segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Mercado dos animais de estimação está muito longe da crise

Novidades em alimentos e diversão seduzem donos dos animais

jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br


Eles abanam o rabo quando estão felizes, abaixam as orelhas de vergonha e fazem a festa quando os donos se aproximam.


Os animais de estimação fazem parte da vida de quase metade da população brasiliense e ganharam um dia no Eixão. Cerca de 350 bichos estiveram ontem no primeiro Pet Day, evento inteiramente destinado aos bichos e seus proprietários, que tiveram acesso a novidades do mercado que, com tanto carinho, não sente impacto da crise. Como destaque, alimentos naturais feitos especialmente para pets fizeram sucesso.


A capital é o terceiro maior mercado pet do País. Uma pesquisa da Comissão de Animais de Companhia associada ao Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal não deixa mentir: 42% das casas do DF têm, pelo menos, um animal doméstico. No Eixão Sul, estiveram pessoas de várias regiões administrativas, como Natália Alves, bancária, 31 anos, que saiu de Ceilândia para levar seu pequeno Alvin para aproveitar o sol.


“Não tem muitos eventos para animais por aqui e é importante para interação”, avaliou. Ontem, seu cachorro passeou pelo circuito de brinquedos, ganhou ração e alimento totalmente natural, ainda desconhecido pela dona: “Vou levar para ver se ele gosta. É mais saudável”.


A possibilidade de oferecer alimentos feitos com ingredientes integrais também chamou atenção de Carmem e Ester de Souza, de 46 e 13 anos. A funcionária pública e sua filha saíram do Guará para passear com o Thor, adotado de um abrigo, e ficaram com vontade de fazer algo especial pelo cão. “Os animais agora estão virando gente, ganhando um espaço cada vez maior. Tem coisa para fazer festa de aniversário que eu não conhecia”, exemplificou.


Saiba mais
A primeira edição do Pet Day reuniu tutores, bichos, expositores de produtos para animais, veterinários, adestradores e organizações não-governamentais.


Nos próximos dois meses, a expectativa é que ocorram duas caminhadas com sup dog nos lagos Norte e Sul. A ideia é que donos e animais percorram a orla do lado e façam stand up paddle juntos no Lago Paranoá.


Mercado oferece comida natural
A zootecnista Leilane Zanganelli, 31 anos, é responsável pelo balanceamento de nutrientes e produção de petiscos naturais oferecidos em uma das bancas do evento. Ela explicou que a comida é feita sem conservante, sal, gordura ou açúcar. “Até os cachorros mais exigentes adoram. Fazemos bolos, biscoitos cupcakes, tudo para uma festa de aniversário para eles. Hoje, o cachorro é um filho”, revelou.


A venda, que começou de forma tímida, já tem uma saída além do esperado. “Vendemos mais o (produto) natural que o industrializado. A procura é muito maior do que conseguíamos imaginar”, contou o veterinário Lucas Rios, 30. Ele deixou de comprar alguns petiscos das fábricas porque encalhavam nas prateleiras.


O crescimento de vendas desse produto acompanha a expansão do setor pet que, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação,  faturou  R$ 16,7 bilhões no ano passado. Isso representa um crescimento de 10% comparado a 2013, que teve R$ 15,2 bilhões de lucro.


Foi justamente visando o crescimento do mercado e a carência de eventos destinados aos animais de estimação que os empresários Priscila e Guilherme Daves resolveram realizar o primeiro do que deve se tornar um evento semestral. Donos de uma rede de pet shops, eles criaram um ambiente para que donos e cachorros interagissem com a participação de parceiros.


“Divulgamos muito pela internet e tivemos gente de Brasília inteira. Foi um público muito maior que o esperado”, comemorou a empresária. Nenhum episódio de briga entre os animais foi registrado.



Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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