sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Como é? Acampamento pró-impeachment é irregular? Por que não se protesta quando terroristas ocupam Brasília?



E se os manifestantes fossem de esquerda? Aí a ocupação do gramado do Congresso seria legítima

Por: Reinaldo Azevedo
faixa congresso umfaixa close
Sempre que o jornalismo defende a legalidade democrática, eu fico feliz. 


É tal a frequência com que os coleguinhas condescendem com o banditismo de grupos como MST, MTST e afins que, bem, quando se fala em respeitar normas, eu até fico feliz.


Procurem no Google, inclusive “imagens”. Vejam quantas foram as vezes em que o gramado do Congresso, a Esplanada dos Ministérios, a Praça dos Três Poderes, enfim, foram ocupados pelos ditos “movimentos sociais” — que são, claro!, de esquerda.


No ano passado, 200 ditos índios que vestem short Adidas e falam ao celular tentaram invadir a Câmara dos Deputados. Um policial levou uma flechada na perna. Alguns falsos silvícolas devem ter comprado um arco de brinquedo em algum camelô e se atrapalhado… Foram recebidos por autoridades.


Também em 2014, o MST feriu ao menos 30 policiais militares num confronto promovido na Praça dos Três Poderes. Acabaram recebidos pelo governo. No dia seguinte, Gilberto Carvalho apareceu num evento da turma.


Agora, há menos de uma dezena de barracas (foto abaixo) de movimentos pró-impeachment no gramado do Congresso. Lá estão representantes do Movimento Brasil Livre, do Vem Pra Rua e do Revoltados Online.


Leio agora que — ó meu Deus!!! — aquelas barracas são ilegais porque ato conjunto de 2001 da Câmara e do Senado estabelece que “é vedada a edificação de construções móveis, colocação de tapumes, arquibancadas, palanques, tendas ou similares” naquele lugar. 


Como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou a instalação das barracas, e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, não, então logo surge a especulação de que Cunha só autorizou porque, afinal, quer derrubar Dilma.


Vocês já leram, na imprensa brasileira, alguma vez, contestação remota que fosse à ocupação de espaços públicos por movimentos reivindicatórios de esquerda? Costumo protestar sozinho. Costumo, solitariamente, lembrar que a Avenida Paulista, por exemplo, é de todos, não apenas de sindicalistas, de esquerdistas e de bicicletistas… Muitos coleguinhas me acham reacionário também por isso.


Olhem lá. As barracas dos grupos pró-impeachment nem mesmo atrapalham a circulação de pedestres. Nada! Mas já há quem lembre que aquilo é ilegal.
Santo Deus!


Em 2013, os celerados ideológicos do MPL (Movimento Passe livre) — não confundir com o Movimento Brasil Livre — promoveram manifestações país afora, brandindo aquela cascata do “não é pelos vinte centavos”. Queriam passagem gratuita. Agora que o povo de verdade ganhou as ruas, os burguesotes do capital alheio desapareceram. Vocês viram na imprensa, além deste escriba e de mais uns dois ou três, a defesa do direito que têm as pessoas de circular e não aderir ao movimento deles?


Pois é… Aquela turma deu abrigo aos black blocs — ou todos eram da mesma facção, sei lá — que saíam por aí quebrando tudo. Aquela turma foi recebida, reitero, em Palácio. O próprio Carvalho o confessou.


Eu juro que li artigos em jornal defendendo o que se chamava de “estética black bloc”, como se aquilo não fosse, à sua maneira, uma ética, só que do mal.


Renan, que sempre foi condescendentes com todos os movimentos de esquerda para ver se passa a ser bem tratado por jornalistas e pelo Ministério Público Federal (está conseguindo), não concedeu a sua autorização.


Eles quer longe aquelas pessoas que respeitam a lei e a ordem democráticas. No alto, duas imagens de uma grande faixa que foi estendida no gramado do Congresso pedindo o impeachment de Dilma (Fotos: Kim Kataguiri).
barracas

Nenhum comentário: