domingo, 31 de agosto de 2014

Sem chuva, sub-bacias do DF estão no limite



Sem chuva, sub-bacias do DF estão no limite

Apesar do cenário preocupante, Adasa garante abastecimento à população até 2040
 
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br



Há 34 dias sem chuvas, seis sub-bacias hidrográficas do Distrito Federal já estão em situação limite, avisa a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa).


 A Caesb alerta que não há riqueza de água no DF e que o crescimento desordenado das cidades pode afetar mananciais. 


Ainda assim, a projeção é de que a população esteja abastecida pelo menos até 2040.


A previsão da companhia considera o crescimento populacional atual, mesmo que a tendência do número seja diminuir. “Nós não temos problema com falta de água, não há motivo para preocupação. Todo o sistema de abastecimento do DF é pensado para períodos críticos de seca. Mas há, sim, uma limitação”, declarou Antônio Luís Harada, assessor da Diretoria de Engenharia e Meio Ambiente da Caesb.


Existem sete bacias hidrográficas no DF, que são divididas em 40 unidades hidrológicas, que funcionam como sub-bacias. 


“Tudo é controlado pelo Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos (PGIRH), que é responsável pelos dados quantitativos e qualitativos das águas, informados por pontos de monitoramento”, explica Rafael Machado Mello, superintendente de Recursos Hídricos da Adasa. 



No limite
Três das sete unidades da bacia do Rio Preto, a oeste do Distrito Federal, que drenam para o São Francisco, já estão no limite. Isso significa que “tudo  que é retirado dos rios já é o máximo que é possível comprometer da bacia”, afirma o representante da Adasa.


Mello acrescenta ainda que “as outras quatro unidades apresentam situação favorável, mas não é possível comprovar que há sobra de água”.


Na mesma situação, há cerca de cinco anos, está a bacia do Rio Pipiripau, sub-bacia de São Bartolomeu, no nordeste,  que fornece água para centenas de agricultores e ainda faz parte do abastecimento de Sobradinho e Planaltina. Essa é, normalmente, a mais atingida pela estiagem. “Sua produção e a captação já estão no máximo, mas há uma gestão para 'dividir' o recurso entre o grupo de irrigantes, canal e abastecimento da Caesb”, diz Mello.


Prontos para a demanda
Outras duas sub-bacias, do Rio Santa Maria e do Rio Descoberto enfrentam situação atípica. “Elas estão em equilíbrio. Tudo o que é produzido é demandado para o abastecimento da cidade”. 


Todas as sub-bacias que se encontram no limite estão em observação para o início de novos consumos, mas têm condições de atender à demanda dos usuários que têm outorga, diz Rafael Mello, superintendente de Recursos Hídricos da Adasa.


Especialista em recursos hídricos, Demetrios Christofidis explica que “as bacias alimentadas pelas chuvas que caem em Minas Gerais são afetadas pela estiagem e sofrem as consequências. Isso deve ser recuperado rapidamente, assim que as chuvas voltarem, mas, agora, é preciso intensificar os cuidados com desperdício e mau uso”.


Quanto maior a população, maior o consumo e maior a área ocupada. O crescimento desordenado é um problema para as pastas responsáveis pelos recursos hídricos do DF. A Caesb trabalha com órgãos ambientais para que a população não chegue perto dos mananciais, como ocorreu em Vicente Pires, por exemplo.


 “Tentamos coibir a ação nas áreas de proteção de manancial. Todas aquelas em que utilizamos os recursos hídricos são protegidas contra invasões para garantir a segurança”, afirmou o assessor Antônio Luís Harada.
Ribeirão bananal



Para minimizar o problema há  um planejamento para que sejam criadas novas fontes de abastecimento. A mais próxima, que deve ocorrer já em 2015, é a captação do Ribeirão Bananal, que nasce no Parque Nacional de Brasília. Em 2017 e 2018, Lago Paranoá e Corumbá 4 devem completar o abastecimento, respectivamente. “Todos os pontos já estão licenciados para que não tenham problemas de abastecimento”, diz Harada.


O especialista alerta para a mudança de mentalidade da população para o uso consciente. “Não há risco de a água potável acabar porque está relacionada a algo muito maior que a ação humana. Para isso, seria necessária uma mudança global. O que acontece é que a sociedade precisa ter uma adaptação de mentalidade de desperdício e mau uso dos recursos”, explica.


