 notificações encontradas entre 2010 e 2015, que resultaram em US$ 224,6 milhões (mais de R$ 700 milhões) em multas, foram identificados 27 modos de uso ilegal em unidades de conservação da Amazônia. O desmatamento, com supressão ou degradação da vegetação, foi a ilegalidade com maior número de registros, 37,36% das ocorrências. Em seguida, vem a pesca ilegal (27,34%) e a caça (18,15%).


“Nas reservas de desenvolvimento sustentável, tem menos pesca ilegal”, destaca Kauano. “Isso é interessante no sentido de que pode ser que as comunidades tenham um efeito de proteção. Mas é uma constatação bastante preliminar”, completa.
Barco do ICMBIo usado na vigilância do Parque Nacional Cabo Orange. Crédito: Paulo Silvestro.
Barco do ICMBIo usado na vigilância do Parque Nacional Cabo Orange. Crédito: Paulo Silvestro.

Saiba Mais
Artigo: Kauano ÉE, Silva JMC, Michalski F. (2017) Illegal use of natural resources in federal protected areas of the Brazilian Amazon. PeerJ 5:e3902.


O Estado de S. Paulo – Com carvão, mister Trump? / Artigo / Washington Novaes

É inacreditável: o próprio diretor da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, Scott Pruitt, anunciou no último dia 9 ( Agência Estado) que iria assinar uma proposta “para acabar com o Plano de Energia Limpa da administração passada (a de Barack Obama), que impõe redução nas emissões de dióxido de carbono das centrais térmicas do país” – menos 32% (até 2030), calculados sobre as emissões de 2005. Na verdade, se aquele plano estivesse em vigor, já teria provocado o fechamento de muitas usinas a carvão mais antigas e mais poluentes; mas isso está proibido pela Justiça, a pedido de cerca de 30 Estados norteamericanos, embora os Estados Unidos sejam o segundo maior emissor de gases do “efeito estufa”.


Na verdade, o presidente Donald Trump já está começando a desmantelar as regras estabelecidas pelo presidente Obama para reduzir as emissões de gases poluentes em usinas de eletricidade do país ( Estado, 10/10). Segundo Pruitt, “a guerra contra o carvão chegou ao fim”. Por isso já está subsidiando usinas desse tipo em vários Estados produtores de carvão e até responsabiliza Obama pelo fechamento de minas e usinas; seus partidários conseguiram na Suprema Corte a reabertura. No ano passado o gás natural superou o carvão na matriz energética, ao mesmo que caía o preço de equipamentos de geração de energia renovável Mesmo com o fim do Plano de Energia Elétrica, entretanto, as emissões de usinas elétricas deverão cair entre 27% e 35% até 2025, entre outras razões, por causa da decisão de sete grandes bancos internacionais de não financiar novas usinas a carvão e novas termoelétricas desse tipo (Ecofinanças, 16/12/16).


Um problema adicional para os fornecedores de carvão está no crescimento contínuo de novos empreendimentos na área de energias alternativas. A norueguesa Statoil, por exemplo, escolheu o Brasil para a geração de energia solar, em parceria com a também norueguesa Scatec Solar – um projeto de grande escala, 162 megawatts, com investimento inicial de US$ 215 milhões, no Ceará, capaz de abastecer 160 mil residências. A Statoil já tem outros empreendimentos de energia eólica offshore em outros países, capazes de abastecer 1 milhão de casas. Ao todo, seus investimentos somam US$ 2,5 bilhões, principalmente no setor eólico.


A previsão do governo brasileiro, entretanto, é de que a geração de energia solar chegue a 10% da matriz elétrica nacional. Referência no mundo é a China. No final de 2015 esse país já tinha potência solar instalada de 43 gigawatts, tomando o lugar da Alemanha como líder mundial. No ano passado, com apoio de seu governo, oito dos dez maiores fabricantes de painéis solar fotovoltai- cos já eram chineses (Diálogo Chino-Brasil, 4/7).

