quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Calote Internacional Dívida do Brasil com a Unesco é a segunda maior do mundo



País deve R$ 36 mi e se não pagar cerca de R$ 10 mi até novembro de 2015 perderá direito ao voto na entidade da ONU
Publicado: 3 de dezembro de 2014 às 12:17

Unesco by Unesco.org
Brasil não paga suas contas na Unesco desde 2013 (Foto: Unesco)
O Brasil acumula uma dívida com a Unesco de R$ 36,7 milhões e se transformou no segundo maior devedor da entidade. O Estado de S. Paulo obteve documentos exclusivos da contabilidade da ONU que indicam que, até o dia 27 de novembro de 2014, o Brasil devia US$ 14,3 milhões à Unesco. Apenas os EUA mantém um buraco maior que o Itamaraty em relação à entidade. Mas, no caso da Casa Branca, a atitude é um protesto.

Se o governo brasileiro não depositar pelo menos parte de sua dívida até novembro de 2015, o País perderá o direito de voto na reunião da Unesco que ocorre a cada dois anos.

No total, governos de todo o mundo devem US$ 347 milhões para a entidade, com sede em Paris. Mas só o calote americano supera a marca de US$ 310 milhões. No caso de Washington, o motivo não é a falta de dinheiro. Em 2011, a entidade reconheceu a Palestina como membro, o que deixou americanos e israelenses irritados.

A Venezuela vem na terceira colocação entre os devedores. Mas ainda assim com um buraco de cerca de US$ 5 milhões. Israel, também em uma atitude de protesto, deixou de pagar e deve US$ 4 milhões.

Pelos novos cálculos de contribuição da ONU, o Brasil precisa arcar com 2,9% do orçamento do sistema. O valor é calculado em função do PIB, do crescimento, do PIB per capta e de indicadores sociais.

Por essa conta, o Brasil praticamente dobrou sua participação na ONU e é o 10º maior contribuinte do sistema, superando Rússia. Mas, desde 2013, o País não paga suas contas na Unesco. Para o ano passado, a dívida é de US$ 4,7 milhões e, para 2014, a dívida acumula outros US$ 9,5 milhões.


Na semana passada, a diplomacia brasileira comemorou o fato de que a Unesco declarou a capoeira como um patrimônio intangível da humanidade.  (Jamil Chade/AE)

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