segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Turismo no Ártico termina com morte de urso polar — e causa revolta


Turismo no Ártico termina com morte de urso polar — e causa revolta

Animal teria atacado e ferido um guarda que levava turistas de um navio de cruzeiro para o arquipélago

access_time30 jul 2018, 11h54



Desfecho trágico: urso polar morto por guardas de um cruzeiro no Ártico. (Gustav Busch Arntsen/Governor of Svalbard/NTB Scanpix/Reuters)

São Paulo – O degelo dos oceanos, associado às mudanças climáticas, tem permitido ao ser humano acessar paraísos intocados no mundo por meio de novas rotas marítimas. Para a indústria do turismo, isso é uma tremenda oportunidade que, se explorada de forma irresponsável, pode ter consequências trágicas para os dois lados, humanos e natureza.

No meio do oceano Ártico, nas águas geladas entre a Noruega e o Pólo Norte, o arquipélago de Svalbard é um desses cenários idílicos que atrai turistas do mundo todo fascinados por sua paisagem gelada e vida animal única. Mas uma foto de um urso polar tirada durante o fim de semana provocou uma onda de revolta generalizada.

Deitado sobre a areia, com a boca levemente aberta, ele tem uma mancha vermelha no pescoço – foi morto a tiros. O animal teria atacado e ferido um guarda que levava turistas de um navio de cruzeiro para o arquipélago, de acordo com as autoridades norueguesas e a companhia de cruzeiros.

Em nota publicada nas redes sociais, a empresa alemã Hapag Lloyd Cruises, que opera o navio MS Bremen (que comporta até 155 pessoas), disse que dois guardas de seu navio foram à ilha no sábado para inspecionar a região antes de liberar o acesso aos turistas e um deles “foi atacado por um urso polar e ferido na cabeça”. Segundo a empresa, o guarda foi levado ao hospital e está fora de perigo.

“Em um ato de legítima defesa, infelizmente, foi necessário que o urso polar fosse morto a tiros. Lamentamos muito este incidente. A Hapag-Lloyd Cruises está muito consciente de sua responsabilidade quando viaja em áreas ambientalmente sensíveis e respeita toda a natureza e vida selvagem”, diz a empresa no post.

Apesar da empresa alegar “legítima defesa”, o desfecho provocou uma onda de revoltas na internet, com centenas de pessoas condenando o assassinato e o turismo de vida selvagem na região. 

Os ursos polares são classificados como vulneráveis pela ONG ambientalista World Wildlife Fund, situação agravada pelas mudanças climáticas, que ameaçam seu habitat. Sua população global é estimada entre 22.000 e 31.000. 

O comediante britânico Ricky Gervais tuitou: “Vamos nos aproximar de um urso polar em seu ambiente natural e depois matá-lo se ele ficar muito próximo. Idiotas”. 



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