sábado, 30 de maio de 2015

Nascentes do Distrito Federal: um tesouro desconhecido e agredido.Corrupção ambiental.Ministério Publico e PF.

Estação Ecológica Águas Emendadas.Foto de Evando F. Lopes
Estação Ecológica Águas Emendadas. Foto de Evando F. Lopes
Por Chico Sant’Anna
No dia 22 de março comemora-se o Dia Mundial da Água.


Uma importante data para refletirmos sobre este importante recurso natural.


Os brasilienses acompanham os dramas que paulistas, cariocas e capixabas vivenciam com racionamento de consumo d’água. Mas Brasília também sofreu redução na renovação de seus reservatórios.


Sofrimento decorrente do regime das chuvas, mas também do processo de urbanização cada vez mais agressivo. Agora mesmo, a imprensa noticia o surgimento de um núcleo habitacional para 70 mil habitantes, a Rodrigolândia, próximo ao Recanto das Emas.


A área escolhida é o Núcleo Rural Vargem da Benção. 


O local deve ser mesmo abençoado, pois tem uma vegetação linda e é riquíssimo em nascentes, que poderão desaparecer, como desapareceram as que existiam em Águas Claras e em Vicente Pires.



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Águas Claras: espigões de até 30 andares ocuparam áreas antes denascentes.Fotode ChicoSant'Anna
Águas Claras: espigões de até 30 andares ocupam áreas por onde antes corriam água das nascentes que inspiraram o nome da localidade. Foto de Chico Sant’Anna


Para preservar a água, é preciso preservar a vegetação do cerrado que há milhões de anos abriga as principais nascentes do Brasil.


A expansão urbana e a consequente impermeabilização do solo do Distrito Federal traz conseqüências não só aos moradores da Capital Federal, mas de todo o Brasil. Você sabia que o Rio São Francisco começa no cerrado? O Rio Paraguai também.

Até a Hidrelétrica de Itaipu não existiria sem as nascentes do cerrado.


Um exemplo importante é a Estação ecológica das Águas Emendadas,localizada no planalto central brasileiro, no extremo nordeste do Distrito Federal, na região administrativa de Planaltina. Ela tem esse nome por se tratar de um fenômeno hidrográfico de dispersão de águas, fluindo a partir de um mesmo ponto para lados opostos da América do Sul.


Suas águas ajudam a formar tanto a Bacia do Tocantins-Araguaia, quanto  a Bacia Platina. Do cerrado da Capital Federal partem águas que vão desembocar na Baía do Marajó, no Norte do Brasil, e, ao Sul da América do Sul, no estuário do Prata.


A Lagoa Bonita é a maior lagoa natural  do DF e faz parte da Estação Ecológica de Águas Emendadas. Foto de Evando Ferreira.
A Lagoa Bonita é a maior lagoa natural do DF e faz parte da Estação Ecológica de Águas Emendadas. Foto de Evando F. Lopes.
Da singela Lagoa Bonita, na Estação Ecológica de Águas Emendadas, no Distrito Federal, a água vai se juntar a pequenos córregos e formar o Rio Paraná,de um lado, e o Rio Araguaia, de outro. No Brasil, a região do Cerrado se destaca do ponto de vista hidrológico e ambiental. Oito das 12 grandes regiões hidrográficas brasileiras recebem contribuição hídrica deste bioma e algumas delas do cerrado localizado no Distrito Federal.


Mas se o cerrado é importante para ajudar a regular o clima, qual a consequência da destruição dessa vegetação nativa? “O solo seca, a capacidade de armazenar água diminui e a quantidade de água disponível tanto para a região do cerrado quanto para o restante do Brasil vai diminuir”, registra Jorge Werneck Lima, pesquisador em hidrologia da Embrapa Cerrados.


Das 300 cabeceiras de córregos e rios do DF cadastradas pelo Ibram, apenas 162 são monitoradas. Dessas, só 47 estão intactas e 51 sofrem graves ameaças ambientais, como desmatamento, lixo e esgoto.


