terça-feira, 22 de setembro de 2015

Dilma rasteja diante de Cunha e Renan e recebe chance para manter vetos.


(Folha) Sem a convicção de que há apoio suficiente para manter os vetos a propostas que representam gastos bilionários aos cofres públicos, a presidente Dilma Rousseff pediu, nesta segunda (21), aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que impeçam a realização da sessão conjunta do Congresso desta terça (22).


Segundo líderes da base aliada, a situação no Senado é mais confortável, mas, na Câmara, é dada como certa a derrota do governo. A estratégia é que Renan e Cunha prolonguem as sessões de cada Casa para não dar tempo de iniciar uma sessão conjunta.


O veto mais preocupante é ao reajuste de cerca de 59,5% nos próximos quatro anos, os salários de servidores do Judiciário. O impacto é de R$ 25,7 bilhões até 2018 –praticamente o valor do corte proposto pelo governo federal para equilibrar as contas. No total, estão na pauta do Congresso 32 vetos que, somados, provocam um impacto de R$ 127,8 bilhões nos próximos quatro anos.



"Se um dos vetos cair, isso demonstrará uma instabilidade política imensa. Será um desastre", afirmou o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). Segundo Delcídio, o cenário foi apresentado para Dilma na reunião de coordenação política desta segunda e a sugestão foi de adiamento da sessão. "Temos que ter mais tempo para trabalhar e votar esses vetos", disse.


Cunha defendeu a manutenção do veto ao reajuste do Judiciário e o adiamento da sessão para evitar que se "acenda um fósforo em um tanque de gasolina".


Para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), a dificuldade de se realizar a sessão do Congresso é uma "consequência da incapacidade do governo de negociar com a sua própria base aliada". Segundo ele, o partido não terá orientação fechada sobre manter ou derrubar os vetos. 


A sessão de vetos está marcada para as 19h desta terça. Pelo cenário discutido entre governistas, Renan poderia esticar a sessão do Senado para além desse horário, inviabilizando a sessão conjunta.Para derrubar um veto presidencial é preciso o voto de ao menos 257 dos 513 deputados e 41 dos 81 senadores. 

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