Qualidade no abastecimento
 No ano passado, o Relatório Anual de Qualidade da Água da Caesb classificou a qualidade da água distribuída como boa ou muito boa, avaliando os sistemas de produção de água para o abastecimento do DF, sendo que o maior é o do Rio Descoberto, que atende cerca de 60% da população do DF.



“As principais fontes de poluição e contaminação dos mananciais decorrem das atividades desenvolvidas em suas respectivas bacias hidrográficas, com destaque à ocupação urbana, loteamentos, desmatamentos, erosão, criação de animais, agricultura, extração de areia e cascalho e deposição de lixo”, descreve o documento.


Para o especialista, economizar em quantidade evitaria a degradação da qualidade da água, que seria o problema maior: “Quanto pior é o uso do recurso, pior é a qualidade do bem ao longo dos anos”. Nisso, está incluído, por exemplo, o uso de produtos que não são biodegradáveis diluídos na água, e que  é como forma de contaminação.



A empresa garante que quase 99% dos aproximadamente 3 milhões de brasilienses é contemplada. “Não é falta de estrutura para abastecer as demais regiões, mas é questão de regularização fundiária, e ocorre em algumas invasões e condomínios que estão em processo de legalização”.  


Em uma invasão próxima à Vila Santa Luzia, na Estrutural, a dona de casa Elza Neves, de 39 anos, e seus vizinhos  “resolveram” o problema da falta de água. As aspas são porque, na realidade, a clandestinidade tomou conta do lugar. “Instalaram mangueiras para as casas de cima e nós puxamos para a nossa para termos água. Sem isso não dá para viver. Compramos o equipamento e agora conseguimos beber e fazer comida com ela”, revela. 



Saiba mais
São Paulo vive seu 13º ano mais seco desde 1973 e a população sofre com os baixos reservatórios hídricos.

 No Ceará, 24 municípios estão em racionamento de água. São 103 açudes com menos de 30% da capacidade. 

No ano passado, o sertão nordestino enfrentou a maior seca dos últimos 50 anos e fez o Brasil entrar no mapa mundial de eventos climáticos extremos de 2013.


A Organização Mundial de Meteorologia considera a seca como o único evento extremo do País. 


Em 2014, a organização internacional Global Footprint Network (GFN) informou que a humanidade usou todos os recursos naturais disponíveis para o ano. 


Desperdício
A agricultura é vista pela ONU como alvo prioritário para as políticas de controle racional de água. De acordo com a Organização as Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de 60% da água utilizada em projetos de irrigação é perdida por fenômenos como a evaporação. 


Ainda segundo o órgão, uma redução de 10% no desperdício poderia abastecer o dobro da população mundial.   A Agência Nacional de Águas (ANA) informa que a irrigação é a maior usuária de água no Brasil, com uma área de aproximadamente 29,6 milhões de hectares 
Ameaças reais


Especialistas destacam que  entre os vilões de uma possível escassez de água estão a urbanização desenfreada, o aumento da demanda por água para consumo e a má conservação dos mananciais. Para tentar reverter o quadro, soluções a curto prazo começam a ser tomadas e, nos próximos anos, o Lago Paranoá pode vir a servir como fonte de abastecimento.


De acordo com a especialista em meio ambiente Rosana de Castro, o  caso da região em que se encontra o DF traz desafios. Sua oferta de água é naturalmente menor por ser localizada em região de nascentes. Nessas áreas, grandes massas de águas, como rios volumosos, são difíceis de serem encontradas. “O DF concentra nascentes que abastecem diversas regiões do País. ”, conclui a especialista.

Comentario

Apesar da agua obviamente estar acabando, a dobradinha de malucos, o Agnulo e o Mazela, querem ainda construir no DF mais um município com um milhão de habitantes na fazenda do corrupto do Luiz Estevão para o trio de irresponsáveis ficar ainda mais rico e quando acabar a agua de Brasília eles pegam o avião particular e vão morar em Miami.E a gente que se dane.E ainda se vangloriam de serem do PT, supostos defensores do povo.Me dão nojo!Minha ultima esperança do Brasil crescer com sustentabilidade está na Marina.Outra coisa, soube que os técnicos da Adasa são tão comprados quanto os do IBRAM. Dizem o que o Mazela e o Agnulo querem que seja dito para favorecer as empreiteiras.O único verde que defendem é o do dólar.

Anonimo

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