11/09/2014 11h50
- Atualizado em
11/09/2014 11h50
Flagrado por vizinho, caseiro já havia sido detido por crime, ocorrido no DF.
Filhote, mãe e labrador foram resgatados e passam por acompanhamento.
De acordo com a delegada Alessandra Figueiredo, o caseiro afirmou em depoimento que estava bêbado durante as agressões e que não gosta de animais. Além disso, afirma a policial, ele confessou o crime.
Na filmagem, divulgada em 4 de setembro, é possível ver o suspeito erguendo a cadela pelas patas traseiras, arrastando-a com força pela coleira, dando murros na cabeça dela e suspendendo o animal pela coleira enquanto a "afoga" com a água que sai da mangueira. O bicho chora, se contorce e tenta fugir, mas não chega a agir contra o caseiro. A cachorra, a mãe e um labrador viviam no terreno como cães de guarda e foram resgatados na última sexta-feira, após uma força-tarefa de ONGs.
O G1 procurou o autor da gravação na casa da família dele e por meio do YouTube, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Na postagem, ele diz que já tentou conversar com o suspeito mais de uma vez, mas que mesmo assim o homem insistiu em maltratar os bichos.
De acordo com a delegada Alessandra Lacerda, o caseiro disse que não gostava de ter de cuidar dos cães. "Ele falou que realmente deste tipo de serviço ele não gostava, não tinha paciência, e que, toda vez que ia dar banho no cachorro, ele batia nos cachorros. Ou seja, os maus-tratos vinham acontecendo de forma constante. Essa foi a conclusão a que nós chegamos e que ele realmente confessou."
Membro da Anjos Protetores, Carolina Mourão afirmou que os animais foram encontrados em más condições – o canil era pequeno, cheio de pulgas e carrapatos e com lama – e com severos sinais de maus-tratos. Os três foram levados ao veterinário, que constatou anemia e vermes.
De acordo com Carolina, exames veterinários apontaram que a filhote tem apenas quatro meses. O animal chora toda vez que é afastado da mãe.
“Eles são muito medrosos. Qualquer gesto que a gente faz, eles gritam e se encolhem. E não podem ver mangueira. A gente foi tentar dar um banho, e o bebê [chamada pelos membros da ONG de Docinho] passou uma hora chorando desesperadamente. Precisamos dar muito carinho para acalmá-la”, afirma.
Um funcionário do depósito, que não quis se identificar, contou à reportagem que o proprietário pretende reaver ao menos o labrador. O homem afirma que ninguém desconfiava dos maus-tratos, embora recentemente o chefe tenha questionado o caseiro se os animais apanhavam.
“Ele disse que não, que isso era um absurdo, que não existia isso. Realmente não acontecia durante a semana, porque a gente não deixaria. Todo mundo gostava dos bichinhos. Não tem nem explicação para uma maldade dessas”, declarou.
Adoção
Os três cães receberam lar temporário de protetoras da causa animal. A filhote que aparece sendo maltratada no vídeo e a mãe ficaram com a mesma pessoa, porque a cadelinha se desespera toda vez que são afastadas.
Os animais seguem fazendo tratamento com veterinário. De acordo com a ONG Projeto Adoção São Francisco, exames feitos em Pérola constataram que a cadela está com cinomose, doença contagiosa que depois da raiva é a que mais atinge cães. Ela e a filha estão em quarentena, sendo preparadas para uma futura adoção.
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