segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O Sherlock Holmes do DF: conheça o delegado que investigou mil assassinatos

Luiz Julião Ribeiro acumula uma vasta experiência em investigação de crimes contra a vida e é considerado o maior especialista da área na Polícia Civil do DF


Mara Puljiz
Publicação: 02/02/2014 08:01 Correio Braziliense

 (Paula Rafiza/Esp. CB/D.A Press)


Um corpo estirado ao chão com sinais de violência. A cada crime, uma missão. A cada vestígio, uma pista do criminoso. A elucidação de um homicídio depende de vários fatores: trabalho técnico, testemunhas, perícia, observação e coleta de dados. 
 
Mas um detalhe pode fazer toda diferença para que o assassino seja preso. “Investigação não é adivinhação. É como uma receita de bolo: tem seus ingredientes, suas medidas, seu tempo e seu método”, ensina o delegado aposentado Luiz Julião Ribeiro, 61 anos.
 
 Hoje, acumula uma vasta experiência em investigação de crimes contra a vida, tanto que é considerado o maior especialista da área na Polícia Civil do DF.


Julião recebeu o Correio na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), onde mantém fortes amizades da época em que trabalhava na Delegacia de Homicídios — a titular da unidade, Mabel de Faria, cedeu a sala dela. Filho de um comerciante e de uma dona de casa, Julião teve uma infância humilde. Nasceu em 1952, em Novo Mundo, na Bahia, próximo a Feira de Santana. Aos 3 anos, mudou-se com os pais para o bairro Santa Helena, em Goiás. Aos 24, veio a Brasília em busca de oportunidades.

Dedicado aos estudos, foi aprovado em concurso público para procurador federal autárquico do INSS e do Incra. E ainda para delegado de polícia. Optou pela segunda alternativa. Iniciou a carreira na 12ª DP (Taguatinga Centro). 
 
O primeiro caso de repercussão que investigou foi o de um psiquiatra que matou a ex-mulher em 1990. Investigadores encontraram a camisa que ele usou na noite do crime com respingos de sangue. Vinte e quatro anos atrás, eram mínimos os recursos tecnológicos para a coleta de material biológico e digitais. 
 
Os resultados de exames demoravam muito. “E só identificava o tipo sanguíneo, se batia ou não”, lembra. Comprovada a autoria, o acusado acabou preso e condenado.


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