terça-feira, 30 de julho de 2019

Em 1 ano, uma área do tamanho de 500 mil campos de futebol foi destruída na Amazônia -- isso é quase meio BILHÃO de árvores dizimadas para sempre!

Queridos amigos e amigas, 

É assustador! Em 1 ano, uma área do tamanho de 500 mil campos de futebol foi destruída na Amazônia -- isso é quase meio BILHÃO de árvores dizimadas para sempre!

A situação é grave: capangas entram em áreas protegidas e terras indígenas matando quem tentar defender a floresta.  Existem até histórias de aviões despejando gasolina para começar incêndios gigantes. E as ações do presidente Bolsonaro podem ser a sentença de morte da Amazônia.

A floresta está longe da realidade da maioria, e por isso Bolsonaro acha que ninguém se importa. Mas a Amazônia é de todos os brasileiros, independente de quem votou nele ou não, ou de onde somos. Por isso precisamos que ela viva!

Defensores da Amazônia no Congresso querem ampliar as proteções da floresta e grupos indígenas estão pedindo ajuda internacional para aumentar a pressão e defender seu lar.

Vamos juntar nossas vozes pela Amazônia -- quando o movimento estiver enorme, levaremos essa petição para o Congresso em cada momento decisivo para silenciar as motosserras e parar esse apocalipse: 

Clique para salvar a Amazônia 

Bolsonaro elogiou destruidores de florestas, bloqueou recursos de programas de conservação e ameaçou expulsar comunidades indígenas inteiras de suas terras. Mas ele não foi eleito para isso! A maioria dos brasileiros que votou em Bolsonaro não quer que ele jogue a Amazônia no lixo.

Se nós não impedirmos essa loucura, não vamos perder apenas a floresta. Podemos perder tudo. A Amazônia respira e retém quantidades enormes de CO2 -- e, sem isso, não temos a menor chance de derrotar a crise climática.

A Amazônia precisa de todos nós agora. Coloque seu nome e espalhe essa petição para impedir um apocalipse na Amazônia. Quando alcançarmos assinaturas suficientes, vamos fazer de tudo para salvar a floresta -- mostrar o enorme apoio popular, fazer pesquisas de opinião, lançar ações publicitárias impactantes e pressionar governos ao redor do mundo: 

Clique para salvar a Amazônia 
Alguns anos atrás, quando o Brasil tentou vender um pedaço da Amazônia do tamanho da Dinamarca, 1,9 milhão de membros da Avaaz no mundo inteiro se mobilizaram contra isso e NÓS GANHAMOS! Agora, a ameaça é ainda maior... Então precisamos lutar ainda mais, da maneira mais forte e inteligente possível para salvar a Amazônia!

Com esperança e determinação,

Diego, Bert, Laura, Andrew, Mel, Nana, Luis e todo o time da Avaaz

Mais informações: 

Amazônia perde 'um campo de futebol' de floresta por minuto (BBC)

Desmatamento no Brasil dispara em julho e ameaça acordo comercial com UE (Exame)

Bolsonaro: 100 dias de guerra contra os povos indígenas (El País)

Brasil: enorme aumento na destruição da Amazônia sob governo Bolsonaro, veja (The Guardian - em inglês)

Aumento de 268% no desmatamento,saída do acordo de paris, mineração e grandes obras: A amazônia no governo Bolsonaro (INESC)

Um Dia no Parque 2019, a maior ação de mobilização e engajamento já realizada pelas Unidades de Conservação no Brasil

Um Dia no Parque 2019, a maior ação de mobilização e engajamento já realizada pelas Unidades de Conservação no Brasil



24 Julho 2019   |  
Aconteceu no último domingo (21) a segunda edição da campanha Um Dia no Parque. A participação de 231 Unidades de Conservação (UCs) e as mais de 10 mil fotos publicadas por visitantes de todo país consolidaram o evento marcado pela diversidade de atividades promovidas.

Apenas nas oito UCs nas quais equipes do WWF-Brasil estiveram presentes, atividades como trilhas, oficinas de fotografia, pedalada, mesas de bate-papo, aulas de yoga, turismo de observação de aves e vivências alimentícias não-convencionais, entre outras, foram oferecidas para mais de 1.600 participantes.

O Parque Estadual de Sumaúma, em Manaus (AM), bateu recorde de público ao receber 400 pessoas para as atividades que aconteceram desde às 9h da manhã. Em Rio Branco, no Acre, mais de 60 visitantes, entre adultos e crianças, aproveitaram a programação educativa do Parque Municipal Chico Mendes. Já em Brasília, as trilhas de pedalada e caminhada levaram cerca de 80 pessoas para o Parque Nacional de Brasília e para a ARIE (Área de Relevante Interesse Ecológico) Granja do Ipê. No Parque Estadual do Prosa, em Campo Grande (MS), o destaque ficou com as ações integrativas que reuniram por volta de 100 participantes, incluindo a Associação de Mulheres Deficientes de Campo Grande. Em Fernando de Noronha (PE) a agenda que começou com yoga ao nascer do sol e terminou com pôr do sol musical, levou 120 pessoas ao Parque Nacional Marinho e para a APA Fernando de Noronha. Em São Paulo (SP), o bate-papo com o time do WWF-Brasil seguido da trilha até o Pico do Jaraguá, no Parque Estadual do Jaraguá, contou com 40 participantes.

Para a coordenadora do Programa de Ciências do WWF-Brasil, Mariana Napolitano, “o maior indicador de sucesso foi a forma como os gestores, associações e parceiros locais incorporaram e adaptaram a ação, conferindo legitimidade e sentido a cada uma das atividades realizadas”.

Idealizada pela Rede Pró UC e realizada pela Coalizão Pró UCs, a campanha Um Dia no Parque é um convite para os brasileiros conheçam e frequentem as Unidades de Conservação. O objetivo da campanha é criar uma cultura de visitação aos parques e reservas do Brasil, tornando essa, uma data de comemoração oficial no país.

 “Essa edição do Um Dia no Parquee mostrou o quanto as nossas áreas protegidas são importantes para a sociedade. Na Mata Atlântica, onde vive a maior parcela da população urbana do Brasil, o apoio da sociedade a essas áreas é o que vai garantir um futuro próspero da nossa floresta”, afirma a bióloga e gerente de Áreas Protegidas da Fundação SOS Mata Atlântica, Erika Guimarães.

A Coalizão é um grupo de Organizações Não Governamentais formado por instituições de todo o país que têm um objetivo em comum: o fortalecimento das Unidades de Conservação.

“A capilaridade alcançada neste 21 de julho é um reflexo concreto do trabalho colaborativo desenvolvido pela Coalizão Pró UCs, que mais uma vez mostrou sua capacidade de catalisar forças para promover a valorização das Unidades de Conservação em uma ação que atingiu todo o país”, avalia Fernando Pieroni, diretor-presidente do Instituto Semeia.

A campanha só teve este sucesso graças ao engajamento destas instituições e parceiros de todo o Brasil, que apoiaram e abraçaram a campanha, como o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação), os órgãos ambientais estaduais, como Fundação Florestal (SP), Inea (RJ), Iap (PR), Imasul (MS), Ideflor-bio (PA), SEMA-CE, Ibram-DF, órgãos ambientais municipais, grupos, coletivos e instituições. Ao todo foram mais de 130 parceiros mobilizadores de norte a sul do país. A campanha contou também com o apoio da GIZ, Sociedade Alemã de Cooperação Internacional, e das próprias ONGs da Coalizão, que se organizaram e contribuíram para a realização da ação.

Para o Secretário Executivo Adjunto e Gerente de Projeto no IMAFLORA, Roberto Palmieri, “órgãos estaduais como o Ideflor-Bio, no Pará, e parceiros locais não sentiram estarem sós ou isolados, mas sim fazendo parte de uma rede nacional que compartilha do mesmo desejo de estar mais próximo à natureza e, unidos, cuidar dela como um patrimônio de todos os brasileiros, mesmo nos locais mais remotos e até então pouco conhecido pelos próprios brasileiros”.

Angela Kuczach, Diretora Executiva da Rede Pró UC e idealizadora da iniciativa no Brasil, afirma que “Um Dia no Parque é uma ideia que veio para ficar, pois atende a uma necessidade dos brasileiros, que gostam e se preocupam com a natureza, mas que ainda estão aprendendo e descobrindo o encanto e a importância das Unidades de Conservação no país”.

Além disso, a campanha Um Dia no Parque é um grande convite à celebração da natureza, das UCs, e que gera essa noção de pertencimento e orgulho nos brasileiros, e quem participa se sente parte fundamental de algo maior.

A próxima edição, que acontece dia 20 de julho de 2020, já começou a ser preparada. A data, escolhida com base no aniversário do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), lei que rege as UCs e completa 20 anos no dia 18 de julho de 2020, torna a edição ainda mais importante e significativa.

O objetivo de 2020 é engajar mais Unidades de Conservação e levar ainda mais brasileiros para ter contato com a natureza.

Descubra como era a Mata Atlântica original

podcast: Descubra como era a Mata Atlântica original



22 Julho 2019   |   0 Comments
por Douglas Santos

Restam apenas aproximadamente 12,4% de remanescentes da Mata Atlântica distribuídos em fragmentos muito pequenos em 17 estados brasileiros.  “O Rainor Grecco, que foi um dos maiores desmatadores da Mata Atlântica no século passado, ele estima que só 3% da madeira foi aproveitada e todos os outros 97% foram queimados porque o que valia era a terra. Então a gente queimou um patrimônio que levou milênios para ser formado em menos de um século”, afirma Ricardo Cardim em entrevista ao podcast Barulho da Onça, do WWF-Brasil.

Descubra como era a Mata Atlântica original. Árvores com mais de 13 metros de diâmetro, biodiversidade e frutos abundantes. E como perdemos nossa conexão com a Mata Atlântica. Neste episódio do Barulho da Onça, nosso entrevistado é o botânico Ricardo Cardim, autor do livro “Remanescentes da Mata Atlântica: as grandes árvores da floresta original e seus vestígios.

Atualmente, a Mata Atlântica abriga 261 espécies de mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis e 280 de anfíbios, sendo que 567 espécies só ocorrem nesse bioma. Sua flora é representada por cerca de 20 mil espécies de plantas vasculares, das quais oito mil são endêmicas.


Escute agora:
🐆 site: www.wwf.org.br/barulho
🎧spotify: http://bit.ly/spotify_barulhodaonca_05  
🎧soudcloud: http://bit.ly/soundcloud_barulhodaonca_05

 

Em defesa de dados públicos e independentes sobre desmatamento

Em defesa de dados públicos e independentes sobre desmatamento



23 Julho 2019   |   1 Comment
 
O WWF-Brasil vem a público prestar sua solidariedade e manifestar seu respeito ao Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a seus pesquisadores, após ataque perpetrado pelo Presidente Jair Bolsonaro durante café da manhã com jornalistas estrangeiros na última sexta-feira (19/07). Na ocasião, o presidente questionou a veracidade dos dados sobre desmatamento na Amazônia publicados periodicamente pelo instituto de pesquisa.

O INPE é uma das organizações de pesquisa mais respeitadas do país, com reconhecimento internacional. Foi uma das pioneiras, em todo o mundo, a usar imagens de satélite para monitorar o desmatamento, ainda em 1974. Com a expertise adquirida, passou a publicar anualmente, a partir de 1988, dados acumulados sobre o desmatamento na Amazônia, através do Projeto Desflorestamento da Amazônia Legal (Prodes). Em 1989 passou a monitorar também o desmatamento na Mata Atlântica, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, e a partir de 2016 também para o Cerrado. Desde 2004 passou a fornecer dados em tempo real sobre o desmatamento, através do Deter, os quais foram fundamentais para a estruturação de ações de fiscalização por parte do Ibama, as quais resultaram na queda acentuada no desmatamento no país durante o período de 2008 a 2012.

A independência e excelência técnica do Inpe são um patrimônio da sociedade brasileira, o qual vem sendo resguardado de interferências políticas ao longo de diferentes governos. Reforçamos nossa solidariedade ao seu Diretor, Ricardo Galvão, que corretamente contestou a infundada e leviana afirmação de que os dados “não correspondem à verdade”.

O Palácio do Planalto adota uma atitude equivocada ao querer esconder os dados sobre o aumento no desmatamento na Amazônia, acreditando que com isso a imagem do país não seria prejudicada. Se os dados deixarem de ser públicos, o Brasil passará a integrar o seleto grupo de países que, ao sufocarem a ciência e a pesquisa independente por motivos ideológicos, passaram a ser reconhecidos como párias internacionais. É o caso da Venezuela, que há anos deixou de ter estatísticas oficiais sobre desemprego, inflação, pobreza, mortalidade infantil, dentre outros, por entender que a existência e a publicidade desses dados prejudicariam seu governo. Preocupa-nos sobremaneira que o Brasil também comece a trilhar esse caminho, no qual a motivação ideológica e a política prevaleçam sobre a verdade.

A sociedade civil brasileira, incluindo o WWF-Brasil, não tolerará que os dados de desmatamento passem a ser censurados pelo Palácio do Planalto, como anunciou Bolsonaro na data de ontem (22/07).

A publicidade e independência técnica do trabalho desenvolvido pelo Inpe são conquistas da sociedade brasileira que não podem ser destruídas. Seria um retrocesso civilizatório enfraquecer o Inpe, seja por meio de redução de suas verbas de funcionamento, seja por meio do silenciamento das informações que produz.

Neste momento, o Palácio do Planalto e o Ministério do Meio Ambiente deveriam se preocupar em efetivamente combater o desmatamento descontrolado, uma chaga que aflige a sociedade brasileira e vem causando imensos prejuízos a todos, inclusive para a agricultura de regiões do centro-sul do país, que depende diretamente das chuvas produzidas pela floresta para poder existir. Todos os dados produzidos pela ciência brasileira demonstram que não precisamos desmatar mais nenhum hectare de vegetação nativa para continuar aumentando a produção de alimentos. Dizer o contrário e inviabilizar o monitoramento do desmatamento, isso, sim, é atentar contra o interesse nacional.
Desmatamento volta com força à Amazônia, na expectativa de anistia com reforma do Código Florestal
© Ibama Enlarge

Como a morte de meio bilhão de abelhas afeta diretamente a sua vida


The WWF is run at a local level by the following offices...

Como a morte de meio bilhão de abelhas afeta diretamente a sua vida



25 Julho 2019   |   1 Comment
 
Por Taís Meireles

Já imaginou um mundo sem chocolate? Ou sem maçãs, amêndoas, tomates ou café? Pois é esse o cenário que podemos muito em breve encarar com a atual ameaça à vida das abelhas em todo o mundo.

Para se ter uma ideia, nos EUA, de acordo com informações da Casa Branca, as colônias de abelhas tiveram um declínio de 58% entre 1947 e 2014. No Brasil, só neste ano, já morreram meio bilhão de abelhas, segundo levantamento do Repórter Brasil.

Esses insetos, responsáveis pela polinização de 75% dos cultivos destinados à alimentação humana no mundo (FAO), estão sendo ameaçados pelas mudanças climáticas e pelo uso indiscriminado e indevido de  agrotóxicos na agricultura.

Se você está se perguntando “ah, mas que diferença faz ficarmos sem as abelhas?”. A resposta é: muita! “Apesar de não serem nativas do Brasil, a Apis mellifera  tem um papel importante na polinização de plantas cultivadas, sem elas, ou deixaríamos de consumir uma série de frutas, legumes e outros vegetais, ou esses alimentos ficariam mais caros, já que o trabalho de polinização teria de ser feito manualmente pelo ser humano”, comenta Edegar Rosa, diretor de Conservação e Restauração de Ecossistemas do WWF-Brasil.

A polinização das abelhas é um dos inúmeros serviços ecossistêmicos que a natureza oferece ao homem. Só a polinização, por exemplo, gera para a agricultura brasileira cerca de R$ 43 bilhões, de acordo com a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

Além dela, temos serviços como a água que vem dos rios e abastece nossas casas; o ar produzido pelas plantas e micróbios nos oceanos que nos possibilita respirar; as florestas absorvendo água da chuva e reduzindo o risco de inundações; as minhocas transformando resíduos em adubo para a terra; os manguezais protegendo a costa durante tempestades; entre tantos outros.

Trabalho em prol da natureza

Aqui no WWF-Brasil temos uma série de projetos que ajudam o meio ambiente a se recompor.  Um exemplo é a parceria que temos com o Banco do Brasil, a Agência Nacional de Águas e a Fundação Banco do Brasil, em prol da conservação das bacias hidrográficas brasileiras.

Desde 2010, já recuperamos juntos 875 hectares de terra por meio de técnicas de reflorestamento como plantação de mudas, semeadura direta e sistemas agroflorestais. O trabalho em campo ajuda a conservar as matas ciliares, que por sua vez aumentam o fluxo de água nas bacias e, consequentemente, o abastecimento de cidades próximas, como é o caso do Guariroba, bacia responsável por mais da metade do abastecimento de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.

Estudos realizados nas bacias do Guariroba (MS), Pipiripau (DF) e Xapuri (AC), chegaram à conclusão de que, em média, cada R$ 1 investidos nas bacias gerou um retorno de R$ 8 em serviços ecossistêmicos para as populações locais.

Quer conhecer mais trabalhos como esse? Acesse nosso Relatório Anual e fique por dentro de todos os nossos projetos. Você também pode apoiar nosso trabalho, se tornando um doador.

SE A NATUREZA NÃO TIVER FUTURO, NÓS TAMBÉM NÃO TEREMOS.

SE A NATUREZA NÃO TIVER FUTURO, NÓS TAMBÉM NÃO TEREMOS.

Juntos, nós podemos fazer a diferença por um mundo melhor.

Estamos esgotando os recursos naturais do nosso planeta.

Ficamos sem água porque desmatamos as florestas e
as nascentes dos rios. As mudanças no clima afetam a produção de alimentos, aumentando os preços desses produtos na cidade. As consequências são muitas!

Na natureza, tudo está relacionado, e é nossa responsabilidade cuidar, proteger, preservar.

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segunda-feira, 29 de julho de 2019

Aumento dos níveis de CO2 pode aumentar o rendimento do trigo, mas pode reduzir a qualidade nutricional

Aumento dos níveis de CO2 pode aumentar o rendimento do trigo, mas pode reduzir a qualidade nutricional


trigo
Foto: EBC

Os níveis de dióxido de carbono atmosférico (CO 2 ) estão subindo, o que, segundo especialistas, pode produzir mais secas e temperaturas mais altas. Embora essas mudanças climáticas tenham um impacto negativo no crescimento de muitas plantas, a maior disponibilidade de CO 2 pode realmente ser vantajosa porque as plantas usam o gás de efeito estufa para produzir alimentos pela fotossíntese.
Agora, pesquisadores relatando no Journal of Agricultural and Food Chemistry da ACS afirmam que um nível muito mais alto de CO 2 poderia aumentar o rendimento do trigo, mas reduzir um pouco sua qualidade nutricional

American Chemical Society*

O trigo é uma das culturas mais importantes do mundo; sua farinha é usada como ingrediente principal em uma grande variedade de alimentos, como pão, massas e doces. Anteriormente, os cientistas têm mostrado que níveis elevados de CO 2 pode aumentar os rendimentos do trigo, em detrimento de características de qualidade de grão, tais como o conteúdo de azoto e proteína.
No entanto, os cientistas ainda não conhecem toda a gama de mudanças na qualidade dos grãos que podem ocorrer em diferentes fases do desenvolvimento do trigo ou dos mecanismos bioquímicos por trás deles. Iker Aranjuelo e colegas quiseram examinar os efeitos de CO elevado 2 sobre a produção de trigo, a qualidade e o metabolismo durante a formação dos grãos e na maturidade.

