terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Escritor Português critica analfabetismo histórico de Lula e sua tendencia a culpar outros por problemas no Brasil


Alexandre Parafita, consagrado escritor português, em texto publicado no portal JORNAL DE NOTÍCIAS, também português, fez severas críticas às “falácias” de Lula durante sua visita à Madri, quando ele atribuiu alguns problemas brasileiros aos primórdios da  conquista portuguesa.

Parafita não poupou críticas à Lula e seu “analfabetismo histórico”, afirmando que o líder petista tem uma “estranha obsessão” em culpar os portugueses pelo atual estado da educação no Brasil.

Confira o texto na íntegra abaixo:

Se não foste tu, foi o teu pai

Lula da Silva, um autodidata que se orgulhava de nunca ter lido um livro, mas que conseguiu chegar ao mais alto título doutoral português como Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, resolveu por estes dias, quiçá alentado pela sua tão nobre conquista académica, dar-se ares de historiador, e, numa conferência em Madrid, culpou a colonização portuguesa pelos atuais atrasos da educação no seu país ao não ter criado universidades, enquanto elogiava a colonização espanhola pelo que fez de diferente nos países da América Latina que ocupou.

O “historiador” Lula caiu em quatro erros:

1.º – Nesse tempo muitas das instituições de Ensino Superior nasciam como escolas politécnicas, escolas de medicina e faculdades, tornando-se precursoras de grandes universidades. Assim aconteceu também no Brasil colonial. Para não falar do padre José de Anchieta, que, a partir de um colégio de jesuítas, em 1554, fundou a cidade de São Paulo, a grande capital cultural do país.

2.º – O Brasil tornou-se independente em 1822 e se, como disse, “a primeira universidade surgiu apenas em 1922″ (sic), o que andaram as elites intelectuais e governativas brasileiras a fazer nesses 100 anos? Por que estiveram um século sem criar uma única universidade? A haver culpados para os atrasos na educação não estarão eles aí?

3.º – E porquê o “historiador” Lula não lembrou o filósofo português Agostinho da Silva que, na segunda metade do século XX, nos 20 anos de exílio que cumpriu no Brasil, ele próprio fundou três universidades (Paraíba, Santa Catarina, Brasília)?

4.º – Mas, ainda mais estranho, foi o ter ido fazer estas comparações (colonização portuguesa vs. colonização espanhola) logo à capital de Espanha. Saberá, por ventura, o insigne “doutor de Coimbra” o que fizeram os colonizadores espanhóis nos territórios que ocuparam na América Latina, ao arrasarem as civilizações milenares dos povos indígenas aztecas e incas?


Esta estranha obsessão em culpar os portugueses pelo atual estado da educação no Brasil, traz-me à lembrança a velhinha fábula de La Fontaine (mas também de Fedro e de Esopo) do “Lobo e o cordeiro”, com o lobo a procurar os argumentos mais grosseiros e absurdos para culpar quem lhe turvava a água do ribeiro.

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