terça-feira, 11 de agosto de 2020

Milhares de britânicos assinam petição pelo boicote da carne da JBS, associada ao desmatamento na Amazônia

CONEXÃO PLANETA

Milhares de britânicos assinam petição pelo boicote da carne da JBS, associada ao desmatamento na Amazônia

Milhares de britânicos assinam petição para boicotar carne da JBS, associada ao desmatamento na Amazônia
Nos últimos meses cresce o movimento internacional de empresas que não querem ter seus nomes ligados ao desmatamento da Amazônia e também, da pressão popular sobre o mesmo tema. Em junho mostramos que mais de 400 mil alemães já se engajaram em uma campanha que pede aos supermercados do país que boicotem produtos brasileiros se a ‘PL da Grilagem’ for aprovada. Agora é a vez dos britânicos fazerem algo semelhante.

Até este momento, mais de 70 mil pessoas assinaram uma petição online do Greenpeace UK exigindo que os principais supermercados do Reino Unido deixem de comprar carne da JBS, a maior produtora mundial do setor.

“A Amazônia e outras florestas estão sendo cortadas e queimadas e substituídas por fazendas de gado e plantações de soja para produzir carne. Esse sistema brutal está acelerando as mudanças climáticas, prejudicando os povos indígenas, destruindo nosso mundo natural e arriscando pandemias futuras”, diz o texto da petição.

A campanha acusa empresas como Tesco, Sainsbury’s, Asda, Burger King, McDonald’s e KFC de serem cúmplices do desmatamento ao comprar os produtos da brasileira JBS.

Em uma reportagem publicada pela revista Veja, com um ranking dos dez maiores desmatadores da Amazônia, entre os primeiros nomes da lista aparecem fazendas que fornecem carne à JBS.

Em resposta às acusações, a companhia afirma que “suas subsidiárias aderem à rígidas políticas de compras responsáveis em todas suas cadeias de suprimentos e compartilham do propósito de eliminar o desmatamento definitivamente”.

A petição do Greenpeace britânico pede ainda que as redes de supermercado substituam metade das carnes que vendem por alternativas vegetarianas até 2025.

Desde o ano passado, o Brasil tem sofrido reveses por causa de sua política ambiental. Em junho, uma rede de mercados sueca tirou de suas prateleiras produtos brasileiros por causa do excesso de agrotóxicos usados no país. No auge da crise dos incêndios florestais na Amazônia, em agosto, marcas internacionais suspenderam a compra de couro brasileiro e França, Finlândia, e Irlanda também fizeram ameaças de sanções comerciais ao devido ao aumento do desmatamento.
Este ano, as ameaças de boicotes e sanções comerciais continuam. Empresários e fundos de investimentos internacionais já alertaram o governo de Jair Bolsonaro que se o desmatamento continuar, irão retirar seu dinheiro do país.

Enquanto isso, as taxas de destruição da floresta crescem mês a mês. Julho teve aumento de quase 30% no número de queimadas na Amazônia e num único dia recorde dos últimos 15 anos. E nos bastidores, o Ministério do Meio Ambiente tentou reduzir a meta de desmatamento aprovada pelo Congresso em 2019, mas frente à divulgação pública da proposta, precisou recuar e desistir.


Foto: Instituto Homem Pantaneiro
Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.

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