sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Seis anos após a morte do leão Cecil, Mopane é nova vítima de caçador americano no Zimbábue

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Seis anos após a morte do leão Cecil, Mopane é nova vítima de caçador americano no Zimbábue

Seis anos após a morte do leão Cecil,  Mopane é nova vítima de caçador americano no Zimbábue

Mopane tinha cerca de 12 anos. O leão era uma celebridade local. Com sua juba majestosa, era conhecido dos guardas, guias turísticos e visitantes internacionais que tentavam ter um vislumbre dele no Parque Nacional de Hwange, no Zimbábue, país no sudeste da África.

Mas na semana passada, Mopane foi morto por caçadores, na mesma região onde em 2015, Cecil também foi assassinado, uma história que repercutiu mundialmente. Assim como este último, acredita-se que o leão abatido recentemente foi atraído para uma emboscada por uma carcaça de elefante. Subterfúgio usado por criminosos que colocam propositalmente os restos do outro animal próximo à área do parque nacional.

Autoridades do parque já estavam preocupadas com a segurança de Mopane. Há dois anos, outro macho que fazia parte de seu bando, Sidhule, foi morto pelos chamados “caçadores de troféu”, que levam de volta para casa, como “prêmio”, o esqueleto, a pele, os dentes ou as garras desses felinos.

“Mopane era um pai e desempenhou um papel significativo. Sem ele, seu bando está agora vulnerável a ser dominado por outro macho ou grupo de machos, o que pode levar à morte de filhotes e fêmeas em seu bando. No entanto, como aconteceu com Cecil, seis anos atrás, o prazer perverso que algumas pessoas sentem ao matar animais icônicos trouxe a vida deste nobre leão a um fim trágico. Outro caçador de troféus gastando dezenas de milhares de dólares em uma aventura emocionante para matar um animal mostra o pior da humanidade. É uma vergonha que os Estados Unidos tenham a distinção de ser o maior importador mundial de troféus de caça. Já é hora de dar um basta nisso”, diz Kitty Block, presidente e CEO da Humane Society dos Estados Unidos e CEO da Humane Society International.

A organização explica que o leão africano é protegido pela Lei de Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos. No entanto, os caçadores de troféus continuam a ser autorizados pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem de lá a importar leões caçados e outras espécies ameaçadas de extinção sob um esquema de permissão que a Humane Society já contestou por violar a lei federal.

Estima-se que entre 2009 e 2018, 7.667 troféus de leões foram comercializados internacionalmente. Além de defender a eliminação da importação desses “produtos” para os Estados Unidos, a Humane Society trabalha junto a autoridades na África do Sul para proibir a exportação de troféus de leões também para o Reino Unido e países da União Europeia.

Em geral, os leões mais cobiçados por caçadores são os adultos, frequentemente, os líderes de um grupo. Quando eles são assassinados, um novo indivíduo precisa tomar o comando dos demais e para isso, tira a vida dos descendentes do animal morto para mostrar seu poder.

Encontrado na África e na Ásia, o leão (Panthera leo) é um predador no topo da cadeia alimentar. Por isso, ele tem um papel importantíssimo para controlar a população de presas, abater os indivíduos mais vulneráveis, eliminar portadores de doenças, ou seja, realizar a manutenção de um ecossistema saudável.

Acredita-se que restem na África apenas cerca de 20 mil leões adultos.

Entre as principais ameaças à espécie estão a caça esportiva e aquela em retaliação pela morte de pessoas e do gado, a destruição do habitat e a venda de ossos para a fabricação de medicamentos (eles entram como substitutos dos ossos de tigre que se tornam cada vez mais raros) – leia mais sobre o assunto neste outro post, do biólogo Fábio Paschoal.

Infelizmente, muitos americanos ainda acham que caçar é “divertido”. Uma prática abominável, cruel e bárbara.

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Foto: Keyur Nandaniya on Unsplash

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