Os pesquisadores cultivaram trigo em estufas com concentrações de CO 2 normais (400 partes por milhão; ppm) ou elevadas (700 ppm) . A equipe descobriu que o trigo cultivado sob altos níveis de CO 2 mostrou um rendimento 104% maior de grãos maduros. No entanto, o teor de nitrogênio do grão foi 0,5% menor nessas condições, e também houve pequenos declínios no teor de proteína e aminoácidos livres.

Os pesquisadores usaram cromatografia gasosa-espectrometria de massa para analisar as alterações metabólicas nos grãos em diferentes estágios de desenvolvimento. Entre outras mudanças, o elevado CO 2alterou os níveis de certos aminoácidos contendo nitrogênio durante a formação de grãos e na maturidade. Embora as mudanças metabólicas que eles detectaram tenham impactos modestos na qualidade final dos grãos, os efeitos podem ser amplificados por outras mudanças no ambiente de uma planta, como disponibilidade limitada de nitrogênio ou condições de seca, dizem os pesquisadores.
Referência:
Metabolic Effects of Elevated CO2 on Wheat Grain Development and Composition
David Soba, Sinda Ben Mariem, Teresa Fuertes-Mendizábal, et al
J. Agric. Food Chem.2019
American Chemical Society
Publication Date:July 24, 2019
https://doi.org/10.1021/acs.jafc.9b01594

* Tradução e edição de Henrique Cortez, EcoDebate.
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/07/2019
Aumento dos níveis de CO2 pode aumentar o rendimento do trigo, mas pode reduzir a qualidade nutricional, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 26/07/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/07/26/aumento-dos-niveis-de-co2-pode-aumentar-o-rendimento-do-trigo-mas-pode-reduzir-a-qualidade-nutricional/.


Dia da sobrecarga (29/07/2019) e os limites da resiliência da Terra, artigo de José Eustáquio Diniz Alves


Dia da sobrecarga (29/07/2019) e os limites da resiliência da Terra, artigo de José Eustáquio Diniz Alves


“Precisamos pegadas menores, mas também precisamos de menos pés”.
(Enough is Enough, 2010)

[EcoDebate] Em 2019, o Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day) acontece em 29 de Julho, a data mais precoce, desde que o planeta entrou em sobrecarga pela primeira vez no início da década 1970. Este dia marca o momento em que o sistema de produção e consumo absorveu todos os insumos naturais renováveis oferecidos pelo planeta, previstos para os 12 meses do ano. Portanto, o dia 02 de agosto é o dia em que a civilização global sai do verde do superávit ambiental para entrar no vermelho do déficit ambiental.
No restante do ano, a civilização estará no cheque especial e terá de recorrer à herança deixada por milhões de anos de evolução da natureza. Significa que as atuais gerações dilapidarão as condições de vidas das demais espécies vivas da Terra e comprometendo o futuro das próximas gerações de humanos.

pegada ecológica e biocapacidade, total, mundo

O cálculo da Sobrecarga é feito a partir de duas medidas realizadas para se avaliar o impacto humano sobre o meio ambiente e a disponibilidade de “capital natural” do mundo. A Pegada Ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que permite avaliar a demanda humana por recursos naturais, com a capacidade regenerativa do planeta. A Pegada Ecológica de uma pessoa, cidade, país ou região corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que utilizamos. Ela mede a quantidade de recursos naturais biológicos renováveis (grãos, vegetais, carne, peixes, madeira e fibra, energia renovável entre outros) que estamos utilizando para manter o nosso estilo de vida.


O cálculo é feito somando as áreas necessárias para fornecer os recursos renováveis utilizados e para a absorção de resíduos. É utilizada uma unidade de medida, o hectare global (gha), que é a média mundial para terras e águas produtivas em um ano. A Pegada Ecológica serve para avaliar o impacto que o ser humano exerce sobre a biosfera. A Biocapacidade avalia o montante de terra e água, biologicamente produtivo, para prover bens e serviços do ecossistema à demanda humana por consumo, sendo equivalente à capacidade regenerativa da natureza.


