domingo, 9 de junho de 2019

WWF-Brasil participa de lançamento do MapBiomas Alerta

WWF-Brasil participa de lançamento do MapBiomas Alerta



07 Junho 2019   |   0 Comments
O sistema revela que 95% do desmatamento no país é ilegal

Por Renata Andrada Peña

O diretor executivo do WWF-Brasil, Mauricio Voivodic, participou, esta manhã, do lançamento do MapBiomas Alerta, um sistema de validação e refinamento de alertas de desmatamento que cobre todo o território nacional e, portanto, todos os biomas brasileiros. A ferramenta fornece, de forma rápida, laudos digitalizados para subsidiar os órgãos de fiscalização no combate ao desmatamento ilegal. Os dados são disponibilizados de forma pública e gratuita na internet e podem ser customizados pelos usuários.

“O Brasil é o país que mais desmata no mundo e o MapBiomas Alerta mostra que a maior parte é ilegal. Então é uma alegria participar deste lançamento porque, sem dúvida, essa ferramenta vai contribuir muito para combater esse crime no nosso país. O WWF-Brasil trabalha para fomentar cadeias produtivas sustentáveis e essa ferramenta é de extrema importância para isso”, afirmou Voivodic durante a abertura do evento.

O coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo, ressaltou dados obtidos pelo sistema. “Detectamos uma área de desmatamento equivalente a duas vezes e meia o tamanho da cidade de Belo Horizonte, 89.741 hectares. Desse total, 95% ocorreram em áreas sem autorização. De mais de 4.500 alertas recebidos, apenas 27 alertas ocorreram em locais autorizados”, contou Azevedo.

Principais resultados
Segundo o MapBiomas Alerta, o Cerrado é o bioma mais desmatado, com 53% dos alertas totais recebidos e 47.704 hectares convertidos. A Amazônia é o segundo, com 30% dos alertas, 27.285 hectares. Em terceiro lugar aparece a Mata Atlântica, com 6.552 hectares desmatados. A Caatinga teve 4.332 hectares, Pantanal 3.531 hectares e Pampa, 337 hectares.

Dos mais de 4.500 alertas, 312 ocorreram áreas protegidas, sendo que 94 em Unidades de Conservação. Foram 4.173 hectares dentro desses territórios, o que representa 5% de todas as notificações. As mais afetadas fora: Área de Proteção Ambiental Rio Preto (634 hectares), Área de Proteção Ambiental do Xingu (488 hectares), Floresta Nacional de Cristópolis (97 hectares). As terras indígenas tiveram 101 pontos de desmatamento - 700 hectares no total, menos de 1% dos 4,5 mil focos. Os povos mais afetados foram: Munduruku, com 17 alertas; Kayapós, com 16; e Yanomami, com 8.

O MapBiomas também detectou que 40% dos alertas validados no primeiro trimestre de 2019 ocorreram em áreas que não poderiam ser desmatadas, como próximas a nascentes, Unidades de Conservação (UCs), terras indígenas e Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Como funciona o MapBiomas Alerta?
O sistema MapBiomas Alerta, lançado hoje, é uma evolução do MapBiomas, em funcionamento desde 2015 produzindo mapeamento anual de cobertura e uso do solo. A novidade é o aumento da qualidade das imagens, agora com mais resolução – permite zoom de até três metros da área fotografada – e mais rapidez no processamento dos dados, oferece em minutos laudos completos sobre o alerta: localização, área total da propriedade, área desmatada, inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) se houver. “Um trabalho que antes exigia seis horas por parte dos órgãos fiscalizadores, agora leva apenas 3 minutos”, explica Tasso Azevedo. Também é possível obter imagens da área antes de ser desmatada, para que seja feita a comparação dos dados.

A ferramenta reúne e unifica dados de 11 sistemas de monitoramento diferentes, facilitando o trabalho final do usuário dos dados, e permite acompanhar o histórico do desmatamento por bioma, estado e municípios por meio de gráficos e estatísticas que permitem entender o histórico e dinâmica dos desmatamentos e auxiliar, assim, os órgãos fiscalizadores do país. É uma iniciativa do Observatório do Clima e conta com o financiamento e co-criação de dezenas de organizações da sociedade civil, fundações privadas, universidades, comunidade científica e empresas privadas.

Mais informações: http://alerta.mapbiomas.org/

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