quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

PF indicia grupo por desvio de dinheiro público em MG; "casa Pelé" é citada


Do UOL, em Belo Horizonte

  • Junior Lago/UOL
    Casa Pelé fica na rua Edson Arantes do Nascimento, número 1.000, na região central de Três Corações Casa Pelé fica na rua Edson Arantes do Nascimento, número 1.000, na região central de Três Corações
A PF (Polícia Federal) indiciou 57 pessoas por desvio de dinheiro público, entre os anos de 2009 a 2012, que teriam atuado na administração municipal de Três Corações (300 km de Belo Horizonte). A construção no município de réplica da casa onde nasceu Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, é apontada como uma das obras em que houve desvios. O esquema pode ultrapassar os R$ 100 milhões.


Conforme a PF, o grupo, formado por políticos, servidores públicos, comerciantes, empresários e profissionais liberais (os nomes não foram divulgados), "se infiltrou nos postos de comando da administração municipal de Três Corações com objetivo da manutenção do poder e do locupletamento ilícito". A PF informou que a organização era articulada, estável e com divisão de tarefas.


Os suspeitos foram investigados na operação Metástase 57, deflagrada em dezembro do ano passado. Na ocasião, os agentes federais cumpriram mandados de prisão, condução coercitiva e de busca e apreensão nas cidades de Três Corações, Varginha, Campanha, Três Pontas, Lavras, Belo Horizonte, todas em Minas Gerais, Ribeirão Preto e Franca, em São Paulo, e em Brasília.


A investigação, iniciada em 2012 e que investigou 12 áreas de serviços públicos da prefeitura, apontou que as pessoas acusadas de envolvimento no esquema fraudou licitações, direcionando-as aos participantes que teriam agido em conluio e ainda combinado preços. Elas teriam praticado sobrepreço de produtos e serviços, e até deixado de executar os serviços contratados.


A PF ainda revelou que algumas empresas acusadas das fraudes e que mantinham contratos com a administração local tinham como administradores servidores da própria prefeitura, o que é proibido por lei.


O inquérito, com ao menos 3.000 páginas, foi encaminhado nesta quarta-feira (10) à Justiça Estadual de Três Corações.


Os suspeitos foram indiciados pelos crimes de fraude à licitação, associação criminosa, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva e falso testemunho.


O UOL entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Três Corações que informou que não iria comentar o assunto.

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