domingo, 25 de maio de 2014

Sim à vergonha, não ao medo.



A máscara de Dilma Rousseff caiu por terra junto com o seu tombo nas pesquisas. O que o país tem assistido nos últimos dias é a Dilma real. Agressiva, destemperada e com frequentes rompantes autoritários, exterioriza o que já era conhecido.  Relatos sobre este perfil agressivo da presidente proliferam nos bastidores da política e só não são denunciados pelos jornalistas de plantão porque o acesso ao Palácio do Planalto só é franqueado a quem cala e consente. É preciso ter crachá em Brasília para cobrir o Poder.

A verdade é que Dilma tem se mostrado uma pessoa sem equilíbrio para enfrentar a crise de popularidade e o aumento da rejeição dos eleitores, que já beira os 50%. Sendo um produto de marketing desde que surgiu na política pela mão de um construtor de postes, jamais poderia imaginar que os seus truques publicitários fossem descobertos pelos brasileiros. Até pelos mais humildes, a quem sempre manteve sob a ameaça constante do fim dos programas sociais.

Em permanente campanha eleitoral, a crise de popularidade preocupa Dilma mais do que a crise econômica que se reflete nos protestos crescentes às vésperas da Copa do Mundo. Chega a ser ridículo a forma como o governo tenta esconder que o projeto Copa é um fracasso sob todos os aspectos. A maioria das obras não saiu do papel. Todos os estádios e as raras obras de mobilidade urbana têm superfaturamento. Não há legado. Os ganhos projetados minguam. E, principalmente, a maioria do povo brasileiro é contra a Copa. É esta maioria que elege presidentes.

Neste contexto, a declaração de Ronaldo Fenômeno de que sentia vergonha de ser brasileiro, pela desorganização da Copa, caiu como uma bomba dentro do Palácio do Planalto. Foi o que bastou para que uma destrambelhada Dilma Rousseff tentasse cassar o direito de um brasileiro, vocalizando o sentimento de milhões de compatriotas, de sentir vergonha.

Para responder a declaração de Ronaldo - "É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora" – Dilma atacou: “Não temos por que nos envergonhar. E não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues, se referindo aos eternos pessimistas de sempre".

Na sequência, Dilma Rousseff retomou o discurso do medo, que hoje é o discurso do PT. Evocou, inclusive, os tais “espectros fantasmagóricos” que querem voltar, sugerindo que fora do seu partido corrupto e mensaleiro, da sua gestão incompetente e desastrosa, da sua falta de preparo e de decoro para o exercício da Presidência, nada de bom pode existir.

Ao que tudo indica estes tristes tempos estão findando. A cada quatro brasileiros, três querem mudança. Três em cada quatro brasileiros querem ter de volta o seu direito a ter vergonha da Copa, da corrupção, da mentira oficial. Três em cada quatro brasileiros estão com medo do presente e não do futuro. É este sentimento que torna Dilma Rousseff mais beligerante, mais terrorista, mais do menos que ela sempre foi.
 
 

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