terça-feira, 6 de janeiro de 2015

GDF diz ter apenas R$ 64,2 mil em caixa; conta corrente está zerada


  05/01/2015 19h33


Números constam em ofício do BRB enviado à Secretaria de Fazenda.


Segundo o governo, não há data para pagar salários atrasados de servidores.

Do G1 DF
Ofício do Banco de Brasília (BRB) mostra saldo de R$ 64,2 mil nas contas do DF (Foto: GDF/Reprodução)Ofício do Banco de Brasília (BRB) mostra saldo de R$ 64,2 mil nas contas do DF (Foto: GDF/Reprodução)
O governo do Distrito Federal divulgou nesta segunda-feira (5) documento que aponta um saldo de R$ 64,2 mil reais no caixa do governo. O número consta em um ofício enviado pelo Banco de Brasília (BRB) à Secretaria de Fazenda do DF e corresponde a todo o orçamento disponível para o pagamento de dívidas e investimentos, segundo o GDF.
No ofício (veja acima), é descrito que a conta corrente está zerada. Os R$ 64.201,27 disponíveis estão divididos em dois fundos de investimento.
Em nota enviada à imprensa, o GDF afirma que os números divulgados pelo antigo governo, que apontavam saldo de quase R$ 1 milhão no caixa, são resultado de uma "falsa interpretação". O G1 não conseguiu contato com a equipe de Agnelo Queiroz para comentar o comunicado.


Segundo o GDF, as despesas realizadas nos últimos dois dias de 2014 ainda não foram contabilizadas no Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo). Por isso, o dinheiro empregado neste período aparece como "disponível". Essa diferença gerou "uma falsa interpretação dos valores divulgados pela imprensa, muito acima do que realmente existe nos cofres públicos", disse o Buriti.


No domingo (4), o chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, chegou a divulgar estimativas de R$ 60 mil em caixa, que seriam confirmadas pelo extrato divulgado nesta segunda. Segundo Doyle, mesmo este saldo teria sido obtido "por algumas manobras contábeis que possibilitaram que houvesse esse valor".


Caixa 'zerado'
A secretária de Planejamento, Leany Lemos, afirmou no domingo (4) que o caixa financeiro do DF está "zerado". O anúncio foi feito após reunião realizada entre Rollemberg, o vice, Renato Silveira, secretários e presidentes de empresas e bancos públicos. O encontro aconteceu na Residência Oficial de Águas Claras, durou todo o dia e teve como principal tema a falta de verba do governo.
"O que gostaria de reforçar é que, além dos R$ 13,8 bilhões de déficit, não há caixa. O caixa está zerado", afirmou. "Não ficaram recursos no caixa para pagar absolutamente nada."


Salários atrasados
O GDF afirmou que o pagamento do 13º salário de 10,6 mil servidores da saúde e da educação do DF que deveria ter sido pago no último dia 20 de dezembro ainda não tem data para ser depositado e "depende de condições orçamentárias e financeiras". A Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão afirma que "será feito o possível para que os servidores com salários em atraso recebam o que lhes é de direito o quanto antes".


Na sexta-feira (2), o secretário de Fazenda reafirmou que deve pedir a antecipação de parcela do Fundo Constitucional para saldar a dívida, deixada pela gestão anterior. Caso a medida não funcione, ele afirma que o governo vai encontrar outra saída para o problema e que "ninguém ficará na mão". Ele não detalhou uma segunda alternativa para honrar os pagamentos.


Contenção de gastos
No primeiro dia de mandato, o governador anunciou uma série de medidas para corte ou racionalização de gastos e a criação de um “grupo de governança” para monitorar despesas. Gastos com viagens, carros oficiais, combustíveis, prestação de serviços de terceiros, convênios, aluguéis de imóveis e equipamentos, cursos de servidores e contratação de obras vão ser restringidos pelos próximos 120 dias, de acordo com sete decretos publicados nesta sexta.



Em entrevista ao G1, o governador afirmou ter quatro desafios emergenciais: pagar em dia os salários dos servidores públicos, reabastecer as unidades de saúde com medicamentos, garantir que as escolas estejam preparadas para a retomada do ano letivo em fevereiro e repassar recursos para as empresas de ônibus, evitando novas greves.


Seminário
Durante a reunião deste domingo em Águas Claras, oito grupos de trabalho discutiram 63 programas considerados prioritários do governo. Eles terão até 30 de janeiro para definir quais programas serão entregues nos primeiros quatro meses do ano.


O acompanhamento dos prazos será feito pela secretária de Planejamento. De acordo com o GDF, cada pasta listou dívidas, invasões de áreas públicas, agendas de eventos esportivos e culturais.

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