sábado, 21 de junho de 2014

PT condena "sincericídio" de Gilberto Carvalho sobre as vaias para Dilma.


 
 
Embora dirigentes do PT reconheçam que a avaliação não está de todo errada, a declaração do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, de que os xingamentos contra a presidente Dilma Rousseff, na abertura da Copa do Mundo, não partiram apenas da “elite branca”, repercutiu mal na cúpula do partido. 
 
 
Às vésperas da convenção que oficializará, sábado, a candidatura de Dilma à reeleição, a fala de Gilberto mina o discurso, encabeçado pelo ex-presidente Lula, de que as camadas mais ricas da sociedade estariam estimulando o ódio contra Dilma e o PT.

- O Gilberto está meio fora da casinha! Depois de todo esse estrupício que fizeram com a Dilma na Copa, ela está melhor do que eu imaginava. Esta declaração está fora de propósito - criticou o vice-líder do PT, deputado José Guimarães (CE).

O líder do PT na Cãmara, deputado Vicentinho (SP), também reprovou as declarações de Gilberto Carvalho. - Eu discordo dele. Eu vi no estádio que o povo não estava lá. Pode ter insatisfação, mas aquele palavreado (os xingamentos do estádio) não representa o povo de São Paulo. É coisa de gente pobre de espírito. Vai ver que ficaram chateados porque tiveram que andar de metrô e nunca tinham andado - reagiu Vicentinho.

Apesar disso, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), concordou em parte com a avaliação feita pelo ministro: - Não digo que os xingamentos tenham partido de outros segmentos, isso eu não concordo. Mas que esse mau humor contaminou outros segmentos, eu concordo. A nova classe média foi contaminada - disse o líder petista.

 
O ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) disse, nesta sexta-feira, discordar da avaliação do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República). - É uma opinião respeitável do ministro Gilberto, você sabe que qualquer governo tem muitas opiniões, mas não reflete a opinião de todos. Eu não concordo. 
 
 
Existe um quadro no Brasil de disputa política e, em alguns momentos, algumas ações são preparadas para ter um determinado resultado. Eu acho que o que aconteceu (no Itaquerão) foi um movimento de um determinado setor que se organizou para fazer aquilo. O PT apoia incondicionalmente a presidente Dilma - disse Berzoini, que não quis especificar que setor seria esse.

 
A oposição usou as declarações do ministro para tentar desgastar o governo. O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), disse que Gilberto acabou desmentindo o ex-presidente Lula, que afirmara que as vaias tinham partido da elite: - O ministro Gilberto desmentiu o seu ex-chefe, desmentiu o ex-presidente Lula. O homem de confiança de Lula deu um testemunho de que o povo está descontente - disse Imbassahy.

 
Para o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), o ministro fez um mea culpa ao reconhecer que as vaias à presidente Dilma não foram apenas de uma parcela da sociedade com mais recursos financeiros. - O ministro fez uma mea culpa do governo de forma reta, admitindo uma insatisfação que se percebe nas ruas. É uma realidade o fato de que há grande insatisfação e de que as vaias não foram isoladas - disse Mendonça Filho. ( O Globo )
 
 

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