segunda-feira, 12 de abril de 2021

Amazônia tem recorde de destamamento para o mês de março: maior alta dos últimos seis anos

 


Amazônia tem recorde de destamamento para o mês de março: maior alta dos últimos seis anos

Amazônia tem recorde de destamamento para o mês de março: maior alta dos últimos seis anos

Depois de janeiro quando o desmatamento na Amazônia apresentou queda, infelizmente, mais uma vez, os índices voltaram a subir. De acordo com os dados dos alertas de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mês de março teve uma alta de 12,5% em relação ao mesmo mês de 2020.

Foram desmatados 367, km² no mês passado, em comparação a 326,9 km² em março do ano anterior. Esta é a taxa mais alta para o período registrada desde 2015.

Um dado bastante preocupante é que não apenas a devastação está aumentando na maior floresta tropical do mundo, mas o tamanho das áreas destruídas, conforme revelado por uma análise feita recentemente, conforme mostramos na reportagem “Mudança no padrão do desmatamento na Amazônia comprova certeza de impunidade pelos criminosos. Ela revela que a destruição sob o governo Bolsonaro não só deu um salto, mas houve ainda um crescimento na média do tamanho dos chamados “polígonos” do desmatamento em 61%.

Na semana passada, 199 organizações brasileiras enviaram uma carta ao novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fazendo um alerta sobre os riscos de um acordo com Bolsonaro. Para os signatários, acordo de cooperação iminente entre aquele país e o governo atual é uma temeridade para o meio ambiente, os direitos humanos e a democracia brasileiros.

Nos próximos dias 22 e 23 de abril, os Estados Unidos sediará um encontro virtual sobre o clima. Biden convidou representantes de 40 países para participarem do “Leaders Summit on Climate”, entre eles, o Brasil (leia mais aqui).

2020 teve aumento recorde no desmatamento da Amazônia

Vale lembrar que em dezembro, a Amazônia teve aumento de 14% no desmatamento em dezembro e 2020 o segundo pior índice de destruição dos últimos cinco anos. E ainda, o mesmo Inpe que divulgou as boas novas de janeiro, terá corte de 15% no orçamento em 2021.

Também de acordo com o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, 2020 apresentou um recorde no desmatamento. Entre janeiro e dezembro do ano passado, a floresta perdeu 8.058 km² de área verde. É a maior perda dos últimos dez anos. Houve um aumento de 30% em comparação com 2019, quando foram derrubados 6.200 km².

No ranking dos estados que mais desmataram a Amazônia no ano passado, o Pará aparece em primeiro lugar (42%), seguido pelo Amazonas (17,2%), Mato Grosso (13,4%), Rondônia (12,9%), Acre (8.5%), Maranhão (2,9%), Roraima (2,5%) e, por último, Amapá (0,3%) e Tocantins (0,3%). Seis dos dez municípios responsáveis pelos mais altos índices de destruição estão localizados no Pará: Altamira (575 km²) e São Félix do Xingu (447 km²) encabeçam a lista. 

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Foto: SEMA MT/Fotos Públicas

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