sexta-feira, 24 de outubro de 2014

'Não vamos desistir do Brasil'

BLOG do NOBLAT

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Chega de divisões, ódios, mesquinharia, maldades, mentiras, ofensas, perdigotos e gritos.
Oh! Minas Gerais... Oh! Minas Gerais,
Quem te conhece não esquece jamais...
Oh! Minas Gerais...

Sou brasileira, paulistana, amo meu país cada vez mais. Moça, inquieta, curiosa, tentei por duas vezes morar fora do Brasil. Na Europa, onde o que não falta são cidades lindas, obras de arte de arrepiar a alma, cinema e literatura de altíssima qualidade, onde é fácil e proveitoso estudar, trabalhar e viver a vida. Mas não é onde mora o meu coração, onde moram as pessoas que fazem parte da minha paisagem pessoal.
Por que esse longo e maçante introito, que talvez só a mim interesse? Porque não quero que pensem que estou privilegiando Minas Gerais por ser contra os outros estados. Longe disso.
Tenho amigos queridos cariocas, gaúchos, mineiros, paraenses, paulistas, pernambucanos. Meu único filho nasceu no Recife.
Minas e sua fidalguia e discrição, Pernambuco e sua bravura e seu panache, aliás, formam um arco de brasilidade comovente, berço que são de nossos dois mártires, Tiradentes e Frei Caneca, ambos mortos em nome da Liberdade:
Liberdade - essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda! (Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles)
— Um condenado não pode falar.
Condenado à morte perde a língua.
— Passarei a falar em silêncio.
Assim está salva a disciplina. (Auto do Frade, João Cabral de Melo Neto)
Quem conhece as cidades históricas mineiras, a paisagem com o horizonte azulado, as igrejas, o casario, as ruas por onde pisaram os primeiros a pensar no Brasil livre de amarras, num Brasil brasileiro, sabe como é emocionante passear por ali. De Sabará a São João del Rei, passando por Mariana, Ouro Preto, Congonhas, Tiradentes, a emoção é a mesma, quem conhece confirma, quem não conhece não sabe o que perde.
Desde a metade do século 20 tivemos dois presidentes mineiros. Um protagonizou o segundo descobrimento do Brasil e o outro tirou o Brasil do estado de coma em que se encontrava.
Juscelino foi o estadista que cultivava a tolerância bem mineira, o homem que respeitava o passado mas com os olhos no futuro, o sonhador.
Itamar foi o estadista íntegro que soube escolher seus ministros e assessores, a quem dava o apoio imprescindível e a dignidade da sua palavra, o que em Minas vale ouro. Sem a força de seu caráter, o Real, que nos salvou daquele abismo, não teria nascido e vingado.
Minha esperança é que os brasileiros acordem no domingo bradando Libertas Quae Sera Tamen e corram para as urnas a fim de referendar o nome de um mineiro como ocupante do Palácio do Planalto.
Chega de divisões, ódios, mesquinharia, maldades, mentiras, ofensas, perdigotos e gritos. Que venham novamente tempos de cordialidade, mas em um patamar de integridade absoluta.
Minas nunca desistiu do Brasil, não será agora Aécio Neves, um mineiro, quem o fará.
Alberto da Veiga Guignard: Ouro Preto, 1951, óleo sobre madeira (Foto: Acervo Museu de Arte Contemporânea da USP)Alberto da Veiga Guignard: Ouro Preto, 1951, óleo sobre madeira (Imagem: Acervo Museu de Arte Contemporânea da USP)


Comentario

Heloisa Helena
Taguatinga

 Não deixem a Sedhab ou a Terracap verem essa paisagem bucólica ou vão querer desmatar e construir condomínios do Minha Casa Minha Vida para dar em troca de apoio político a seus cupinchas.Não importa se trata-se de uma mera pintura... são tão loucos por desmatamento que não vão perceber!)

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