segunda-feira, 10 de março de 2014

Vacinação contra HPV começa nesta segunda-feira.O Japão proibiu a vacinação naquele país.






Do UOL
Em São Paulo



A partir desta segunda-feira (10),  todas as garotas brasileiras de 11 a 13 anos terão direito a se vacinar contra o vírus do HPV (papilomavírus humano) na rede pública de saúde. 

No ano que vem, a faixa etária da campanha será ampliada para a partir dos nove anos. 

Por se tratar de uma doença sexualmente transmissível, o assunto deixa jovens e pais cheio de dúvidas. 

Para esclarecer algumas questões enviadas por internautas, Jairo Bouer trouxe ao @saúde o pediatra Gabriel Oselka, especialista em imunização do Cedipi, em São Paulo. 

Oselka eslareceu que essa vacina já foi administrada em mais de 150 milhões de pessoas em todo o mundo. "Efeitos colaterais graves não foram caracterizados até agora", garante. 

Mas o médico avisa que, assim como para outras vacinas, existe o risco - embora pequeno - de síncopes, ou seja, desmaios, após a aplicação da dose. 

O problema não é grave, nem deixa sequelas, mas pode ser um pouco assustador, por isso o ideal é que se espere alguns minutos sentada após receber a injeção.
A vacina é administrada em três doses - esse é o esquema que hoje é considerado o mais eficiente. 

Se a pessoa tomou só as duas primeiras doses este ano e, por algum motivo, puder  voltar a se vacinar só no ano que vem, não será preciso começar tudo de novo. 

O especialista também lembra que a vacinação é complementar a outros cuidados para a prevenção do HPV, como o uso da camisinha, já que o produto protege contra os principais tipos de vírus causadores de câncer de colo de útero e outras doenças, mas não contra todos os tipos de HPV. 

O objetivo da campanha do Ministério da Saúde é vacinar as garotas antes que elas iniciem a vida sexual e possam ter contato com o vírus. A faixa etária de 9 a 13 anos, segundo estudos, é a que alcança o melhor resultado de imunização. 

Mas a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da vacina em mulheres de até 27 anos e também em homens. Nesses casos, é preciso pagar pela imunização. 

Assista à íntegra desta entrevista e aos demais programas no UOL Saúde. E se você tem alguma pergunta sobre saúde, sexo ou comportamento, envie para drjairobouer@uol.com.br. 

Algumas questões serão selecionadas e respondidas nos futuros vídeos.

O OUTRO LADO DA HISTORIA.CUIDADO!


18/06/2013 10h32 - G1

Japão suspende recomendação da vacina contra câncer de colo de útero

Ministério da Saúde cancelou recomendação por efeitos colaterais.


Decisão foi tomada dois meses após ministério ter iniciado a campanha.

Da AFP
 

O Japão suspendeu provisoriamente a recomendação da vacina contra o câncer de colo de útero pelas dores que poderia provocar, informou o ministério da Saúde.

A decisão foi tomada apenas dois meses depois do ministério ter iniciado uma campanha de vacinação geral das adolescentes com idades entre 12 e 14 anos.

As jovens que desejam tomar a vacina terão acesso ao medicamento, mas o ministério insiste que os 'benefícios e riscos sejam bem conhecidos antes de uma decisão'.

"A mudança de opinião não significa que a vacina seja perigosa, mas as informações comunicadas ao público sobre os riscos eram insuficientes", explicou um funcionário do ministério.

O governo destacou que, apesar de ainda não ter estabelecido um vínculo formal, foram apontados novos efeitos colaterais, incluindo dores corporais crônicas.

"Queremos recompilar dados, incluindo no exterior, para que os especialistas possam julgar a frequência das dores e suas causas", destacou a fonte ministerial.

A observação das duas vacinas atualmente disponíveis, Gardasil (do laboratório Merck) e Cervarix (GSK), permitiu detectar efeitos colaterais em até 50% dos casos e três tipos de efeitos mais graves, com uma frequência de um caso para cada 4,3 milhões.

As vacinas permitem prevenir o vírus do papiloma humano (HPV), responsável pelo câncer de colo de útero, uma doença que afeta quase nove mil mulheres com idades entre 20 e 39 anos no Japão todos os anos.

Em 2011, este tipo de câncer provocou a morte de 2,7 mil mulheres.

Seg , 10/02/2014 às 07:37

Eficácia de vacinação anti-HPV é contestada

Fabiana Mascarenhas

  • Manu Dias | Agecom
    Imunização será ofertada em escolas e postos de saúde a meninas de 11 a 13 anos
Desta segunda-feira, 10, a um mês, 10 de março, a vacina contra o HPV (papiloma vírus humano) entra oficialmente no calendário nacional de imunizações e passa a ser ofertada em escolas e postos de saúde a meninas de 11 a 13 anos.

O HPV  é transmitido por meio do contato sexual e responsável pela quase totalidade dos casos de câncer de colo do útero.

Mas, apesar de a disponibilização da vacina ser considerada um avanço por muitos profissionais, há relatos pelo mundo de doenças atribuídas ao seu uso, como a síndrome de Guillain-Barré (que afeta o sistema nervoso), falência ovariana, uveítes, além de convulsões. Isso teria levado o governo do Japão a não mais recomendar a vacina.

Pesquisas recentes, como a divulgada pelo British Medical Journal (BMJ) em outubro de 2013, também já sugeriram que a vacina estaria associada a um aumento na incidência de doenças autoimunes, como o diabetes tipo 1.

Comprovação

Entretanto, de acordo com Gabriel Oselka, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Comitê Técnico Assessor de Imunizações do Ministério da Saúde (Ctai),  não há comprovação da relação entre a vacina e as doenças citadas.

"O que existe é uma relação temporal, ou seja, eventos que ocorrem até semanas após a vacinação são atribuídos a ela, mas podem ser apenas  coincidências, já que as doenças citadas ocorrem normalmente na população", diz.

Em relação ao artigo do BMJ, Gabriel Oselka afirma que a pesquisa não comprova essa relação.  "Embora associações para três eventos autoimunes [entre os quais diabetes tipo 1] tenham sido inicialmente observados, avaliação posterior mostrou que essa associação era fraca e não relacionada temporalmente  a exposição à vacina", diz.

A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) questiona a eficácia do medicamento. Para a entidade, não há evidências de que ela seja mais eficaz que a estratégia atual, que usa o rastreamento por meio do exame ginecológico Papanicolau.

"A implantação da vacina implica  uma somatória de gastos, mas ainda não é comprovado que esta estratégia calculada em nível populacional reduz efetivamente a mortalidade. Esses recursos poderiam ser mais bem investidos se fossem destinados a qualificar e disseminar a estratégia já aceita universalmente (Papanicolau), tanto pela segurança quanto pela eficácia", afirma o diretor da SBMFC, Daniel Knupp.

Em contrapartida, a presidente de comissão de vacinas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Nilma Anta Neves, afirma que, no Brasil, o Papanicolau, isoladamente, não tem se mostrado efetivo para evitar a mortalidade.

Segundo ela, cerca de nove mil mulheres morrem por ano de câncer de colo do útero, o que equivale a 20 mortes por dia de mulheres brasileiras, sendo a maioria pobre.

"É preciso esclarecer que a vacina não exclui a realização anual do exame preventivo periódico. Mas o Papanicolau  é eficiente nos países onde é feito com cobertura adequada, o que não ocorre no Brasil", afirma.

De acordo com Nilma Neves, a baixa efetividade do Papanicolau no Brasil se deve à qualidade e cobertura insuficientes do exame. "Isto pode apresentar altas taxas de falha em detectar as células malignas.  Inclusive de um tipo de câncer do colo que se localiza mais profundamente (adenocarcinoma)", diz.

Em nota, o laboratório Merck Sharp Dohme, produtor da vacina, informou que, para avaliar a segurança, eficácia e duração da proteção da vacina quadrivalente contra HPV, foram realizados estudos clínicos randomizados com mais de 26 mil mulheres e homens de 9 a 26 anos.

"Essa população foi selecionada nos cinco continentes, em 22 países, dando uma diversidade suficiente para considerar uma amostra mundial", diz a nota.

comentários(0)

Nenhum comentário: