Onze filhotes de guepardo (Acinonyx jubatus), em péssimas condições, foram apreendidos há poucos dias, durante uma operação na costa de Berbera, na Somalilândia, no Chifre da África. Os animais foram encontrados em uma pequena embarcação, interceptada pela Guarda Costeira, e estavam escondidos dentro de sacos, que pareciam ser de batata.
Três homens foram presos e os filhotes encaminhados para o Centro de Conservação e Resgate da Cheetah Conservation Fund, em Geed-Deeble. Conservacionistas afirmam que este foi "um dos maiores confiscos da espécie até hoje".
Um dos filhotes morreu horas após chegar ao centro de resgate e outro no dia seguinte. Atualmente 128 guepardos estão sob os cuidados da organização.
A Somalilândia, um território que declarou unilateralmente a independência da Somália há 30 anos, mas que não é reconhecida internacionalmente como uma nação, é um conhecido corredor do tráfico internacional de animais silvestres. Segundo as autoridades, centenas de guepardos e leopardos passam pelo Golfo de Aden para chegarem a compradores do Oriente Médio.
Em agosto, outros dez guepardos já tinham sido apreendidos na Somalilândia. Alguns filhotes tinham poucas semanas de vida e os mais velhos, no máximo, sete meses. Muitos nem conseguem andar depois de ficarem meses amarrados por tanto tempo, em cativeiro.
"Os guepardos não são animais de estimação. São animais selvagens, predadores de topo e desempenham um papel importante no ecossistema", ressalta Laurie Marker, fundadora da Cheetah Conservation. "A vida selvagem pertence à natureza. Precisamos acabar com o comércio ilegal de guepardos e outras espécies selvagens."
Estima-se que restem menos de 7 mil guepardos na natureza. A espécie é classificada como ameaçada de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza. "Não podemos nos dar ao luxo de perder um único deles para o comércio ilegal de animais de estimação", diz a conservacionista.
O guepardo é o mamífero terrestre mais rápido que existe. Pode atingir uma velocidade de 120 km/hora em apenas três segundos. Parente próximo do gato-mourisco e do puma, ele caça uma grande variedade de presas, geralmente espécies de pequeno a médio porte, que incluem gazelas e impalas. Mas quando está em grupo, o macho se aventura em presas muito maiores. Além disso, também pode atacar pássaros que vivem no solo, e pequenos mamíferos, como lebres.

Médica-veterinária examina um dos filhotes resgatados nas últimas semanas
Foto: divulgação Cheetah Conservation Fund
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Foto de abertura: divulgação Cheetah Conservation Fund
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