Em 1987, o Dia da Sobrecarga caiu em 19 de dezembro. Em 1995, caiu para 21 de novembro. Em 2007, caiu em 26 de outubro e no ano seguinte para 23 de setembro. Ano passado o Dia da Sobrecarga caiu em 01 de agosto. Agora em 2019, ficou em 29 de julho, conforme mostra a tabela abaixo.

dia da sobrecarga da Terra

Existem várias formas para se reduzir o déficit ambiental. Pode haver equilíbrio ecológico via redução do consumo, via redução da população, ou via redução simultânea dos dois vetores que estão degradando a saúde dos ecossistemas. Todavia, reduzir a população e o consumo no curto prazo é muito difícil. Mas ao longo do século XXI é possível planejar um decrescimento demoeconômico que coloque as atividades antrópicas em equilíbrio homeostático com a biocapacidade do Planeta, única forma de se evitar um colapso ambiental e civilizacional, como explicou, em entrevista recente, Herman Daly (2018), ao defender o Estado Estacionário.


O ser humano nasceu em um Planeta rico em meios de sobrevivência e generoso ao compartilhar, gratuitamente, toda a biodiversidade natural para o desfrute dos seres vivos existentes. A Terra tinha poucas pessoas e muita água, muita terra, muitas árvores, enfim, uma exuberante flora e fauna.
Mas a espécie humana utilizou a sua inteligência (instrumental) para desenvolver uma cultura egoísta e para se diferenciar do mundo natural. Sem consultar os demais seres vivos, a humanidade se autoproclamou dona da Terra e se disse semelhante à um suposto Deus que tudo criou. Como autodeclarada herdeira do Criador, a humanidade se apropriou de toda a riqueza natural disponível.


Se tudo isto fosse apenas um delírio de uma espécie presunçosa e vaidosa, seria apenas uma pavonice narcísica. Mas o sonho de grandeza fáustica se materializou de fato ao longo dos últimos 12 mil anos, começando com a Revolução Agrícola – desde o início do Holoceno – até a Revolução Industrial e Energética, do final do século XVIII, que deu início ao Antropoceno.


A civilização, literalmente, “passou o trator” sobre a integridade dos ecossistemas. Primeiro criou totens. Em seguida construiu pirâmides, aquedutos e catedrais. Depois espalhou uma miríade de benfeitorias (ou malfeitorias) sobre todos os cantos do Planeta, gerando uma máquina insana e insone de produção de bens e serviços para a satisfação da gula e da ganância humana. A humanidade cresceu e se enriqueceu às custas do encolhimento e do empobrecimento da vida natural.


A população mundial vai aumentar 2 bilhões de pessoas até 2050, segundo as novas projeções da ONU. As agências econômicas calculam que o PIB mundial vai mais que dobrar nos próximos 30 anos. Mas a economia é um subsistema da ecologia e o Planeta está chegando ao limite da sua capacidade de resiliência. Sem ECOlogia não há ECOnomia. Mais cedo ou mais tarde o sobrepeso das atividades antrópicas provocará um colapso ambiental. Então, será impossível continuar antecipando o Dia da Sobrecarga da Terra.

José Eustáquio Diniz Alves
Colunista do EcoDebate.
Doutor em demografia, link do CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2003298427606382


Referências:
HERMAN DALY. Ecologies of Scale, Interview by Benjamin Kunkel. New Left Review 109, January-February 2018
https://newleftreview.org/II/109/herman-daly-benjamin-kunkel-ecologies-of-scale
O’Neill, D.W., Dietz, R., Jones, N. (Editors), Enough is Enough: Ideas for a sustainable economy in a world of finite resources. The report of the Steady State Economy Conference. Center for the Advancement of the Steady State Economy and Economic Justice for All, UK, 2010.
http://steadystate.org/wp-content/uploads/EnoughIsEnough_FullReport.pdf

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/07/2019

Contaminantes Emergentes: Difíceis de remover nas estações de tratamento de água, fármacos, cosméticos e outros compostos contaminam recursos hídricos


Contaminantes Emergentes: Difíceis de remover nas estações de tratamento de água, fármacos, cosméticos e outros compostos contaminam recursos hídricos


Jornal da USP
Você sabia que a água que você consome em sua casa pode não estar totalmente livre de impurezas? Esse risco existe quando produtos que utilizamos no dia a dia, como remédios, protetores solares e itens de higiene pessoal são encontrados em rios que abastecem municípios. As estações de tratamento de água não conseguem remover completamente esses compostos, já que não possuem equipamentos apropriados para a tarefa. Batizados de contaminantes emergentes, essas substâncias desafiam há anos centenas de cientistas brasileiros a buscarem soluções eficientes e a entenderem os impactos que elas podem causar ao meio ambiente e aos seres vivos

Segundo o professor Eduardo Bessa Azevedo, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, o Brasil ainda não possui uma legislação que determine quantidades seguras desses contaminantes na água.
São substâncias encontradas em pequenas concentrações, mas que, se consumidas por anos, podem trazer algum risco”, alerta.
Estudos indicam que o lançamento não controlado de fármacos nos corpos d’água pode, por exemplo, gerar o desenvolvimento de microrganismos resistentes a antibióticos. Caso haja a ingestão dessa água contaminada, seres humanos e animais estão sujeitos a problemas como disfunções no sistema endócrino e reprodutivo, além de distúrbios metabólicos. Diversos compostos químicos são capazes de interferir no metabolismo, entre eles, destacam-se os que estão presentes em hormônios, anti-inflamatórios, antidepressivos, hidrocarbonetos poliaromáticos e pesticidas.

