terça-feira, 28 de abril de 2015

BNDES deu US$ 1,2 bi a empresa a ser julgada pelo maior massacre operário da ditadura chilena

Claudio Tognolli




Apenas em 2012 Angola e Cuba receberam US$ 875 milhões do nosso Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES –e os empréstimos do banco , às empresas investigadas na Lava-Jato, somam R$ 2,4 bilhões. Luciano Coutinho,  presidente do BNDES, diz, por exemplo, que os empréstimos bilionários feitos à empresa Sete, construtora de sondas para a Petrobras, foram absolutamente técnicos, e não políticos.  Ahan!!!


Vou considerar então que o BNDES empregou critérios “técnicos” na distribuição das tilintantes por aí ( Eichmann, depondo em Jerusalém, também dizia trabalhar sob critérios “técnicos). Vou considerar o BNDES empregou critérios  também “técnicos” para emprestar grana a um grupo que é responsável pelo maior massacre da história do Chile.



Carlos Aldana, ministro especial para causas de direitos humanos, da Corte de Apelações de Concepción, vai formalizar acusação de genocídio contra a CMPC, maior conglomerado de papel celulose da América Latina. A CPMC é do grupo Matte: acusado de ter entregue aos Carabineros (PM do Chile) uma lista com nomes de operários, estudantes e ferroviários: devidamente fuzilados por Pinochet. A trairagem foi cometida a 18 de setembro de 1973.


Pois bem: o grupo Matte é o terceiro patrimônio empresarial do Chile, algo como US$ 7,5 bilhões.


Em 2013 o Matte levou do BNDES um crédito de US$ 1,2 bilhão (total de US$ 2 bilhões). Tudo para a quadruplicação, em Guaíba, da fábrica Borregard, hoje CMPC-Celulose Riograndense.


Sabe quem cantou vitória sobre esse empréstimo, como ninguém? O ex-governador gaúcho Tarso Genro, ex-ministro da Educação, das Relações Institucionais e, por fim, da Justiça, sob a presidência de Lula. Tarso comemorou que a obra iria gerar 7 mil postos de trabalho, em sua consecução, e 2,5 mil empregos depois que a fábrica ficar pronta, agora no segundo semestre de 2015.


Tocada pela CPMC , menina dos olhos de Tarso Genro, a morte dos 19 operários, simpatizantes da Unidade Popular, fuzilados pelas costas, e enterrados em vala comum, é conhecida como Massacre de Laja:


http://es.wikipedia.org/wiki/Masacre_de_Laja


A Unidade Popular (UP) foi uma coalizão partidária de esquerda formada para a eleição presidencial chilena de 1970, que governou o país entre 1970 e 1973, sob a liderança do presidente Salvador Allende, morto no golpe de estado de 1973.

A maior piada do século está na explicação que o ex-governador petista deu ao repórter Frederico Fullgraf, da revista da Associação dos Docentes da USP, a Adusp. Disse Genro ao Frederico Fullgraff. “Realmente eu não tinha essa informação e acho que pode ser verdadeira. As grandes empresas no Brasil, no Chile e Argentina tiveram envolvimentos, diretos e indiretos, nos golpes que ocorreram nas décadas de 60 e 70, na América Latina.



Dizem que até uma grande empresa jornalística, aqui do Brasil, emprestava veículos para a Operação Bandeirantes. Não me surpreende, também, se isso for verdadeiro, já que foram golpes para proteger os interesses do capital”.



Ahan: acredito que Tarso Genro é um homem de bem e de nada sabia sobre seu partido liberar grana para a empresa que matava operários no Chile e ainda dava o golpe em Allende.


Ahan: acredito que Lula e Dilma não sabiam de nada do que ocorria na Petrobras.


Ahan: acredito que os líderes petistas, tão preocupados em tocar o Brasil, não dispõem de tempo para notar tais esparrelas técnicas.

Nenhum comentário: