quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Autor da trilogia 'Millenium' dá pista sobre assassino de premiê da Suécia


25/02/2014 13h55

 

Nunca solucionada, morte gerou caçada policial e teorias conspiratórias.


Palme foi morto a tiros em 1986 após sair do cinema com sua mulher.

Da Reuters

Rooney Mara em Millennium: os homens que não amavam as mulheres (Foto: Divulgação) 
Rooney Mara no filme 'Millennium: Os homens que
não amavam as mulheres' (Foto: Divulgação)


O mais misterioso assassinato não solucionado na Suécia teve uma reviravolta: a revelação de que o escritor de histórias policiais e campeão de vendas de livros Stieg Larsson enviou à polícia evidências relacionando o assassinato do primeiro-ministro Olof Palme, em 1986, à África do Sul. 

O jornal "Svenska Dagbladet" informou nesta terça-feira (25) que o escritor, autor da trilogia "Millenium", encaminhou à polícia 15 caixas com papéis que, segundo ele, ligavam o assassinato de Palme, a tiros, a um ex-militar sueco que teria ligações com os serviços de segurança sul-africanos.


Os livros de Larsson, que morreu de ataque cardíaco em 2004, venderam mais de 75 milhões de exemplares em 50 países. As obras são "Os Homens que Não Amavam as Mulheres", "A Menina que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar". 

A história do sueco deu origem a filmes. A informação sobre o crime foi manchete nos órgãos de imprensa de toda a Suécia. Como no caso do assassinato de Kennedy nos Estados Unidos, a morte de Palme deu origem a uma enxurrada de teorias conspiratórias.


Palme, um crítico aberto do regime de segregação racial (apartheid) em vigor na época na África do Sul, foi morto à bala quando caminhava por uma rua no centro de Estocolmo na noite de 28 de fevereiro, depois de ter ido ao cinema com sua mulher. 

Um criminoso de pouca expressão foi considerado culpado em 1989, mas recorreu e foi solto no mesmo ano.


O sueco que o escritor suspeitava ter sido o responsável pelo assassinato, Bertil Wedin, nega envolvimento no crime. Já a vice-procuradora-geral Kerstin Skarp, que comanda o inquérito, diz que Wedin "não é alguém que estejamos buscando com alguma intensidade no momento". 

O nome de Wedin não é novo na investigação. Já apareceu nos anos 1990 em meio a uma intensa cobertura da mídia sobre uma suposta conexão sul-africana no caso.

O assassinato deu origem a um grande número de investigações particulares, incluindo a de Larsson. 

Houve tantas investigações por conta própria de suecos que o assunto até deu origem a uma palavra - "privatspanare" - ou patrulheiros privados.

Palme, primeiro-ministro social-democrata entre 1969 e 1976 e novamente entre 1982 e 1986, era odiado pelos conservadores suecos e no exterior por suas posições anticolonialistas e críticas feitas aos Estados Unidos. Alguns direitistas chegam a acreditar que ele fosse um espião da KGB.


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