segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Com cofres "quase zerados", GDF pode contrair dívida a longo prazo


Publicação: Segunda-feira, 05/01/2015 às 07:00:00    


Governo admite que antecipação das verbas federais poderá causar problemas no fim das contas

daniel.cardozo@jornaldebrasilia.com.br


A saída da crise financeira continua sendo trabalhada pelo governo recém-empossado. Mas mesmo com o adiantamento de uma parcela do Fundo Constitucional, existe o temor de que as dificuldades persistam. Isso porque os mais de R$ 400 milhões que podem ser conseguidos junto ao Governo Federal serão uma conta a mais a ser cobrada até o final do ano. O cenário se agrava com a constatação de que os cofres do GDF estariam “quase zerados”, nas palavras dos secretários.
Junto à antecipação de receitas, o secretariado de Rodrigo Rollemberg trabalha em outra frente, tentando reduzir as despesas. A prova disso foram os decretos de austeridade, anunciados na última sexta-feira. Ainda sem previsão de quanto será economizado, a nova gestão renegociará contratos e tentará cortar gastos supérfluos, como carros oficiais e telefonia celular. Até março, pode haver uma projeção da eficiência dos cortes.


Antes de tomar posse, os novos secretários enviaram um ofício ao Ministério da Fazenda, já tentando o adiantamento da segunda parcela, para pagar os vencimentos atrasados. Um dos entraves está na troca do comando do ministério. O novo ministro, Joaquim Levy, toma posse hoje e pode facilitar o caminho para a antecipação.



Mesmo considerando necessária a medida, a secretária de Planejamento, Leany Lemos, alerta sobre os efeitos colaterais. “O Fundo Constitucional é uma garantia, mas estamos antecipando, ou seja, depois vamos ficar devendo esses R$ 400 milhões e vamos ter que pagar ao longo do ano. Portanto é uma medida emergencial, não tem milagre, não é dinheiro novo. Por isso é importante ajustar as despesas. Não é uma receita a mais e isso vai fazer falta lá na frente”, avaliou.


Impostos
Maior eficiência na arrecadação também é uma das apostas para driblar a crise. O secretário de Fazenda, Leonardo Colombini, vai dar início a um trabalho de estudo sobre a arrecadação de impostos. “O GDF tem um potencial de buscar receitas. Não estamos falando de aumento de alíquota de nenhum imposto, mas sim receitas que podem estar deixando de ser arrecadadas”, disse. O Imposto sobre Serviços é um dos casos em que pode haver revisão.


Aumento na passagem não está descartada
A maior eficiência na arrecadação também pode atingir o transporte público. Sem descartar aumentos nas passagens, o secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, afirmou que as mudanças podem acontecer já nos próximos meses.



 “Não temos ainda o valor ideal. É preciso fazer as contas e levar em consideração não só a necessidade do aumento de passagem, mas também pensar em melhoria na qualidade do serviço e na redução dos custos operacionais. Depois de tudo isso calculado, podemos chegar ao valor da passagem, eventualmente. Pode ser que não seja necessário”, explicou.


A tarifa zero no BRT está com os dias contados. A obra inaugurada no ano passado depende ainda de melhoria na estrutura das estações. A Secretaria de Mobilidade também estuda a reimplantação das linhas extintas pelo governo anterior, no Gama e em Santa Maria.


Até no esporte
A secretária de Esporte, Leila Barros, anunciou que os cortes chegam também à sua pasta. A Corrida de Reis, por exemplo, terá inscrições suspensas, por conta da prioridade orçamentária: o pagamento do servidores. O corte de gastos será inevitável e programas como o Compete Brasília, que custeia despesas de atletas em outras cidades, receberão uma análise. “Queremos reorganizar a secretaria em todos os aspectos. Financeiramente, principalmente”, resumiu.



Saiba mais
 
O governador Rodrigo Rollemberg reuniu secretários e presidentes de empresas públicas na residência oficial.
A falta de conexão entre os projetos das secretarias na gestão passada seria um dos motivos para o encontro.
 
 
 
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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