quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Ambientalistas criticam governo PT.

Ambientalistas criam pontes com oposição para rivalizar pauta ruralista

Aliados incondicionais da ex-ministra Marina Silva na campanha presidencial de 2010, os ambientalistas agora tentam criar elos com os dois principais candidatos de oposição e se preparam para disputar espaço com os ruralistas na agenda dos candidatos em 2014.

A presidente Dilma Rousseff também será procurada pelo setor, mas a candidatura à reeleição da petista será fortemente combatida.

A avaliação de dirigentes de ONGs, quadros da militância ambiental e especialistas ouvidos pelo Estado é que o atual governo esvaziou e sucateou órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), além de ter isolado a pasta do Meio Ambiente na Esplanada dos Ministérios.

 “Dilma não tem pontes com o movimento ambiental. O setor está mais próximo do Eduardo Campos, mas Aécio Neves ainda tem tempo de manobra para recuperar terreno”, afirma Mário Mantovani, diretor executivo da ONG SOS Mata Atlântica, referindo-se aos prováveis candidatos de PSB e PSDB, respectivamente.

 “A Dilma continua sendo uma presidenta que é antes de tudo uma ministra das Minas e Energia”, emenda Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace.


No Congresso, até ruralistas são 'verdes'

02 de janeiro de 2014 | 2h 04
 
ANÁLISE: Daniel Bramatti - O Estado de S.Paulo
 
A defesa do meio ambiente é uma bandeira difusa no mundo político brasileiro. Governantes e parlamentares que se definem como ambientalistas não se sentem obrigados a demonstrar, no dia a dia de suas atividades, envolvimento direto com a causa.

Alguém definiria como "verdes" os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR)? Ou as deputadas Elcione Barbalho (PMDB-PA) e Jandira Feghali (PC do B-RJ)? Pois são todos integrantes da chamada Frente Parlamentar Ambientalista, uma das maiores bancadas temáticas do Congresso. Nada menos que 175 deputados e 11 senadores integram o grupo, criado em 2011 e coordenado por Sarney Filho (PV-MA). Quase um terço do Congresso, portanto. Estão lá parlamentares de 20 partidos, do DEM ao PSOL, do PT ao PSDB.

Mas esse grupo atua, na prática, como uma bancada? A resposta é não. E isso fica claro a partir de análises feitas com o Basômetro - ferramenta online desenvolvida pelo Estadão Dados que mostra o comportamento de indivíduos e partidos nas votações realizadas na Câmara e no Senado.

Os dados mostram que os autoproclamados ambientalistas não apresentam um padrão similar de votação, nem mesmo quando o projeto em questão está diretamente relacionado ao meio ambiente.  

O exemplo maior é o do Código Florestal. Em abril de 2012, a maioria dos parlamentares da Frente Ambientalista se alinhou aos ruralistas na tentativa de derrubar o projeto do governo nas votações ocorridas na Câmara. 

O fato é que as divergências entre ambientalistas e ruralistas, tão frequentes e acirradas no mundo das ONGs e entidades representativas, não se manifestam da mesma maneira no Congresso. Isso só poderia acontecer se parlamentares tivessem dupla personalidade. Afinal, 107 deputados integram tanto a Frente Parlamentar Ambientalista quanto a Frente Parlamentar da Agropecuária - nome oficial da bancada ruralista.
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