A falta de efetividade no combate aos contaminantes emergentes preocupa os cientistas e acende o sinal de alerta na sociedade. “As estações de tratamento d’água (ETAs), basicamente, trabalham para retirar sua turbidez e torná-la potável. Elas têm uma capacidade limitada de remoção desses contaminantes, pois foram projetadas numa época em que não existia essa demanda”, explica o docente. De acordo com o Instituto Trata Brasil, quase 35 milhões de brasileiros não têm acesso ao abastecimento de água tratada. Em 2016, uma em cada sete mulheres do País não tinha acesso à água, enquanto 7,5% das crianças e dos adolescentes não possuíam água filtrada ou vinda de fonte segura.
Estações de tratamento de água não foram projetadas para detectar presença de contaminantes emergentes – Foto: SAAE São Carlos
Estações de tratamento de água não foram projetadas para detectar presença de contaminantes emergentes – Foto: SAAE São Carlos

A ciência entra em cena

Há algumas décadas, pesquisas têm chamado a atenção sobre os possíveis danos que os contaminantes emergentes podem causar aos recursos hídricos, fato que impulsionou o interesse da comunidade científica em busca de soluções para identificação, monitoramento e remoção dessas substâncias.

No IQSC, o Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Ambientais (LDTAmb) está envolvido nesse desafio, criando alternativas promissoras. “Diferentemente das tecnologias tradicionais, as quais amenizam o problema da poluição, mas não o resolvem, as pesquisas desenvolvidas em nosso laboratório se preocupam em realmente destruir os contaminantes. Não basta reduzirmos a concentração de determinada substância se ela ainda continua com sua função biológica ativa, podendo trazer algum perigo”, afirma o professor Eduardo, que coordena o LDTAmb.

Uma das pesquisas desenvolvidas no Laboratório da USP é a de Maykel Marchetti, doutorando do IQSC. Após realizar um levantamento, o pesquisador descobriu quais eram os fármacos mais prescritos e consumidos no Brasil e, a partir dessa relação, determinou as quatro substâncias químicas mais prováveis de serem encontradas na água. São elas: paracetamol (analgésico), cetoprofeno (anti-inflamatório), diclofenaco (anti-inflamatório) e o ácido salicílico (utilizado no tratamento da acne). Com essas informações em mãos, Maykel desenvolveu um método analítico capaz de detectar e quantificar, simultaneamente, todos esses quatro fármacos em água e aplicou uma técnica para degradá-los, que funciona através de uma reação química envolvendo peróxido de hidrogênio (água oxigenada), oxalato de ferro e luz (LED). “Essa técnica nos permitiu fazer o tratamento da água em condições semelhantes às adotadas nas ETAs”, explica.

Após desenvolver um método para identificar, simultaneamente, quatro tipos de fármaco na água, Marchetti degradou as substâncias aplicando uma reação química – Foto: Henrique Fontes/IQSC
Após desenvolver um método para identificar, simultaneamente, quatro tipos de fármaco na água, Marchetti degradou as substâncias aplicando uma reação química – Foto: Henrique Fontes/IQSC

No laboratório, o pesquisador testou o procedimento de degradação proposto. Após dissolver os quatro contaminantes em água, adicionou à solução o oxalato de ferro e o peróxido de hidrogênio. Em seguida, a água foi colocada dentro de um reator com LEDs, onde ficou por aproximadamente 25 minutos reagindo. “Nós utilizamos uma concentração de contaminantes até um milhão de vezes maior do que a encontrada nas águas e, mesmo assim, atingimos uma porcentagem de 95% de degradação. No entanto, vale ressaltar que isso não significa que eles foram totalmente removidos, mas sim transformados em outras substâncias que precisam ter sua toxicidade analisada”, afirma o doutorando, que apresentou seu trabalho no 47º Congresso Mundial de Química da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), que aconteceu em Paris (França) entre os dias 5 e 12 de julho.

Para validar seu método de detecção e quantificação dos fármacos, Marchetti estudou as águas superficiais de São Carlos, responsáveis pela metade do abastecimento do município, por meio do Córrego Espraiado e do Ribeirão Feijão. Durante um ano, o pesquisador coletou amostras mensais de água dos pontos de entrada e saída da estação de tratamento da cidade e, felizmente, não foi identificado nenhum dos quatro fármacos pesquisados. Contudo, um estudo realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em 2014 revelou, após três anos de análises, a presença de cafeína, paracetamol, atenolol e dos hormônios estrona e 17-β-estradiol no Rio Monjolinho. Embora ele não seja utilizado para abastecimento público, os pesquisadores se preocupam com a conservação dos recursos hídricos e a proteção da vida aquática.

