- 09/09/2015 05h55
- Brasília
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O julgamento conta um voto a favor da descriminalização do porte, proferido no dia 20 de agosto pelo relator, ministro Gilmar Mendes. Para Mendes, o porte de entorpecentes não pode receber tratamento criminal, por ofender a vida privada dos cidadãos. Segundo o ministro, embora a norma trate de maneira distinta usuários e traficantes, na prática a Lei de Drogas, na maioria dos casos de prisão, trata a todos como traficantes. Além disso, ele entende que é preocupante deixar exclusivamente aos policiais a distinção entre os dois casos, sem critérios claros estabelecidos na legislação.
Se a maioria dos ministros seguir o relator, quem portar drogas não poderá ser preso, exceto se o policial entender que a situação configura tráfico de drogas. Em casos de dúvida sobre a situação, o preso deverá ser apresentado imediatamente ao juiz, que decidirá pelo enquadramento como uso ou tráfico de entorpecentes.
O julgamento vai prosseguir com os votos dos ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Marco Aurélio, Celso de Mello e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
A descriminalização é julgada no recurso de um ex-preso, condenado a dois meses de prestação de serviços à comunidade por porte de maconha. A droga foi encontrada na cela do detento.
No recurso, a Defensoria Pública de São Paulo diz que o porte de drogas, tipificado no Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), não pode ser configurado crime, por não gerar conduta lesiva a terceiros. Além disso, os defensores afirmam que a tipificação ofende os princípios constitucionais da intimidade e a liberdade individual.
Edição: Graça Adjuto
Fumar maconha várias vezes ao dia durante anos pode danificar a química do cérebro responsável pela sensação de prazer, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos com a Universidade Harvard.
O Que as Drogas Recreativas Estão Fazendo Com a Nossa Saúde Mental?
Da coluna 'O GUIA VICE PARA SAÚDE MENTAL'
sábado, 15 de agosto de 2015
Uso frequente de maconha bloqueia sentimentos prazerosos, diz pesquisa
Uso frequente de maconha bloqueia sentimentos prazerosos, diz pesquisa
Do UOL, em São Paulo
Fumar maconha várias vezes ao dia durante anos pode danificar a química do cérebro responsável pela sensação de prazer, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos com a Universidade Harvard.
A pesquisa foi divulgada recentemente na revista "Proceedings", da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Cientistas descobriram que o cérebro dos que abusam da
maconha reage menos à dopamina, substância química liberada pelo
cérebro, que causa a sensação de bem estar. A dopamina é ativada
geralmente durante a alimentação, no sexo ou durante o uso de drogas.
A descoberta foi feita depois que a equipe de pesquisadores
analisou a produção de dopamina no cérebro de 48 pessoas, 24 delas que
haviam fumado pelo menos cinco cigarros de maconha por dia, cinco dias
por semana, por 10 anos; e outras 24 sem esse histórico (grupo
controle).
A cada um deles foi dado uma dose de metilfenidato, mais conhecido como Ritalina, remédio que aumenta a liberação de dopamina.
Imagens do cérebro das 48 pessoas revelaram que todas
produziram mais dopamina após tomar a droga, como era esperado. Mas,
enquanto os integrantes do grupo controle tiveram aumento da pressão e
das batidas cardíacas e se sentiram mais eufóricos, os usuários
frequentes de maconha não apresentaram essas alterações.
A falta de uma resposta física sugere que os usuários
frequentes de maconha podem ter seu circuito de recompensa no cérebro
danificado pelo uso da droga, segundo Nora Volkow, diretora do Instituto
Nacional sobre Abuso de Drogas, do Instituto Nacional de Saúde Mental
dos EUA, e autora do estudo.
A pesquisa não indicou que os usuários frequentes de
maconha produzem menos dopamina, mas passam a ter menos a sensação que
ela induz, como se o uso da droga alterasse seu mecanismo. Os
pesquisadores só não conseguiram descobrir porquê isso acontece.
"Não ser capaz de destrinchar causa e efeito é uma limitação em um estudo como este, diz Volkow.
O Que as Drogas Recreativas Estão Fazendo Com a Nossa Saúde Mental?
O Que as Drogas Recreativas Estão Fazendo Com a Nossa Saúde Mental?
Da coluna 'O GUIA VICE PARA SAÚDE MENTAL'
As drogas podem foder com o seu cérebro. Elas botam as
pessoas pra baixo, pra cima, jogam de lado. Seja um beck depois do
trabalho, uma bolinha para animar na balada ou uma carreira que
transporta para um mundo espacial alienígena, as substâncias psicoativas
oferecem aos cidadãos do planeta Terra uma fuga temporária da vida
cotidiana.
Milhões usam. Mas para aqueles que não estão se sentindo
muito bem consigo mesmos, a sedução dessa fuga narcótica pode ser maior.
E, infelizmente, esse próprio santuário ativado pela química pode
piorar a saúde mental da pessoa.
As evidências da via de mão dupla entre as drogas e doenças
mentais estão por aí, nos periódicos científicos. E também estão bem na
nossa frente. Muitos de nós têm amigos que tiveram problemas
psiquiátricos causados pelo consumo de drogas legais e ilegais. No
entanto, se você quer saber a verdade sobre o relacionamento entre as
drogas e a saúde mental, é preciso seguir um rumo cauteloso no meio de
toda a groselha.
O avô da hipérbole "droga enlouquece" é Harry J. Anslinger,
comissário do serviço de Narcóticos dos EUA nos anos 30, que fez uma
campanha feroz contra a cannabis. Ele alertava as pessoas: "Passe um mês
fumando cigarro de maconha e o que um dia foi seu cérebro vai se tornar
um nada, apenas um depósito de espectros horrendos".
Pode parecer
piada, mas esse tipo de falácia formou o modelo para muito do que os
jornais mais lidos da Grã-Bretanha publicaram sobre o assunto na última
década. E se quer saber, alguns dos fanáticos que se colocaram no lobby
pró-cannabis alegando que toda maconha é absolutamente inofensiva estão
igualmente desconectados do mundo real.
Mas a correlação existe. Números do governo britânico
mostram que cerca de um terço das pessoas diagnosticadas com doenças
mentais consumiram drogas no último ano – três vezes mais que a média
nacional. Três quartos das pessoas atendidas em serviços de tratamento
ao dependente químico tiveram algum transtorno psiquiátrico no último
ano.
As drogas e as doenças mentais se entrelaçam em uma dança
complexa que só recentemente começou a ser decifrada pelos cientistas. O
estigma que há muito tempo gira em torno dessas questões faz com que a
investigação sobre a interação das duas e sobre como uma pode levar à
outra ainda esteja engatinhando.
Rachel lembra de se sentir infeliz desde que a família se
separou, quando ela tinha três anos. Ela escreveu o seguinte no diário
depois das primeiras experiências com cetamina, aos 14 anos de idade:
"Desencadeei toda uma nova inteligência dentro de mim, deixei de ser uma
estudante solitária e frustrada e passei a ser uma princesa de conto de
fadas". Hoje aos 30 anos, ela diz que, embora as drogas tenham
amenizado a depressão, alteraram sua vida de forma fundamental. "Minha
cabeça não ficava quieta por conta própria e as drogas me acalmavam. Eu
ficava menos triste e tinha menos raiva.
Eu saía, trabalhava, brincava,
vivia e estava feliz. Mas meu cérebro ainda estava se desenvolvendo.
Para mim, o mundo longe das drogas é muito chato e sem graça – nada se
compara aos ápices de usar drogas quando eu estava passando da infância à
idade adulta".
Por ser a droga ilegal mais consumida, muito da pesquisa
sobre drogas como causa ou catalisador de doenças mentais se concentrou
na cannabis. Enquanto milhões de usuários da droga não são afetados, a
pesquisa descobriu que existem grupos com mais probabilidade de
desenvolver problemas psiquiátricos que outros.
Alguns já saem na desvantagem antes de dar o primeiro tapa
na pantera. Usuários de cannabis com casos de depressão ou esquizofrenia
na família têm mais risco de terem essas doenças desencadeadas pelo
consumo da droga do que aqueles sem histórico. Os cientistas acreditam
que existe um gene, o AKT1, que deixa a pessoa bem mais suscetível a
desenvolver psicose se consumir cannabis do que outra sem o AKT1.
Estudos demonstram que jovens que começam a fumar maconha
antes dos 15 anos têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver
alguma doença psicótica do que não usuários. Isso porque, na
adolescência, o cérebro ainda está se desenvolvendo. Como explicado pela
Faculdade Real de Psiquiatria: "Um imenso processo de poda está
acontecendo, como se estivesse aerodinamizando um quiproquó intricado de
circuitos para fazê-los funcionar de forma mais eficaz. Toda
experiência ou substância que afete esse processo tem o potencial de
produzir efeitos psicológicos a longo prazo".
Depressão é um dos desfechos possíveis. Um estudo com 1.600
crianças australianas de 14 e 15 anos ao longo de sete anos descobriu
que aqueles que consumiam cannabis todo dia tiveram cinco vezes mais
chance de desenvolver depressão e ansiedade até o fim do estudo. Embora
não haja provas suficientes para afirmar que os adolescentes
diagnosticados com depressão têm mais propensão ao uso da maconha, há
muitas provas de que adolescentes que sofrem com altos níveis de
estresse estão mais propensos a ter um consumo problemático.
A mídia exagera muito para falar da força e dos perigos da
poderosa maconha do tipo skunk que hoje domina o mercado (um jornal
afirmou que "um trago já pode causar esquizofrenia"). Mas a droga está
sim causando problemas. Um estudo da King's College de Londres com 780
pessoas no Hospital Maudsley, no sul da capital britânica, descobriu
que, em comparação com quem nunca experimentou maconha, os usuários
diários de cannabis tipo skunk aumentaram em cinco vezes o risco de
psicose.
Insight, um serviço de apoio a usuários com dependência
química entre 11 e 24 anos, fica a alguns quilômetros do Maudsley. O
assistente social Anthony Steward observa um aumento no número de
adolescentes, principalmente jovens envolvidos com o crime, que procuram
ajuda apresentando sintomas como paranoia e ansiedade por causa de uma
"fixação com cepas superfortes de cannabis".
Estudos demonstram que jovens que começam a fumar maconha
antes dos 15 anos têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver
alguma doença psicótica do que não usuários.
"Estão usando Amnesia, LSD e Sour Diesel, fumando o dia
todo. Até a música que escutam fala de ficar chapado de skunk. Um menino
acha que está recebendo mensagens subliminares através das propagandas
na TV. Veremos um grande aumento nos índices de doenças mentais entre
jovens por causa da skunk".
Os efeitos psicológicos de curto prazo das drogas podem ser
poderosos e cumulativos. Uma rodada pesada de consumo de álcool deprime
o sistema nervoso e faz com que as pessoas se sintam deprimidas. Quanto
mais você bebe, mais deprimido fica. Usuários de fim de semana de
estimulantes, como ecstasy e cocaína, sentem uma caída no meio da
semana, uma baixa de humor provocada por estimular ou "fritar" demais os
receptores do cérebro.
Quanto mais você usa, mais hiperestimulado fica o
cérebro e mais frágil o seu estado mental. Isso faz com que tenha gente
que fica calculando demais as coisas, enxergando significados onde não
há e suspeitas desnecessárias. Para lidar com isso, as pessoas usam mais
drogas e o nó do emaranhado fica ainda mais apertado.
Não surpreende que os organizadores do Festival de
Glastonbury contratem enfermeiros psiquiátricos para ficar de plantão no
evento há três décadas. Todo ano, aumenta o número de pessoas no
festival que sofrem com algum problema mental no evento e precisam
passar dois ou três dias se recuperando em uma unidade psiquiátrica. De
vez em quando, tem gente no Glastonbury que precisa ser internada
compulsoriamente.
O doutor Niall Campbell, consultor psiquiátrico do Hospital
Priory em Roehampton, no sudoeste de Londres, já atendeu uma longa fila
de pessoas marcadas por cicatrizes mentais pelo consumo de drogas. Às
vezes, os efeitos podem ser temporários, mas não menos assustadores. Um
adolescente que o médico atendeu tinha ficado tão apavorado com a imagem
recorrente d'O Grito de Edvard Munch(depois de mordiscar a raiz de um
cogumelo mágico) toda vez que fechava os olhos que acabou desenvolvendo
transtorno do estresse pós-traumático.
O menino quase teve que trancar a
faculdade por causa disso, mas as visões uma hora desapareceram. Para
pavor de outras pessoas, esses efeitos, segundo o doutor Campbell, podem
ficar "ligados" para sempre.
"Tenho um paciente que trato há 12 anos. Ele estudou na
mesma escola que meu filho e sempre fumou bastante, desde novo. Ele foi
encaminhado para mim depois de ser expulso porque as notas estavam ruins
por causa do fumo", conta. "O problema era que, na mente dele, todo
mundo no mundo inteiro, fosse um caminhoneiro ucraniano ou um bosquímano
do Kalahari, sabia o que estava se passando na cabeça dele." O paciente
parou de fumar há 12 anos, entrou com medicação para aliviar os
sintomas, foi para a faculdade e hoje trabalha na empresa do pai. "Mas
todos os caras da fábrica na China para onde ele vai a negócios sabem o
que ele está pensando. Ele não consegue ter um relacionamento com uma
mulher porque ela sabe o que ele está pensando. Ele está preso em um
estado de paranoia e vai ficar assim para sempre, e isso o assusta."
A grande maioria dos usuários de drogas, mesmo se tiver uma
bad trip ou sofrer com efeitos psiquiátricos de curto prazo, não
desenvolve doenças mentais crônicas pelo consumo de drogas. No entanto, o
vício – uma forma diagnosticada de doença mental – pode muitas vezes
ser o precursor que contribui com problemas psiquiátricos.
Perguntei a Liz Hughes, enfermeira psiquiátrica que escreve
para o blog Mental Elf e é professora de saúde mental na Universidade
de Huddersfield, quais os fatores que podem ser o pontapé para tirar a
pessoa do consumo normal e colocá-la em um tipo de uso que pode levar a
uma doença mental. "Imagine o que chamo de 'balde de estresse'", afirma a
especialista. "Se já estiver quase cheio, talvez com uma
vulnerabilidade genética às drogas e bullying na escola, e você colocar
drogas no balde, vai transbordar. Mas algumas pessoas começam com um
balde vazio e podem tomar muitas drogas antes de ficarem doentes."
Ela explica que, se o consumo de drogas está afetando seu
cotidiano e você não consegue trabalhar, comer, dormir ou socializar
direito, pode ser um sinal de que está se desenvolvendo uma doença
mental. "A doença psiquiátrica é difícil de administrar quando se
manifesta", afirma Liz. "É melhor prevenir."
A ligação de psicodélicos como o LSD, a mescalina e a
psilocibina (ingrediente ativo dos cogumelos mágicos) com colapsos
nervosos é registrada desde os anos 60. Mas um estudo publicado no
periódico científico Natureem março descobriu que pessoas que usam essas
drogas não correm um risco maior de desenvolver problemas de saúde
mental como esquizofrenia, psicose, depressão, transtornos de ansiedade e
tentativas de suicídio.
Drogas estimulantes, como cocaína e mefedrona, estão
associadas à diversão e a chapar, mas estão cada vez mais sendo
consumidas da mesma forma que a heroína e o crack foram usados com
frequência em gerações passadas, como ferramentas de escapismo negativo,
para apagar sentimentos que as pessoas não querem ter.
O doutor Owen Bowden-Jones é responsável pela Club Drug
Clinic CNWL, um serviço para pessoas que consomem drogas de balada e as
novas substâncias psicoativas (NSP). Ele atende pacientes com níveis
elevados de depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e psicose
ligado ao consumo de drogas. O problema que mais cresce na clínica está
relacionado à mefedrona.
"Com a mefedrona, estou atendendo pessoas com psicose
temporária – paranoia, sentimentos de perseguição e alucinações
auditivas. A psicose da mefedrona hoje é mais comum que a psicose do
crack na nossa clínica. Se você estimula o seu sistema de recompensa do
cérebro sem parar com uma droga estimulante como a mefedrona, todos os
transmissores do bem-estar, como a dopamina, ficam escassos, então você
acaba com uma experiência de vida insossa e baixo astral crônica. Uma
forma de mudar isso é tomar mais mefedrona, o que leva ao risco do
desenvolvimento de um círculo vicioso."
Se o consumo de drogas está afetando seu cotidiano e você
não consegue trabalhar, comer, dormir ou socializar direito, pode ser um
sinal de que está se desenvolvendo uma doença mental.
Em novembro, a chefe da fundação de saúde mental de Camden,
distrito de Londres, afirmou que as novas substâncias psicoativas
tinham levado à ocupação de tantos leitos em unidades psiquiátricas que
alguns pacientes tiveram que ser enviados para outro condado, Somerset,
para receber tratamento.
Enquanto isso, marcas de canabinoides
sintéticos como Spice e Black Mamba estão devastando os serviços de
apoio ao dependente químico e as cadeias britânicas. Os presos começaram
a importar substitutos da maconha, mais potentes que a cannabis normal,
para dentro dos presídios porque não são detectadas no exame
toxicológico. Mas muitos detentos acabam precisando de atendimento
psiquiátrico por causa das drogas.
"Spiceophrenia", estudo sobre canabinoides sintéticos
publicado na Human Psychopharmacologyem 2012, conclui: "Os canabinoides
sintéticos podem desencadear o ataque de psicose aguda em indivíduos
vulneráveis e a exacerbação de episódios psicóticos naqueles com
histórico psiquiátrico".
Apesar do perigo, as drogas possuem, de fato, potencial de
melhorar o funcionamento cognitivo. Podem ajudar na memória e na
concentração e serem usadas para o tratamento de doenças psiquiátricas
como a depressão, o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e a
ansiedade em pacientes com câncer. Antes do MDMA se popularizar como
droga recreativa, já era usado nos anos 70 por centenas de psicólogos
norte-americanos junto de psicoterapia e análise. Estudos médicos sobre
os efeitos positivos do MDMA mostram que a droga tem potencial para ser
usada no tratamento da ansiedade e do TEPT.
A forma como as pessoas são afetadas psicologicamente pelo
consumo de drogas é, no fim das contas, uma questão muito individual.
Segundo o doutor Dr. Bowden-Jones: "As pessoas usam drogas ou para ter
sensações que não têm normalmente na vida ou para apagar sentimentos
indesejados". Vai ter gente que vai se automedicar, mas é um jogo
difícil: o antídoto pode virar o próprio veneno.
Até certo ponto, a reação tem a ver com a capacidade inata
de consumir uma determinada substância. Cada droga afeta cada pessoa de
uma forma diferente. Mas o mais importante é que isso está
intrinsecamente ligado ao motivo pelo qual as pessoas começam a usar
drogas. "Eu pergunto o que a pessoa espera quando usa uma droga", diz
Liz Hughes. "Se ela está tentando fugir de alguma coisa ou mascarar
sentimentos negativos, já acende o sinal de alerta. Porque em vez de ser
um alívio temporário, o consumo da droga pode contribuir para um
problema oculto."
@Narcomania
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