terça-feira, 20 de outubro de 2015

" A Democratização do Esgoto".Êba, água poluida para todos!





Da Redação
Há anos que a sociedade pede para que o governo invista na despoluição da Billings (Foto: Pedro Diogo)
A transposição de água da represa Billings para o Sistema Alto Tietê, além de não resolver o problema de falta de água na região metropolitana, mostra a falta de respeito do governo do Estado em relação aos cidadãos e ao próprio meio ambiente. 
Ambientalistas criticavam a obra, inaugurada há duas semanas, porque ela é realizada sem o devido estudo de impacto ambiental.
Não demorou muito para todo mundo ver que a preocupação dos ambientalistas procede. Bastou começar a jorrar água das tubulações da Sabesp para que muita terra fosse arrancada das margens do rio Taiaçupeba-Mirim, em Ribeirão Pires, junto com vegetação rasteira e árvores.
 
 
Vale ressaltar que o rio havia sido alargado para receber os 4 m³ de água que o sistema puxará da represa Billings o que, por si só, já é uma grave agressão ao ecossistema local. O pior é que até o momento as bombas instaladas só transportaram 2 m³ de água, ou seja, a metade do prometido.
Pior do que isso, a água é bombeada da parte mais poluída da represa Billings. A ação da Sabesp consiste em jogar água poluída com esgoto residencial e industrial em um rio limpo. 
 
 
Consequentemente, essa água suja, que contaminará o solo e o lençol freático de uma área onde o problema não existia, chegará ao sistema Alto Tietê. 
 
 
Trata-se de uma inédita “democratização da sujeira”. Água poluída para todos é como essa iniciativa deveria ser chamada.Há anos que a sociedade pede para que o governo invista na despoluição da Billings. O Estado sempre respondeu com desdém e agora quer compartilhar a sujeira com todo mundo.
 
 
Dá para entender as razões para o governo pedir sigilo, por 15 anos, sobre informações de obras da autarquia. Também é compreensível que não haja preocupação em fazer jorrar esgoto em um córrego limpo. Afinal, quem corre o risco de ver a água de seus poços contaminada é a população simples. 



Em 20/10/2015 4:29 PM, "Marcos Rogério Cruz marcos.agenda21@gmail.com [forum_agenda21_sp]" <forum_agenda21_sp@yahoogrupos.com.br> escreveu:
 
Para promotor problema no bombeamento reforça ilegalidade na obra da Billings

"Nossos técnicos fizeram uma vistoria na obra na última sexta e constataram diversas irregularidades, entre as quais o assoreamento e a erosão", explicou o promotor (Foto: Banco de Dados)
Autor de uma ação judicial na qual pedia a suspensão da obra de transposição de água da Billings para o Alto Tietê por falta de Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima), o promotor Ricardo Manuel Castro, do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), afirma que os problemas ocorridos no bombeamento "reforçam que a obra foi feita de forma irregular".
"Nossos técnicos fizeram uma vistoria na obra na última sexta e constataram diversas irregularidades, entre as quais o assoreamento e a erosão. São dois problemas para os quais nós já havíamos advertido na ação civil e que aconteceram com o bombeamento de uma vazão muito menor do que a pretendida. A situação é mais grave do que a prevista", diz Castro.
Em julho, ele moveu ação contra os órgãos do governo paulista envolvidos na transposição na qual pedia a suspensão da obra por falta do EIA-Rima. Segundo Castro, o Estudo Ambiental Simplificado (EAS) feito para autorizar a obra leva à subestimação de intervenções em vegetação nativa, à possibilidade de risco a espécies ameaçadas de extinção, a dúvidas se existe abertura de valas na várzea do Rio Grande com o fim de assentar a adutora e à necessidade de esclarecimentos sobre o controle de cianobactérias.
À época, o juiz Luis Manoel Fonseca Pires, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, negou o pedido liminar do promotor, mas cobrou explicações dos órgãos e empresas. Na segunda-feira, 19, após analisar as respostas, ele voltou a indeferir o pedido do Gaema para suspender o bombeamento de água e exigiu novos esclarecimentos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Sabesp, do DAEE e da Fundação Florestal.
"Não entendo possível desconstituir todo o trabalho técnico dos réus com fundamento exclusivo na crítica ainda que séria e de alta qualidade técnica dos assistentes técnicos do Ministério Público. As objeções levantadas merecem respostas, evidente. Mas não me parecem suficientes a descartar, subitamente, estudos e pareceres realizados por diversos outros órgãos públicos", diz o juiz. Os órgãos têm mais 15 dias para esclarecer as irregularidades apontadas pelo promotor. 
Fonte: AE

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