quarta-feira, 1 de abril de 2015

Cronica de um amante da natureza (e morador do Park Way): Italo Pasini


Sra Flávia, 


Meu nome é Ítalo (75 anos, militar da reserva do Exército) e também tenho um rancho no Park Way, onde minha esposa planta roça, enquanto eu leio livros, Veja, Seleções do Reader’s Digest e outras revistas. Li e reli, pausadamente, todo o texto sobre a interação vegetação/água. É excelente, verdadeiro e muito oportuno. Infelizmente, incorre numa teoria (quisera que fosse teoria) do escritor Luiz Fernando Veríssimo, que diz: “O brasileiro não lê crônica com mais de duas páginas.”

Sou fã incondicional da natureza. Preocupo-me e sofro com o desrespeito às nossas fauna, flora e recursos hídricos em geral. Nosso imenso e querido Brasil é tão bem dotado desses bens, como tão mal dotado de educação para nossa gente,infelizmente!

Vivenciei quatro situações que me proporcionaram observar a natureza: pescarias, juntamente com minha esposa, da juventude até o início da tal terceira idade; curso de Guerra na Selva, na floresta amazônica; viagens, sem que fossem em excursão, para 20 países e, principalmente, viagens pelo Brasil afora, de ônibus, avião de carreira e avião particular de meu compadre, o cantor José Rico, que infelizmente veio a falecer em 03.03.2015.

Em todas essas situações, sempre observei o desrespeito à natureza: 

1.       Certa feita, nas imediações de meu rancho de pescaria, lá no rio São Marcos, eu ensinava minha esposa a atirar, com um rifle calibre 22. Colocava a latinha de cerveja a certa distância e atirávamos nela. Um roceiro da área, que assistia a tudo, expressou-se assim: “o ideal seria atirar nos passarinhos; de que vale atirar em latas...”

2.       Ao preparar o terreno para a roça de subsistência (hoje pouco praticada), o roceiro empurrava, com o trator, a vegetação ciliar para dentro do rio.
3.       Nas rodovias do Brasil, mesmo nas federais, não há a menor preocupação com a segurança dos animais, e nem sequer das pessoas, porque um animal de grande porte, ao ser atropelado, pode matar muita gente. Nos Estados Unidos da América, observei em novembro passado e também em outras situações, que as estradas são ladeadas por cercas, evitando, assim, que os animais adentrem à  rodovia.

4.       Quando voava com meu compadre José Rico, em sua aeronave Sêneca III, observava a devastação nas margens dos rios (das Mortes, Xingu, Cuiabá, Piquiri e muitos outros).

5.       Também me causou surpresa, há algum tempo, quando da votação do Código Florestal. O deputado ou ministro, que coordenava os estudos, sugeria uma largura de 15 metros para a mata ciliar. Mal sabia ele que qualquer árvore da margem dos rios pode ter muito mais de 15 metros, no diâmetro de sua copa.
Mês de novembro passado, tive uma sensação, imagino, semelhante à de Charles Darwim, quando de sua chegada à ilha de Ascensión, em 19/07/1836. Trata-se de uma visita que fiz ao Parque Nacional das Sequoias, na Sierra Nevada, Califórnia (EUA). Quando deparei com a árvore maior e mais antiga do mundo, a General Sherman, fiquei extasiado, locupletado.

Para não incorrer na teoria do Luiz Veríssimo, termino por aqui parabenizando a senhora pelo seu interesse em defender nossos mananciais, animais, a vegetação em geral e também a nós mesmos.

Aproveito o ensejo para encaminhar-lhe uma crônica sobre as Sequoias.


Respeitosamente.

Italo Pasini.



(Prezados, devido à excelência das fotografias, realmente magnificas e à péssima qualidade da INTERNET  serei obrigada a publicar a cronica em três partes)











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