Desde 2014 o governo chinês definiu políticas de energia solar. Apesar da contenção de preços, o setor cresceu, com as empresas se antecipando a novas políticas. E com tudo isso, no primeiro semestre de 2016 a capacidade instalada de geração solar ali, que já era a maior no mundo, aumentou nada menos que 22,5 megawatts. No Brasil, a capacidade líquida de energia solar instalada quadruplicou entre 2014 e 2015. E o governo federal, no Plano Nacional de Expansão de Energia (PDE 2024), prevê que a capacidade instalada de energia solar vai alcançar 3,3% da capacidade total de geração de energia.

Mas ainda há muitos problemas à frente. Entre os principais, os preços altos dos produtos e problemas nas políticas. Um deles é a cobrança de impostos sobre o excedente de energia gerada pelos produtores, além dos que paga no consumo próprio.

Atualmente o País tem cerca de 11 mil painéis solares instalados nos telhados de residências, edifícios comerciais e públicos. Empresas privadas detêm 60% da geração de energia no País; 39%, da transmissão (que interliga o sistema); e 71%, da distribuição, que entrega a energia ao consumidor final.

Privatizada a partir de 1997, com forte resistência na área política e entre servidores, a área de energia terminou não incluindo o setor de geração. Mas a expansão da geração acabou sendo feita com leilões para a iniciativa privada, nos quais se destacaram empreiteiras como Odebrecht e Camargo Corrêa. Dos 40% ainda controlados por empresas públicas nacionais, 35% são da Eletrobrás. Mas técnicos do sistema acham que é crescente a tendência de aumentar a fatia dos estrangeiros, se persistir a intenção de ampliá-la.


Parece clara a tendência de aumento na privatização no setor, principalmente com o crescimento das energias limpas – até em função de projeções, na área científica, do agravamento da situação planetária, com mudanças estimuladas por problemas de poluição; e nesse caso será urgente estimular a geração de energia sem recorrer aos poluentes combustíveis fósseis.


Um dos exemplos de investimento mais claro nessa direção é um megaprojeto eólico em Oklahoma, que prevê a aplicação pela American Electric Power de US$ 4,5 bilhões, na instalação de 800 turbinas conectadas a centros populacionais por uma linha de alta tensão de 350 milhas. Deverá estar pronto em 2020.


Sete projetos gigantes, com custos entre US$ 600 milhões e US$ 4,5 bilhões, espalhados entre EUA, México, Alemanha, Reino Unidos, China e Austrália, levaram os cálculos para investimento global em energia limpa saltar 40% no terceiro trimestre deste ano (Bloomberg News), com US$ 66,9 bilhões, ante US$ 64,9 bilhões no segundo trimestre de 2017. O total anual deste ano terminará acima do de 2016, que ficou em US$ 287,5 bilhões. O Reino Unido está construindo dois parques eólicos, um de US$ 2,1 bilhões, de 552 megawatts; a China constrói dois, um no valor de US$ 2,1 bilhões, no México e um parque eólico estimado de US$ 3 bilhões até aqui.


Vamos ver como sairemos por aqui desse imbróglio.


No Brasil, capacidade líquida de energia solar instalada quadruplicou entre 2014 e 2015

Valor Econômico – Mudança climática, ameaça a ricos e pobres / Artigo / Achim Steiner, Patricia Espinosa e Robert Glasser

Por Achim Steiner, Patricia Espinosa e Robert Glasser

Achim Steiner é administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Patricia Espinosa é secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

Robert Glasser é diretor do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR).

De Miami e Porto Rico a Barbados e Havana, a devastação da temporada de furacões deste ano na América Latina e Caribe é um lembrete de que os impactos da mudança climática não reconhecem fronteiras.

Nas últimas semanas, furacões de categoria 5 imobilizaram a vida de milhões de pessoas nas ilhas caribenhas e no continente americano. Harvey, Irma e Maria foram especialmente devastadores. Em Porto Rico, os 3,4 milhões de habitantes estão lutando por necessidades básicas, incluindo alimentos e água; a ilha de Barbados tornou-se inabitável e dezenas de pessoas estão desaparecidas ou mortas em Dominica, Patrimônio da Humanidade da Unesco.
O impacto não está confinado a esta região. Os recordes de enchentes em Bangladesh, Índia e Nepal deixaram miseráveis as vidas de 40 milhões de pessoas.

