sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Ser humano é responsável por 96% das extinções de mamíferos da Terra nos últimos milhares de anos, sugere novo estudo internacional



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Ser humano é responsável por 96% das extinções de mamíferos da Terra nos últimos milhares de anos, sugere novo estudo internacional





Muito tem se falado nos últimos anos sobre o impacto das alterações no clima do planeta sobre a sobrevivência – e o desaparecimento – de milhares de espécies de plantas e animais na Terra. Todavia, um novo estudo divulgado por pesquisadores da Universidade de Gothenburg, na Suécia, sugere que o ser humano é o principal responsável por 96% das extinções dos mamíferos nos últimos milhares de anos.
“Não encontramos nenhuma evidência de extinções causadas pelo clima durante os últimos 126 mil anos. Em vez disso, descobrimos que o impacto humano explica 96% de todas as extinções de mamíferos durante esse tempo”, afirma Daniele Silvestro, um dos pesquisadores e autores do artigo científico publicado na revista Science Advances sobre o assunto.
Para chegar a tal conclusão, foram analisados dados de fósseis de 351 espécies de mamíferos que deixaram de existir desde o final da Era do Pleistoceno, quando o Homo Sapiens surgiu, evoluiu e começou a se espalhar pela Terra.
De acordo com os cientistas suecos, nossos ancestrais pré-históricos já tinham um impacto destrutivo sobre a biodiversidade do planeta. Maior do que aquele provocado pelas mudanças climáticas e até, da chamada Era do Gelo.
“Essas extinções não aconteceram continuamente e em um ritmo constante. Em vez disso, explosões de extinções são detectadas em diferentes continentes nos momentos em que os humanos os alcançaram. Mais recentemente, a magnitude das extinções causadas pelo homem acelerou novamente, desta vez em um escala global”, explica Tobias Andermann, outro especialista envolvido no estudo.
Para os pesquisadores, os mamíferos pré-históricos eram mais resilientes às modificações no clima, todavia, eles alertam que o mesmo não acontece nos dias atuais. Eles ressaltam que nosso ritmo de extinções só foi visto antes no fim da era dos dinossauros.
“A crise climática de hoje, juntamente com habitats fragmentados, caça furtiva e outras ameaças relacionadas com o homem, representam um grande risco para muitas espécies ”, acredita Silvestro.
Entretanto, ainda há chance de revertermos esse cenário, defendem os cientistas.
“Apesar das projeções sombrias, a tendência ainda pode ser mudada. Podemos salvar centenas, senão milhares de espécies da extinção com estratégias de conservação mais direcionadas e eficientes. Mas, para conseguir isso, precisamos aumentar nossa consciência coletiva sobre a escalada iminente da crise da biodiversidade e tomar medidas para combater esta emergência global. A hora é agora. Com cada espécie perdida, perdemos irreversivelmente uma parte única da história natural da Terra “, conclui Tobias Andermann.
Foto: domínio público/pixabay

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