Pesquisador apresentou seu trabalho no 47º Congresso Mundial de Química da IUPAC – Foto: Henrique Fontes/IQSC
Pesquisador apresentou seu trabalho no 47º Congresso Mundial de Química da IUPAC – Foto: Henrique Fontes/IQSC

Planeta afetado

Os contaminantes emergentes já se tornaram um problema global, tendo sido encontrados em dezenas de países, inclusive no Brasil. Em Campinas (SP), amostras de ácido salicílico, paracetamol e cafeína já foram identificadas no Córrego Anhumas. Além de atuar como um indicador de contaminação por fármacos, a cafeína pode causar, em altas concentrações, problemas aos peixes, como a diminuição da capacidade de locomoção e a morte de embriões. Outra substância encontrada em águas brasileiras foi o diclofenaco, confirmada no Rio Pinheiros, na capital paulista, e no Rio Paraíba, que banha o Estado paraibano. Em âmbito internacional, rios de países como Estados Unidos, Espanha, Suíça e Costa Rica já sofrem com a presença desses contaminantes.

O descuido quanto ao descarte irregular de remédios é uma das principais causas do aparecimento desse tipo de contaminante na água. Despejar produtos vencidos na pia ou em vasos sanitários, por exemplo, faz com que as substâncias cheguem até rios e mananciais. Embora a mudança de alguns hábitos seja essencial para não acentuar ainda mais o problema, causas naturais também contribuem para essa contaminação. Afinal, parte do remédio que tomamos não é metabolizada pelo nosso organismo, sendo eliminada via urina, fezes ou suor. Situação semelhante ocorre quando tomamos banho após a utilização de protetor solar, ocasião em que o produto é eliminado pelo ralo, podendo chegar tanto a águas superficiais como subterrâneas. Por sua vez, fármacos utilizados na agropecuária também são capazes de contaminar os recursos hídricos.
Esquema mostra possíveis rotas dos contaminantes emergentes no meio ambiente – Arte: Maykel Marchetti, adaptado de Thomas Heberer
Esquema mostra possíveis rotas dos contaminantes emergentes no meio ambiente – Arte: Maykel Marchetti, adaptado de Thomas Heberer
Segundo a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realiza pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 71,8% dos municípios brasileiros não apresentavam políticas de saneamento e, em 48,7% deles, não havia órgão fiscalizador da qualidade da água. Já de acordo com o Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas, divulgado em 2017 pela Agência Nacional das Águas (ANA), menos da metade dos esgotos do País é coletado e tratado e apenas 39% da carga orgânica gerada diariamente no Brasil é removida pelas estações de tratamento de esgoto antes dos efluentes serem lançados em rios.

Fazendo o dever de casa

Ações para melhorar a qualidade da água não podem se restringir apenas aos cientistas. Segundo o Instituto Trata Brasil, mais de 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do país, despejam esgoto irregularmente, mesmo tendo acesso a redes coletoras. Pequenas atitudes, se feitas em grande escala, podem ajudar a evitar uma contaminação ainda maior.
Professor Eduardo Bessa Azevedo coordena o Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Ambientais do IQSC – Foto: Henrique Fontes/IQSC
Professor Eduardo Bessa Azevedo coordena o Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Ambientais do IQSC – Foto: Henrique Fontes/IQSC
Segundo o professor Eduardo Bessa Azevedo, comportamentos que contribuam para a manutenção dos recursos naturais devem começar dentro de nossas casas. Afinal, não existe o “jogar fora”, pois, na verdade, tudo o que descartamos sempre irá para algum lugar, podendo gerar grandes prejuízos se feito de maneira impensada. Por isso, o docente faz um pedido: “Não descarte produtos em locais incorretos e evite usar água para o que não for necessário, como lavar a calçada. Se puder fazer limpeza a seco, priorize-a. As pessoas pensam que atitudes isoladas não trarão nenhuma melhora, mas imagine se todos resolvessem ajudar.”

Preocupados com o futuro de nossa água, os cientistas da USP continuarão em busca de novas alternativas para combater os contaminantes emergentes e, sem dúvida, motivações não irão faltar. “É uma questão de saúde pública, e trabalhar no desenvolvimento de soluções para o problema nos dá a certeza de que estamos fazendo o nosso papel”, finaliza Marchetti.

Com informações de Henrique Fontes – Assessoria de comunicação do IQSC/USP

Do Jornal da USP, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/07/2019

Contaminantes Emergentes: Difíceis de remover nas estações de tratamento de água, fármacos, cosméticos e outros compostos contaminam recursos hídricos, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/07/2019, https://www.ecodebate.com.br/2019/07/25/contaminantes-emergentes-dificeis-de-remover-nas-estacoes-de-tratamento-de-agua-farmacos-cosmeticos-e-outros-compostos-contaminam-recursos-hidricos/.