Mais de 1200 pessoas morreram e muitas perderam suas casas, plantações foram destruídas e muitos locais de trabalho foram inundados. Enquanto isso, na África, 20 países declararam situação de emergência em função da seca nos últimos 18 meses, com grande deslocamento de pessoas no Chifre da África.

Para os países menos desenvolvidos, o impacto de desastres pode ser severo, acabando com meios de subsistência e com progresso em saúde e educação; para países desenvolvidos e de renda média, apenas as perdas econômicas em infraestrutura podem ser gigantescas; para ambos, estes eventos reiteram a necessidade de ação na mudança climática, que ameaça com mais frequência e com desastres mais severos.

Os efeitos do aquecimento do clima nestes recentes episódios climáticos, tanto em severidade quanto em frequência, têm sido reveladores para muitos, inclusive para a enorme maioria que aceita a evidência científica do efeito humano sobre o aquecimento global.

Enquanto a mídia dá pouca atenção à catástrofe silenciosa que provoca a morte prematura de 4,2 milhões de pessoas todos os anos por poluição ambiental, mais ligada ao uso de combustível fóssil, as consequências da armadilha do efeito estufa nos eventos climáticos extremos ganha significativa atenção.

Não poderia ser de outra maneira, quando o impacto destes eventos climáticos é tão significativo. Ao longo dos dois últimos anos, mais de 40 milhões de pessoas, especialmente em países que menos contribuíram para o aquecimento global, foram forçadas permanentemente ou temporariamente a deixar suas casas em função de desastres.

Há um consenso claro: temperaturas mais altas estão aumentando a quantidade de vapor de água na atmosfera, levando a chuvas mais intensas e inundações em algumas áreas, e seca em outras. Alguns lugares sofrem as duas coisas, como é o caso da Califórnia neste ano, onde recordes de inundações ocorreram depois de anos de seca intensa.

O aquecimento e aumento do nível do mar estão contribuindo para intensificar tormentas tropicais em todo o mundo. Continuaremos a viver, por muitos anos, com consequências anormais e cada vez mais imprevisíveis dos atuais níveis de efeito estufa na atmosfera

Topex/Poseidon, o primeiro satélite que mede precisamente o aumento do nível do mar, foi lançado duas semanas antes do Furação Andrew atingir a costa da Flórida, há 25 anos. De lá para cá, as medições apontaram um aumento global de 3,4 milímetros por ano, com um total de 85 milímetros nos últimos 25 anos.
O aquecimento e aumento
 do nível do mar estão contribuindo para intensificar tormentas tropicais em todo o mundo. Continuaremos a viver, por muitos e muitos anos, com consequências anormais e cada vez mais imprevisíveis dos atuais níveis de efeito estufa na atmosfera.
Em 2009, a empresa de seguros Swiss Re publicou um estudo de caso focado nas regiões de Miami-Dade, Broward e Palm Beach, que previa um cenário de aumento moderado do nível do mar para a década de 2030, que coincide com o que já ocorre hoje. Se uma tormenta da escala do Andrew atingisse este rico trecho dos Estados Unidos hoje, o prejuízo econômico seria algo entre US$ 100 bilhões e US$ 300 bilhões. As estimativas dos danos econômicos de Harvey, Irma e Maria podem superar esses números.
Miami está trabalhando para expandir seu programa de proteção de enchentes; US$ 400 milhões estão destinados para financiar bombas marítimas, melhorar rodovias e construir paredes de contenção do mar. Ainda assim, o nível de investimento é inalcançável para a maior parte dos países de baixa e média renda, que perdem grande parte de seu PIB toda vez que são atingidos por enchentes e tormentas.

Enquanto o Acordo de Paris deu ao mundo um caminho de longo prazo rumo a um futuro com menos carbono, há um caminho tempestuoso que reflete o pragmatismo e a realidade de cada país individualmente. Desta forma, enquanto se espera a diminuição das emissões de carbono, quando os países alcançarem seus objetivos pré-determinados, os impactos da mudança climática ainda poderão ser sentidos por algum tempo, deixando o mundo com pouca alternativa a não ser investir, simultaneamente, nos esforços para se adaptar a mudança climática e reduzir o risco de desastres.
Isto exigirá cooperação internacional em uma escala sem precedentes, enquanto lutamos com a tarefa crítica de fazer o planeta um lugar mais resiliente aos demorados efeitos das emissões de gás estufa que enfrentaremos nos próximos anos. Restaurar o equilíbrio ecológico entre as emissões e a capacidade de absorção natural do planeta é uma meta de longo prazo. É crucial lembrar que a redução das emissões a longo prazo é a mais importante tática de redução de risco que temos e devemos nos dedicar a esta ambição.

A Conferência do Clima da ONU em Bonn, em novembro, presidida pelas pequenas Ilhas Fiji, será uma oportunidade não apenas para acelerar a redução das emissões de carbono, mas também para reforçar um trabalho sério para garantir que o gerenciamento do risco climático é integrado ao gerenciamento de risco de desastre como um todo. Pobreza, urbanização acelerada, uso inadequado da terra, declínio de ecossistemas e outros fatores de risco irão ampliar os impactos na mudança climática. No Dia Internacional para a Redução de Desastre, pedimos que eles sejam tratados de maneira holística.

Valor Econômico – País quer apresentar RenovaBio na COP 23

Por Camila Souza Ramos | De São Paulo

O governo federal indicou em reunião na terça-feira com parlamentares da bancada ruralista que as preocupações sobre o impacto inflacionário do RenovaBio se dissiparam e que pretende editar a medida provisória que criará o programa nas próximas duas semanas. A expectativa do Executivo é encaminhar o programa ao Legislativo a tempo de apresentá-lo na Conferência do Clima de Bonn, a COP 23, que será realizada entre os dias 6 e 11 de novembro na cidade alemã.

Segundo fontes que estiveram na reunião, o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, afirmou aos ruralistas que estava alinhado com o tema e que, de seu lado, não havia mais questionamentos. Na solenidade de assinatura do RenovaBio também deverá ser assinado o decreto que eleva para 10% o percentual obrigatório de mistura do biodiesel no diesel vendido no país.

Na semana passada, o Ministério do Meio Ambiente elaborou uma nota técnica que calcula que os créditos de descarbonização (CBios) podem ter um impacto de 0,02 e 0,16 ponto percentual no IPCA. Os CBios são instrumentos previstos no RenovaBio que poderão ser utilizados pelas distibuidoras de combustível para garantir o cumprimento de suas metas anuais de descarbonização, que serão determinadas pelo governo.

No melhor cenário inflacionário traçado pelo MME, foi considerado o estímulo que os CBios terão para o aumento da eficiência econômica da produção de etanol. E o ministério considera que a redução de custos relativos a esse estímulo é exequível no "médio e longo prazos".

Nos cálculos do MME, o valor máximo dos CBios poderá alcançar R$ 50,50 a tonelada de gás carbônico equivalente, o que levaria a um aumento de R$ 0,07 por litro de gasolina na bomba. No cenário que prevê ganho de eficiência por parte dos produtores de etanol, estima-se que os CBios serão negociados a R$ 7,70 a tonelada de gás carbônico equivalente, o que se refletiria em aumento de 0,5% no preço da gasolina nos postos.

O MME ressaltou, ainda, que o impacto do RenovaBio na inflação também dependerá, em grande medida, das metas de redução de emissões que serão definidas pelo governo, como prevê o programa. As metas deverão levar em consideração a situação da oferta nacional de combustíveis e a evolução das importações e do consumo, entre outros fatores. Se a MP do RenovaBio for enviada ao Congresso a tempo, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, pretende usar a Conferência de Bonn como "vitrine" do programa para o mundo.