O Instituto Brasília Ambiental – Ibram estima que existam mais de mil nascentes espalhadas pelo DF, mas não sabe sequer a localização de 700 delas. Apenas 300 constam no cadastro do instituto e só 162 são constantemente monitoradas porque participam do programa Adote uma nascente. Mesmo entre as adotadas, há aquelas em situação precária. De acordo com o Ibram, somente 47 nascentes – 29% do total – estão praticamente intactas, ou seja, têm mais de 70% da cobertura vegetal que as protege.


Seminário
Como objetivo de melhor conhecer a realidade das nascentes existentes no Distrito Federal, acontece, dia 19 de março, a partir das 19 horas, na sede do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal,  o seminário Águas Acima. A iniciativa, do ativo ambientalista Eugenio Giovenardi -um dos palestrantes -, pretende comover e comprometer os participantes na preservação das nascentes. 


 Fazem parte da relação dos palestrantes os geógrafos Aldo Paviani, Rafael Sanzio, o geólogo José Elói Guimarães Campos e o arquiteto Frederico Flósculo.

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NB. Este BLOG insta o Ministério Publico a, juntamente com a PF, identificar os responsáveis pela liberação ambiental de projetos depredadores do meio ambiente, tanto a nível do Ministério do Meio Ambiente (IBRAM) quanto a nível de ONGS, Associações "ambientalistas", etc...,tanto a nível de pessoa física quanto jurídica, fazer um levantamento dos bens desses responsáveis para verificar o quanto estão ganhando com a autorização CRIMINOSA dessas licenças ambientais.E obviamente confiscar esses bens, pois enquanto estiverem lucrando através de lotes ganhos com o incentivo e a regularização de invasões e com construções imobiliárias em áreas de proteção ambiental, a CORRUPÇÃO não vai acabar.


 Comentários

1.O que mais dói é perceber o quanto estamos sozinhos nessa luta em prol do meio ambiente. É sentir que as pessoas também tem um preço e que a defesa do meio ambiente é apenas uma fachada e não um ideal legitimo.

Muitas pessoas que julgamos verdadeiras defensoras do meio ambiente nos enganaram e só mostraram suas verdadeiras cores quando se venderam para as imobiliárias, para os depredadores.

Leiam por exemplo a noticia que recebi e que me deixou muito triste:

"No dia 07 de fevereiro de 2014 o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade da Área de Proteção Ambiental do Planalto Central emitiu autorização de licenciamento ambiental para implantar 24.640 apartamentos sobre a Vargem das Bençãos, esta área de solo muito frágil de nascentes". 
N.B.

2.Aconteceu o mesmo comigo quando percebi que o rotulo "ambientalista" tem por finalidade apenas agregar valor de mercado ao preço da corrupção.Se a pessoa for um cidadão comum o preço da corrupção é x. Mas se for um pseudo ambientalista o preço da corrupção triplica= xxx.

Gilberto

3.Tem muita ONG de proteção ambiental que vende seu apoio aos empresários assim como tem deputado distrital que tem até BLOG de defesa ao meio ambiente para posar de protetor da natureza mas, por baixo do pano, assina em branco qualquer projeto de destruição ambiental.Desde que paguem bem está claro.

Anônimo.

4. O difícil como sempre é separar o joio do trigo.Mas ambientalista com etiqueta de preço pendurada no pescoço tem de montão no DF.Estão espalhados sobretudo em áreas onde são preparadas as avaliações técnicas para o processamento dos Relatórios de Impacto Ambiental e
são capazes de recomendar, de dar parecer favorável, até ao aterramento do Lago Paranoá dependendo do valor da propina. Conheci um Secretario da Agricultura que queria transformar a Embrapa Cerrados em um grande Shopping Center.Pobre meio ambiente, pobre DF!

Ana Lia


 
5. Moro no Núcleo Rural Vargem da Benção. Está área é uma APA - ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL DO PLANALTO CENTRAL mas o IBRAM AUTORIZOU a destruição da área vendida pela Terracap, a maior imobiliária do Distrito Federal para fazer um empreendimento imobiliário. Nascentes, cinturão verde, corredor ecológico tudo isto não representa nada quando a especulação imobiliária bate a porta. Graças a DEUS que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do DF tem ouvido as denúncias dos moradores da região Jeanete Souza 

jeanetejardins@gmail.com 

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