Morte durante atividade física alerta necessidade de cuidar da saúde

Morte de homem durante caminhada evidencia necessidade de exames

ludmila.rocha@jornaldebrasilia.com.br

Um aposentado de 59 anos morreu ao sofrer um infarto fulminante enquanto caminhava pela pista de cooper da Avenida das Jaqueiras, no Sudoeste, ontem. 

De acordo com a Polícia Civil, o homem fazia exercícios regularmente e era conhecido por moradores e frequentadores do Parque Bosque do Sudoeste, que ficaram chocados com a notícia. 

Em busca de uma vida mais saudável, muitas pessoas iniciam atividades físicas sem realizar exames ou procurar ajuda profissional. Sabendo disso, a maior parte das academias já exige a apresentação de atestado médico para a prática da musculação. O que pouca gente sabe é que  até para  uma simples caminhada, ou pelada de fim de semana, é preciso tomar cuidados especiais. 

A aposentada Vera Lúcia Polidoro, de 65 anos, diz que vai sempre ao médico, mas não possui um atestado específico. “Caminho há cinco anos e vou ao médico para acompanhamento anualmente. Todas as vezes ele pede exames e até recomenda atividades que não forcem muitos as articulações, mas não tenho atestado. Depois dos 60 anos o cuidado precisa ser redobrado”, afirma. 

Situação semelhante a de Jayr de Almeida Santos, de 64 anos, adepto da famosa pelada. “Jogo futebol três vezes na semana e vou ao cardiologista semestralmente”, garante.

Imprudência
Mas nem todos os aspirantes a esportista tomam esses cuidados. A advogada Maria Amélia dos Santos, de 34 anos, admite que começou a correr sem ter ido ao médico ou feito uma avaliação física. “Eu me sinto bem, vou ao médico regularmente, então não senti necessidade de procurar um cardiologista antes de começar a correr. Sei que não é correto, até porque a corrida exige esforço, mas não vou mentir”, confessa. 
Segundo Edina Marques, coordenadora do Setor de Cardiologia da Secretaria de Saúde, o mal súbito normalmente é decorrente de infarto ou arritmia cardíaca. “É possível preveni-los com o controle dos fatores de risco, como diabetes e tabagismo. Quem possui pelo menos um  fator de risco deve ir ao cardiologista. A periodicidade das visitas vai depender da saúde de cada paciente”, alerta.


Grau de risco é determinado por médicos
De acordo com a cardiologista Edina Marques, é primordial procurar um médico antes de iniciar qualquer atividade física – mesmo uma caminhada ou futebol de fimde semana. “Um paciente que tem baixo risco de infarto, por não apresentar muitos fatores de risco, pode fazer esportes sem a necessidade de exames clínicos mais aprofundados. Um que apresente risco médio ou alto, por outro lado, precisa de exames mais complexos, como o teste ergométrico”, acrescenta. 

Segundo a médica, o primeiro passo é procurar um médico especialista em clínica geral  para determinar o grau de risco do paciente por meio de um questionário simples. “Caso necessário, o próprio clínico encaminhará o paciente a um cardiologista ou profissional de outra área”, explicou. 

A personal trainer Kátia Cristina concorda com a importância do acompanhamento. Ela diz que sempre pede  o atestado básico, concedido pelo cardiologista, antes de começar a treinar um novo aluno. “É muito importante que os exames estejam em dia”, alerta. 

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília