terça-feira, 16 de abril de 2019

Ibram encontra espécies raras e ameaçadas no Parque Distrital Salto do Tororó

1/04/19 às 11h49 - Atualizado em 12/04/19 às 7h47

Ibram encontra espécies raras e ameaçadas no Parque Distrital Salto do Tororó

Thrichomys sp. ou punaré

A natureza dá mostra de resiliência em áreas que sofrem pressão fundiária no Distrito Federal. Espécies ainda não descritas, endêmicas e ameaçadas de extinção foram identificadas nos limites do Parque Distrital Salto do Tororó, localizado ao longo da DF-140. As descobertas fazem parte de etapa preliminar do Diagnóstico de Fauna do parque, prevista no Plano de Manejo da área e estão sendo analisadas pelas Diretorias de Fauna (DIFAU) e de Implantação de Unidades de Conservação (DIPUC) do Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

A ocorrência das espécies indica que há um trânsito de fauna na região. “É provável que isso ocorra pela proximidade com áreas preservadas como o Jardim Botânico e a Reserva Ecológica do IBGE”, diz Carolina Lepsch, diretora da DIPUC.

Um mamífero da espécie Thrichomys sp. ou punaré (pequeno roedor) foi um dos animais encontrados.  Por não ter sido descrita, não há informações precisas sobre sua biologia, ecologia, dados populacionais, distribuição e estado de conservação.

No grupo das herpetofauna foram registradas duas espécies de importância ecológica. Aplastodiscus lutzorum, rã que tem a distribuição pouco conhecida, descrita apenas em 2017. A espécie é endêmica do Cerrado e seu grau de ameaça não é conhecido. A outra espécie foi o lagarto Enyalius capetingae, descrito em  2018, e apresenta distribuição conhecida apenas para o Distrito Federal e algumas localidades no estado de Minas Gerais.
Lagarto Enyalius capetingae

O trabalho registrou, ainda, a ocorrência de espécies ameaçadas de extinção como o Lobo Guará (Chrysocyon brachyurus) e aves como o Papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops); Tapaculode-brasília (Scytalopus novacapitalis) e a Campainha-azul (Porphyrospiza caerulescens).

“Apesar do parque estar próximo à APA Gama e Cabeça de Veado, a área faz divisa com inúmeros condomínios e sofre com a pressão de novos parcelamentos. Nesse contexto, as informações do plano de manejo podem subsidiar ações de conservação e preservação para área. A fauna ainda respira em nossos parques”, comemora Rodrigo Santos, membro da Comissão Interdisciplinar de Análise do estudo.

O diagnóstico, realizado por empresa contratada, teve início no primeiro semestre do ano passado. A previsão é de que seja concluído no final de 2019. Depois do levantamento, serão realizadas as Oficinas de Planejamento Participativo (OPPs), zoneamento ambiental e os programas de manejo e gestão.

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