sexta-feira, 2 de maio de 2014

O risco de ser morto no Brasil na Copa do Mundo



Se você está na Gávea, no Rio de Janeiro, e caminha dez minutos, chega a uma grande favela (uma das maiores do mundo). Essa caminhada de dez minutos significa a perda de mais de 13 anos na expectativa de vida. O local em que você se encontra retira anos da sua expectativa de vida. 


Muitos estrangeiros virão para o Brasil para assistir aos jogos da Copa do Mundo. Talvez não tenham consciência exata dos riscos que estarão correndo. Somos o 15º país mais violento do planeta (conforme os números da ONU de duas semanas atrás) e das 50 cidades mais violentas do mundo, 16 estão aqui. São mais de 53 mil assassinatos por ano. 

 [a favela referida é a da Rocinha, a maior do Brasil, consequentemente, a maior do mundo.


Já a segunda maior favela do Brasil, a 2ª maior do mundo, fica localizada no Distrito Federal, Brasília - capital do Brasil e uma cidades sede da Copa FIFA 2014,cujo nome é favela Sol Nascente.]

Imagine um estrangeiro de um desses países econômica e socialmente “escandinavizados” (Dinamarca, Suécia, Suíça, Bélgica, Holanda, Nova Zelândia, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Alemanha etc.). Nos seus países eles têm (em média) apenas um homicídio para cada 100 mil pessoas (veja nossas estatísticas no Instituto Avante Brasil)? 


Os Estados Unidos têm 5 (embora seja um império capitalista)? O Brasil tem 27? Quando um “escandinavizado” colocar os pés no Brasil, seu risco de vida já aumenta 27 vezes. E conforme a capital em que ele estiver, sua expectativa de vida vai reduzir drasticamente.

O que os “escandinavizados” estão mostrando para o mundo? O seguinte: quanto mais igualdade material e social, menos violência (menos crime). Esses países possuem as seguintes médias: PIB per capita de USD 50.084, Gini de 0,301 (pouca desigualdade e, ao mesmo tempo, pouca concentração da riqueza nas mãos de pouquíssimas pessoas), 1,1 homicídios por 100 mil habitantes, 5,8 mortos no trânsito por 100 mil pessoas, 18.552 presos (na média) e 98 encarcerados para cada 100 mil pessoas.

Vamos comparar os números (não os países): O Brasil conta com renda per capita de USD 11.340, Gini de 0,519 (0,51: país exageradamente desigual), 27,1 assassinatos para 100 mil pessoas, 22 mortos no trânsito para cada 100 mil, quase 600 mil presos, 274 para cada 100 mil habitantes. 


Somos 27 vezes mais violentos que a média dos países mais civilizados do planeta.


A palavra chave para explicar tudo isso se chama igualdade, porém, não a igualdade puramente formal, sim, material, social, cultural etc. E isso se consegue por meio de (a) educação de qualidade para todos e (b) aumento da renda per capita. [a situação do Brasil que já era ruim, antes do Lula duas vezes e da posta Dilma uma vez, piorou drasticamente, já que os gênios eleitos pelos brasileiros, entendem igualdade como algo que funciona tanto IGUALANDO A RIQUEZA quanto a IGUALANDO A MISÉRIA - e passaram a envidar esforços para se perpetuarem no poder igualando a miséria. 

Para eles educação não é prioridade - vai que o pessoal melhora o nível cultural e deleta a maldita esquerda !!! IGUALDADE POR CIMA também não serve, já que possibilita condições dos 'bolsistas' dispensarem as bolsas, concluírem que trabalhar rende mais e assim oficializaram a IGUALDADE POR BAIXO.]

A única maneira de salvar o planeta das tragédias anunciadas (rebelião dos pobres, revolução dos indignados, sangue das guerras, mutilações decorrentes dos conflitos etc.) é melhorar a qualidade de vida de todo mundo. Os “escandinavizados” (Suécia, Noruega, Islândia, Holanda etc.) são os únicos que estão salvando o capitalismo desigualitário do seu desastre final. São dignos de ser copiados. 


Não temos, portanto, que nos comparar a eles, sim, copiar o que eles estão fazendo de certo (e deixar de fazer as coisas erradas).

Fonte: Jus Brasil - Por: Luiz Flávio Gomes 

BLOG Prontidão

 

Nenhum comentário: