quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Extintas no estado, antas serão reintroduzidas em reserva no Rio de Janeiro


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Uma das antas durante a aclimatação na RPPN. Foto: Inea/Divulgação

O último registro de uma população de antas (Tapirus terrestris) no estado do Rio de Janeiro data de 1914. Mais de cem anos depois, o Projeto Refauna, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), está prestes a trazer ela de volta às florestas do estado fluminense. A iniciativa irá soltar três indivíduos, uma fêmea e um macho adultos, e um filhote na Reserva Ecológica de Guapiaçu (RJ), uma reserva particular do patrimônio natural (RPPN) no município de Cachoeiras de Macacu.
A família de antas veio do criadouro conservacionista da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, situado em Araxá, Minas Gerais. Os animais passarão por um período de 30 dias de aclimatação em um viveiro dentro da RPPN antes de serem soltos. Até lá, serão alimentados diariamente enquanto se acostumam com seu novo habitat. Mesmo após a soltura, a suplementação alimentar continuará, caso as antas necessitem.
O gerente de unidades de conservação do Inea, Andrei Veiga, comemorou o projeto. “Após muito tempo, a anta será reintroduzida no nosso estado. Estamos trazendo as primeiras espécimes com a proposta de reprodução. Depois virão mais indivíduos para serem reintroduzidos no seu habitat natural, aqui no Rio. A RPPN foi cuidadosamente preparada para receber essa espécie, oferecendo todas as condições para ela se adaptar. A equipe do Inea está muito empenhada em apoiar esse processo de reintrodução e também no seu monitoramento”, explicou Andrei.
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Equipe do Projeto Refauna em ação checando e medindo uma das antas. Foto: Inea/Divulgação

Além da importância simbólica de trazer de volta uma espécie extinta no estado, o retorno da anta tem um papel essencial na natureza: o de dispersor de sementes. As antas são os maiores mamíferos terrestres do Brasil e conseguem dispersar até mesmo as grandes sementes que animais menores, como a cutia não conseguem. Além disso, elas são herbívoras generalistas e com isso evitam a predominância de uma determinada espécie de planta em detrimento de outras. Não é a toa que elas são consideradas jardineiras das florestas.
Reserva Ecológica de Guapiaçu
A RPPN Reserva Ecológica de Guapiaçu, também conhecida como RPPN Régua, foi criada em 2012. A área protegida, de caráter particular, corresponde a um território de 364 hectares em domínio de Mata Atlântica. A reserva está localizada no município de Cachoeiras de Macacu, no interior do estado do Rio de Janeiro.
Atualmente, de acordo com o Inea, existem 83 RPPNs no estado, o que corresponde a aproximadamente 7 mil hectares de área protegida.
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Uma das antas durante a aclimatação na RPPN. Foto: Inea/Divulgação

*Com informações Inea-RJ

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