quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Operação Tartaruga da Polícia Militar deixa população à mercê de criminosos.

 Movimento com implicações eleitoreiras prejudica o atendimento das ocorrências e contribui para o avanço da criminalidade no DF. Comércio ameaça suspender serviço 24 horas


Renato Alves
Publicação: 30/01/2014 07:56 Atualização: 30/01/2014 08:08

Em 19 de janeiro, bandidos armados atacaram restaurante em um posto de gasolina na Asa Sul: comerciantes com medo do aumento da violência  (Marcelo Ferreira/CB/DA Press)
Em 19 de janeiro, bandidos armados atacaram restaurante em um posto de gasolina na Asa Sul: comerciantes com medo do aumento da violência

A Operação Tartaruga, conduzida por policiais militares, tornou-se o principal problema para a segurança pública do Distrito Federal. Pulverizado, o ato não tem uma liderança política com autoridade e legitimidade para dialogar com o Executivo e negociar as reivindicações da categoria. O movimento que prega o atraso no atendimento das ocorrências é inflado por associações comandadas principalmente por policiais com pretensões eleitorais. Sem um interlocutor com representatividade, a iniciativa tem servido apenas para alimentar a violência.

Enquanto parte da corporação cruza os braços para pressionar por melhorias salariais e desgastar a imagem do governo, a criminalidade avança na capital do país. Levantamento da Secretaria de Segurança Pública indica que, apenas nos primeiros 29 dias do ano, houve 63 homicídios, com um aumento de 28% em relação a janeiro de 2013. Muitos policiais militares têm evitado os chamados da população. Como mostrou o Correio em reportagens publicadas na semana, alguns PMs trocam mensagens em que revelam a omissão no atendimento.

Além da lentidão no combate ao crime, os policiais que alimentam a operação Tartaruga utilizam as redes sociais para disseminar um discurso radical e politizado. Disparam comentário agressivos, tripudiam da angústia da população e vibram com os crimes cometidos no Distrito Federal. Na terça-feira, o Correio publicou uma outra frente dos militares radicais: a distribuição de outdoors com as reivindicações e ameaças às autoridades de segurança.

Ameaça econômica

Iniciada há dois meses, a Operação Tartaruga começa a refletir na economia do DF. Em função de assaltos recentes às lojas de franqueados brasilienses, uma rede internacional de fast-food estuda suspender o serviço 24 horas de todas as unidades instaladas na capital do país. Se adotada a medida, inédita no país, os estabelecimentos do grupo fecharão as portas entre as 22h e as 8h.

Um comentário:

Anônimo disse...

É muito fácil para o Governo jogar a culpa nos policiais.SE o governo não tivesse por motivos eleitoreiros e de lucro pessoal permitido que o DF se transformasse na maior favela da América do Sul talvez essa criminalidade brava não existisse.

Enquanto os governantes derem lotes e regularizarem invasões e permitirem a entrada no DF de todos os Sem Teto do Brasil a criminalidade só vai aumentar.