segunda-feira, 26 de março de 2018

.Desmatamento. Ajustes necessários



@ Ajustes necessários. Uma série de estudos organizados e conduzidos por especialistas em manejo florestal põe em xeque a eficácia das certificações do FSC - Forest Stewardship Council. As análises reconhecem que as condições ambientais e de trabalho melhoraram onde a metodologia foi bem implantada. Ao mesmo tempo, apontam que regiões em que a certificação vigora tiveram pouco ou nenhum sucesso na contenção do desmatamento. Para Allen Blackman, economista da Resources for the Future, isso acontece porque o FSC não alcança operações de pequena escala e graças a "grande parte do desmatamento nos países em desenvolvimento não estar ligada a operações florestais formais". Além disso, o principal motor da destruição de florestas são as mudanças no uso da terra, a eliminação de vegetação natural para dar espaço à agropecuária. Sendo assim, comentam os pesquisadores, a expansão qualificada da certificação poderia se tornar uma nova ferramenta para enfrentar o desmatamento. O FSC foi criado em 1993 para tentar conter o extermínio de florestas, um dos principais abrigos da biodiversidade, por meio da extração sustentável de madeira.
http://e360.yale.edu/features/greenwashed-timber-how-sustainable-forest-certification-has-failed


@ Ligando as pontas. Está entrando em campo um programa que alinhará projetos de conservação da Amazônia no Brasil, Colômbia e Peru. Por aqui, a empreitada reforçará o Programa Áreas Protegidas da Amazônia, o Arpa, ampliando a conectividade entre Unidades de Conservação, apoiando pequenos produtores rurais a implantar o Novo Código Florestal e qualificando o trabalho dos governos estaduais. A iniciativa pretende, ainda, levar a experiência do Arpa a todos os nove países da região. Os investimentos iniciais são do Banco Mundial e somam US$ 113 milhões, ou quase R$ 400 milhões. Além disso, Peru e Colômbia já estão criando fundos de financiamento de longo prazo para suas áreas protegidas. Um programa que conecte política e tecnicamente diferentes países incentivará suas autoridades públicas a pensar de forma integral a Bacia Amazônica e a manutenção da biodiversidade.
http://projects.worldbank.org/P158000?lang=pt
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/22/economia/1519321109_650566.html


@ Surpresa tropical. Parente das piranhas, lambaris e traíras, a mais nova espécie amazônica parece mais uma enguia, e cabe na palma da mão. A Tarumania faz parte de toda uma nova família que acaba de ser descrita pela Ciência formal - a primeira em 40 anos de pesquisas. Tanto mistério se deve aos hábitos peculiares daqueles seres, que costumam viver enterrados em lodaçais, a metros de profundidade. O achado cai na conta de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e da Universidade de São Paulo. Os especialistas apostam que novas descobertas serão feitas em breve na região, pois aconteceram em local de fácil acesso, um igarapé próximo a Manaus (AM).
https://academic.oup.com/zoolinnean/article-abstract/182/1/76/4080717
http://agencia.fapesp.br/descoberta_nova_familia_de_peixes_amazonicos_a_primeira_em_40_anos_/27091/



@ Clima põe a vida em xeque. Cientistas estão intrigados com a morte massiva de animais registrada em vários pontos do planeta. O fenômeno é conhecido para espécies como morcegos, estrelas-do-mar, corais e sardinhas, entre outras, e pode levar alguns grupos à beira da extinção. As mudanças do clima podem estar por trás desse maior número de incidentes. Em alguns casos, temperatura e umidade elevadas estimularam a multiplicação de bactérias que levaram à morte simultânea de milhares de animais. Isso aconteceu com antílopes da saiga, no Afeganistão. Enquanto a biodiversidade segue envolta em maus lençóis, análises mostram que a vida silvestre vem perdendo espaço na mídia nas últimas duas décadas. Balanço feito sobre o conteúdo de veículos nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido mostrou que as mudanças climáticas receberam 3,3 vezes mais cobertura do que a biodiversidade entre 1992 e 2016. Já nesse último ano, os jornais mencionaram o clima oito vezes mais que a biodiversidade.
http://www.anthropocenemagazine.org/2018/02/biodiversity-ignored-by-press/
https://www.theguardian.com/environment/2018/feb/25/mass-mortality-events-animal-conservation-climate-change?CMP=share_btn_fb




@ Proteção mais efetiva. Recomendações recentes da União Internacional para a Conservação da Natureza dão conta de que parques nacionais e outras Unidades de Conservação de Proteção Integral, onde as atividades humanas são restritas, são os melhores instrumentos para a conservação da vida marinha. Tudo isso associado, claro, a melhorias em monitoramento, educação ambiental e comunicação dos benefícios dessas áreas protegidas. A entidade também lembra que essas medidas são fundamentais para que se alcancem metas globais de conservação dos ambientes de água salgada, que pedem a proteção de ao menos 10% dos oceanos até o fim desta curta década. A tarefa ganha em complexidade pela pressão crescente da pesca. Levantamento da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha lembra que a escassez de peixes grandes em pontos da costa brasileira é fruto da pesca excessiva de espécies de valor comercial para consumo, da contaminação e da destruição dos ambientes costeiro marinhos. Por tudo isso, pesquisadores engrossam o coro por mais ações de conservação de espécies marinhas e pela ampliação de áreas efetivamente protegidas.
http://www.pewtrusts.org/en/research-and-analysis/blogs/compass-points/2018/02/22/how-much-of-the-ocean-is-really-protected
http://www.pewtrusts.org/~/media/assets/2018/02/cp_how_much_of_the_ocean_is_really_protected.pdf?la=en
http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/02/15/mar-de-peixinhos/
http://www.sisbiota.ufsc.br/
© Conect@ - Assessoria em Comunicação & Política
Aldem Bourscheit / Jornalista DRT/RS 9781
conectacomm@gmail.com
Brasília (DF) - Brasil


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