quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Roupas elétricas esquentam de verdade

Roupas elétricas esquentam de verdade

Roupas elétricas esquentam de verdade
A luva mantém a mão quente por igual usando uma bateria tipo botão. [Imagem: UMass Amherst]

Roupa com aquecimento
Logo, logo, a expressão "Essa roupa esquenta" deixará de ser uma mera figura de linguagem.
Lushuai Zhang, da Universidade de Massachusetts, nos EUA, desenvolveu uma técnica para incorporar finas resistências elétricas nas fibras dos tecidos, que são usadas para aquecer levemente as vestimentas.

O protótipo é uma luva que mantém as pontas dos dedos - as extremidades sofrem mais com o frio - com uma temperatura ligeiramente acima da temperatura da palma das mãos.
Uma bateria do tipo botão, pesando 1,8 grama, manteve as mãos aquecidas por oito horas - usando uma bateria de 6 volts, a temperatura da luva chegou a 45º C, o que pode ser quente demais.

O material de aquecimento é um polímero condutor conhecido como PEDOT (poli[3,4-etilenodioxitiofeno])).

Ele foi depositado sobre as fibras de tecido usando a técnica de deposição de vapor químico, que aos poucos vem passando dos laboratórios para a indústria. Essa técnica é muito precisa e garante que as fibras permaneçam flexíveis e possam ser costuradas, mas até há pouco tempo era cara demais.


Biocompatibilidade e segurança
A equipe encomendou um teste de biocompatibilidade em um laboratório independente, onde células do tecido conjuntivo de camundongos foram expostas a amostras do tecido elétrico. Os resultados sugerem que o material revestido com PEDOT é seguro para o contato com a pele sem causar reações adversas aos produtos químicos utilizados.


A equipe também avaliou as questões de calor, umidade e estabilidade de contato com a pele para evitar que o usuário experimente qualquer choque elétrico de um elemento condutor úmido. "Quimicamente, o que usamos para envolver o tecido condutor parece poliestireno, o material usado para fazer embalagens. Ele envolve completamente o material condutor para que o condutor elétrico nunca seja exposto," garantiu a professora Trisha Andrew.

"Esperamos que isto chegue aos consumidores como um produto real nos próximos anos. Talvez sejam dois anos para um protótipo e cinco anos até o consumidor. Eu acho que este é o dispositivo mais preparado para o consumidor que temos. Está pronto para ir para a próxima fase," completou Andrew.

Além do conforto para o inverno, roupas com aquecimento terão certamente aplicações médicas. E, com a onda de mobilidade, incorporar os aparelhos eletrônicos nas próprias roupas parece ser o próximo passo natural para quem não consegue - ou não pode - mais viver sem seus equipamentos. A inserção de fiações elétricas seguras é um passo importante para isso.

Bibliografia:

Transforming Commercial Textiles and Threads into Sewable and Weavable Electric Heaters
Lushuai Zhang, Morgan Baima, Trisha L. Andrew
ACS Applied Materials & Interfaces
Vol.: 9 (37), pp 32299-32307
DOI: 10.1021/acsami.7b10514

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