terça-feira, 4 de novembro de 2014

Impeachment de Dilma seria 'muito útil ao PMDB', diz Arthur Virgílio (PSDB)



Do UOL, em São Paulo


O prefeito de Manaus e ex-senador, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse na noite desta segunda-feira (3) em entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura, que um eventual impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) seria "muito útil ao PMDB"

A afirmação foi feita no momento em que o tucano apontava as dificuldades que Dilma pode ter no seu segundo mandato. "Não posso deixar de esquecer que o vice dela pertence ao PMDB. Qualquer coisa política que ocorra com ela pode ser muito útil ao PMDB, que tem o vice na boca dela", disse.


 

 

Arthur Virgílio no Roda Viva 



O ex-senador criticou algumas propostas defendidas por Dilma, como o decreto que regulamenta os conselhos populares e a regulação econômica dos veículos de comunicação. "Se ela não entender que o país mudou, se continuar com a história de conselho, de querer controlar a mídia, poderá ter um final não muito feliz."


Questionado sobre se crê na possibilidade do impeachment, Arthur Virgílio citou a suposta delação premiada do doleiro Alberto Youssef, que teria dito que Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva sabiam dos desvios na Petrobras. "Se é verdade o que diz Youssef, ela corre [risco de impeachment]."
Sobre o diálogo entre oposição e governo, o prefeito de Manaus disse, referindo-se ao escândalo da Petrobras, que não se pode "dialogar antes de saber a verdade inteira do 'petrolão'".

 

'Erro tático' da campanha de Aécio

Para o tucano, as eleições mostraram que há um Brasil dividido, um "país absolutamente cansado por metade de sua população, justamente a metade que tem acesso à opinião."


Perguntado sobre os erros cometidos pela campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB), Arthur Virgílio citou a escolha do tucano Pimenta da Veiga para concorrer ao governo de Minas Gerais.


Indicado para a disputa por Aécio, Pimenta da Veiga foi derrotado pelo petista Fernando Pimentel. O presidenciável tucano também perdeu para Dilma em seu Estado natal. "Houve um erro tático em minas grave. O lançamento de uma pessoa que está fora da vida pública", afirmou.

 

Derrota em Manaus

O ex-senador disse que acreditava na vitória de Aécio em Manaus, mas foi surpreendido pelo que chamou de boatos espalhados pelos adversários. Na capital amazonense, Dilma obteve mais de dez pontos percentuais de vantagem sobre o senador mineiro no segundo turno.


"Percebi ali o fenômeno do aparelhamento do Estado. De repente, nas casas humildes, todos achando que o Aécio iria acabar com o Bolsa Família, com o distrito industrial de Manaus, com o Prouni. Da noite para o dia o Aécio tinha virado o inimigo de vários pontos essenciais para o povo de Manaus", afirmou.

 

Aécio em 2018

Arthur Virgílio defendeu em vários momentos da entrevista a candidatura de Aécio à Presidência da República em 2018. Para o prefeito de Manaus, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não deveria disputar a candidatura com Aécio.

"Considero que não é um bom serviço, quem quer que seja, disputar indicação com o Aécio em 2018", disse. "Não trabalho com a hipótese com outra candidatura que não seja a de Aécio."

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