terça-feira, 10 de junho de 2014

Para proteger Padilha, PT varre deputado ligado ao PCC para debaixo do tapete.


À esquerda, o deputado Moura, junto com Alexandre Padilha.

O PT divulgou ontem a lista dos filiados que cumpriram os critérios para serem candidatos do partido nas eleições de outubro, e o nome do deputado estadual Luiz Moura não está na relação. Pela suspeita de que tenha relacionamento com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios, o PT suspendeu, na semana passada, as atividades partidárias de Moura por 60 dias, e, com isso, retirou o direito do deputado de concorrer à reeleição.

Com a divulgação da lista ontem, o partido ratificou a decisão. “Candidatos ou candidatas que não tenham sido incluídos na lista de aptos não terão direito à legenda e não poderão disputar as eleições de 2014”, afirmou o partido em seu site.

Moura participou de uma reunião que foi alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo em uma investigação sobre o envolvimento do PCC nos ataques a ônibus na capital paulista neste ano. Neste encontro, ocorrido em uma garagem de ônibus na zona leste, estavam pessoas com antecedentes criminais e um foragido da Justiça.

O deputado nega qualquer envolvimento com o PCC. Moura alega que seu mandato é voltado para a área de transportes - ele foi líder dos perueiros antes de ser eleito - e sempre faz reuniões em garagens. O petista também sustenta que não tem como pedir os antecedentes criminais das pessoas com as quais se reúne. Em relação à citada reunião, Moura afirma que fazia a interlocução entre as garagens e a Prefeitura em relação à campanha salarial de motoristas e cobradores, para evitar que houvesse greve.

Com o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT decidiu impedir Moura de ser candidato para evitar que a constante exposição de seu nome no noticiário, relacionado ao PCC, respingasse na imagem do partido. Na semana passada, o deputado ameaçou recorrer à Justiça para que pudesse ser candidato. Ontem, a reportagem tentou contato com Moura em seu gabinete, mas ninguém atendeu as ligações. (Estadão)
 

Nenhum comentário: