terça-feira, 4 de março de 2014

Marconi Perillo conseguirá se reinventar a tempo de vencer as eleições?

Edição 2017 de 2 a 8 de março de 2014


A figura do tucano que quer chegar à frente do Executivo estadual pela quarta vez tem sofrido algumas mudanças pontuais ao longo dos anos. Há quem diga que isso é capacidade de se reinventar

Governador Marconi Perillo em dois momentos, em 1998 e em 2014: as mudanças vão além do aspecto físico?

Marcos Nunes Carreiro

Os processos eleitorais majoritários em Goiás têm sido bastante se­melhantes entre si nas últimas duas décadas. 

A última quebra no parâmetro aconteceu em 1998, quando o PSDB de Marconi Perillo ascendeu ao poder, quebrando a hegemonia do PMDB de Iris Rezende e Maguito Vilela. 

Desde então, as disputas têm sido praticamente as mesmas e com resultados também muito semelhantes: Marconi venceu Iris em 1998, Maguito em 2002 e Iris novamente em 2010.

E neste ano de 2014 a disputa parece caminhar para o que deverá ser considerado o último embate deste ciclo, uma vez que –– se for candidato –– deverá ser o derradeiro encontro entre Marconi e Iris nas urnas pelo governo de Goiás. Isso é certo. 


Se ganhar, Marconi será eleito para seu quarto mandato, o que o inviabilizará para uma nova disputa. Se vencer, ele será o único governador a ocupar o Palácio das Esmeraldas por 16 anos, o que o torna praticamente hegemônico no cargo. 

Algo não muito interessante do ponto de vista democrático. Mas, se lá chegar democraticamente, não há o que se questionar.

As grandes questões são: como Marconi pode chegar a uma quarta disputa com reais condições de vencer? E o desejo de mudança exposto pela população, onde fica? 


Não está o projeto do “Tempo Novo” esgotado? Essas são algumas das perguntas a serem respondidas e que tornam o processo eleitoral de 2014 tão interessante.


E para entender esse contexto é preciso, primeiro, relembrar um pouco da trajetória de Marconi, partindo do pressuposto de que ele é capaz de se reinventar como figura política. 


Comecemos por suas origens políticas: Marconi veio dos movimentos de base da juventude peemedebista e chegou a ser presidente do PMDB Jovem em duas oportunidades, no período pós “Diretas Já”. 

Também foi presidente do Conselho de Políticas Públicas para a Juventude, criado pelo então governador Henrique Santillo, de quem foi assessor pessoal e aprendiz.


 

Ex-governadores Henrique Santillo e Iris Rezende: pelo exemplo dos dois, Marconi Perillo conseguiu fazer um bom primeiro mandato

Depois foi eleito deputado estadual e, na eleição seguinte, deputado federal, de onde partiu para ser eleito governador em 1998, já pelo PSDB. Foi sua primeira experiência no Exe­cutivo, mas ele já mostrava que havia aprendido certas lições antes. 


É possível dizer que Marconi surgiu como filho político de Santillo e acabou tomando algumas características políticas do próprio Iris. 

“Sua prática política”, diz um político da velha guarda, “co­me­çou progressista como a do San­tillo e se transformou em uma administração centralizadora como a do Iris, tendo in­clusive o partido nas mãos, co­­mo ele. 

Depois, Marconi abriu mais seu governo a sugestões, inclusive viajando mais para o interior em busca de ouvir os companheiros de partido. 

Ele não tem preguiça”, afirma.

Na análise de políticos, profissionais de marketing e pesquisadores, a figura de Marconi é definida da seguinte maneira: alguém que marcou um modo de fazer política em Goiás, por ter aprendido a fazer política de maneira profissional, além de sabe usar bem todas as ferramentas –– experiências, técnicas e profissionais –– que possam auxiliá-lo nisso que pode se chamar de reinvenção. 


É certo que Marconi é um político com ciência. 

Seus auxiliares gostam de ressaltar sua capacidade de lidar com pesquisas, o que é fundamental quando se trabalha de maneira profissional, sobretudo na política.

Mas encomendar pesquisas e saber interpretá-las não adianta. 


Como bem pontua um marqueteiro, é necessário saber executar o trabalho a partir dos resultados obtidos por elas. 


E grande parte dos políticos não tem essa capacidade, pois não se atentam ou não as entendem. Marconi entende. 

Contudo, política não é só isso. Se fosse, muitos políticos que acreditam nas pesquisas e têm bons profissionais por perto, teriam sucesso. 

Contudo, como nunca se viu um empate numa disputa eleitoral, é possível concluir que o ambiente político exige mais que habilidade de traçar e executar um plano tendo como ponto de partida uma pesquisa.

É preciso entender as de­mandas da sociedade naquele mo­mento específico. Poder-se-ia dizer que é a capacidade de realizar uma análise quase antropológica. 


Vamos aos exemplos: em 1998, o mote de Mar­coni nas eleições foi a necessidade de renovação, alternância de poder, visto que o Estado vinha de 16 anos de governo peemedebista –– argumento que provavelmente será usado contra ele neste ano. 

Por meio de uma estratégia bem montada de marketing, o “homem da camisa azul” conseguiu fazer surgir uma faceta da sociedade até então adormecida: o desejo de experimentar um novo rumo –– mote esse que poderá ser largamente explorado pela oposição, caso consiga provar que o projeto atual está esgotado.

Já em 2002, sua postura foi outra, uma vez que era candidato à reeleição. Logo, seu foco era na continuidade do “Tempo Novo”, na sua manutenção. 


Esse Marconi apresentou, assim, aquilo que realizou no primeiro mandato. 

À época, o centro da campanha foi mostrar o caminho da modernidade em que Goiás começava a trilhar com maior rapidez. 


Proposta usada por ele também ao se candidatar ao Senado. 

A questão era: levar a eficiência do desenvolvimento a âmbito nacional, além de dar continuidade a ela aqui em Goiás. Ou seja, era outro Marconi. 

Diferente daquele que venceu as eleições em 1998. E era diferente porque o cenário pedia uma renovação na postura.


2010 e a luta contra a máquina pública


As eleições de 2010 demandaram maior esforço –– além de um número mais elaborado de acordos políticos –– por parte de Marconi e seu partido. 

Isso porque a situação não era favorável a ele, pois fazia oposição aos governos federal (presidente Lula, do PT) e estadual (Alcides Rodrigues, então no PP) ––, além de muitos dos governos municipais, inclusive Goiânia, que estava nas mãos de Iris Rezende. 

Logo, a postura precisava ser outra. 

E o foco foi na defesa do patrimônio estadual, que, segundo ele, havia sido criado pelo “Tempo Novo”, ao passo em que visualizava novas conquistas, principalmente no campo da infraestrutura, recuperando de certo modo um discurso antes promulgado pelo próprio Iris. 


Isto é, Marconi precisou se reinventar para conquistar o voto do eleitorado. Deu certo.



 

E agora? Qual estratégia Marconi haverá de adotar para encarar a disputa de 2014? O desafio é se mostrar como algo novo, não de idade, mas de propostas. 

Dizem que um projeto governamental bem conduzido não se esgota, visto que as demandas públicas se renovam constantemente. 

Mas isso todos só saberão durante a campanha, ou seja, após junho. 

E a tarefa da oposição é encontrar um meio de se apresentar mais interessante para os eleitores. Isto é, achar alguma maneira de derrotar Marconi. 


Mas... cada um com seus desafios, embora a pressão, de fato, seja maior para o governador que deve estar ciente de que se cair dificilmente se levantará.


Houve reinvenção depois da CPMI?


Os auxiliares do governador Marconi Perillo não perdem a oportunidade de exaltar sua capacidade de encarar os problemas de frente. 

Sem dúvidas, essa qualidade do tucano foi bastante demonstrada durante os episódios desencadeados pela Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em fevereiro de 2012. 


Foram meses de depoimentos e desgastes no Congresso Nacio­nal, na Comissões Parlamentar Mista  de Inquérito (CPMI), e também com as explicações a serem dadas à imprensa e à população de Goiás.



 

O desgaste foi grande e a popularidade do governador que, até então, nunca havia sofrido arranhões foi manchada. 

O nível de rejeição à figura de Marconi passou dos 60%, o que fez muitos dizerem que seria irreversível. 

E de fato parecia que era. Porém, ele adotou uma estratégia sábia ou bem orientada: se afastar da imagem do político e focar no papel de gestor do Estado. 

Até porque seu governo ainda não havia “decolado”, isto é, faltava muito a se cumprir daquilo que havia sido prometido. 

Assim, ele conseguiu terminar o ano de 2012 e viu, em 2013, grande parte das obras propostas saírem do papel, o que lhe garantiu um calmo retorno de atenções positivas por parte do eleitorado.

 

Há quem diga que esse fator represente também uma reinvenção da figura de Marconi. 

Porém, pesquisadores e políticos não veem dessa forma. Para eles, o fato de Marconi se despir dos caracteres da política eleitoral e focar na gestão, não pode ser considerada exatamente uma reinvenção, mas um ato de necessidade. 


Afinal, no período pós-Operação Monte Carlo, o ambiente político, assim como seus debates, não se mostraram favoráveis a Marconi. 


Dessa forma, coube a ele se agarrar àquilo que restou e fazer de um governo bem avaliado uma ferramenta para entrar novamente nesse debate. 


E isso baseado na premissa de que políticos com gestão má avaliada têm muito mais dificuldade em se reeleger do que políticos mal avaliados e sem ter o que mostrar.


 É claro que ocorrem casos em que gestões bem avaliadas não conseguem se reeleger, nem fazer um sucessor. 


Isso porque o ambiente político não comporta aquela determinada proposta. 


Exempli­fica-se o que aconteceu com a bem avaliada gestão de Maguito Vilela que não possibilitou a vitória de Iris Rezende no projeto peemedebista em 1998.

 
Marcas


 

Essa mudança de postura também ocorreu porque esse terceiro mandato deixou a desejar em algumas marcas do chamado “Tempo Novo”, principalmente na questão planejamento. 


Um marqueteiro avalia a questão da seguinte forma:



“Não houve reinvenção no planejamento governamental, mas um ‘requentar’ das práticas que fizeram o Estado dar um salto de qualidade nos primeiros anos. 



Depois paralisou. Hoje, vemos uma economia que cresce a níveis excelentes, mas a despeito do que o governo poderia corresponder, pois não vemos uma política de energia que possa atender às empresas, nem saneamento, ou mesmo geração de emprego. 


Na última pesquisa apresentada, tivemos perda na oferta de empregos. 


Então, esse é um pilar fundamental que não foi cumprido em um governo que ainda corre para cumprir promessas de campanha. 


O aspecto social, por exemplo, que foi uma marca importante do ‘Tempo Novo’ está preso a conquistas do pas­sado, como o Bolsa Universi­tá­ria.


Ou seja, o governo não foi capaz de traduzir o crescimento econômico do Estado em bem-estar e na melhoria social da população”, analisa.


 

Segundo ele, a educação também representa um meio em que não houve desenvolvimento, o que prejudica também o aspecto econômico, uma vez que grandes empresas que vêm se instalar em determinado local do Estado querem receber notícias de bons índices de educação, e baixa criminalidade. 


“Afinal, ninguém quer investir em um lugar sem segurança social ou econômica.” 


Dessa forma, por não ter encontrado um meio eficaz de reinventar essas práticas, seriam esses os pontos que também fizeram o governador mudar a sua postura de político para gestor.


Política eleitoral vs. política partidária

Político próximo a Marconi Perillo, Carlos Maranhão não concorda com a questão de que o governador se afastou da figura política para focar em seu aspecto como gestor. 


Para ele, cabem adjetivos após o substantivo “política”. Ele diz que Mar­co­ni hora alguma se distanciou da política partidária, caso contrário não seria líder do partido, além de principal nome para disputar o governo neste ano. 

O governador se afastou da política eleitoral.



 

“Não é à-toa que ele [Mar­coni] tem uma base de apoio e consegue fazer uma boa administração. 



O governador nunca se afastou da política, mas tem feito política partidária. Isso explica porque ele é o nome da base para o governo. Está fortalecido. 


Ele se distanciou, sim, mas da política eleitoral. 


Até porque esse ainda não é o momento de focar nessa questão”, avalia. Essa atitude, em sua visão, permite que Marconi administre de forma mais leve, pois, “à medida que o processo eleitoral se aproxima, a gestão fica mais amarrada”.


 

Contudo, é certo que, para voltar a ser um candidato chamado imbatível, Marconi precisa primeiro se recuperar para chegar a junho competitivo. 


Ele tem conseguido, mas ninguém sabe –– nem os pesquisadores, nem os políticos –– até onde essa recuperação irá chegar.


 
O eleitorado e sua constante busca por renovação


A grande questão que permeou o imaginário do brasileiro em 2013 foi a figura do novo. Mas essa não é nenhuma novidade. 

Como se costuma dizer, o novo é um velho conhecido da política e a busca por renovação é constante. 

E essa é a palavra: renovação. Não necessariamente mudança. Prova disso é a presença de figuras carimbadas da política goiana, como Iris Rezende, Vanderlan Cardoso e o próprio Marconi Perillo.
 



A grande questão é que a busca por renovação tem sido mais rápida devido à própria configuração da sociedade atual, que possui uma demanda mais acelerada por descontinuidade. 


Por isso, é praxe que os políticos estejam sempre à procura de criar novos mecanismos de imagem, de percepção e ação para conseguir alimentar esse desejo, uma vez que se ele não for saciado o eleitor irá buscar outro candidato. 


Vem daí a necessidade de se reinventar. E Marconi parece se voltar para isso de maneira mais frequente.


 

Afinal, essa deverá ser uma de suas prioridades nas eleições de outubro. 

O motivo é claro: seus dois primeiros mandatos foram marcados por programas sociais, qualificação profissional e no trato com o funcionalismo público. 

Porém, as demandas mudam. Tanto é que esse terceiro mandato teve como carro-chefe questões de infraestrutura. 

Por fim, ainda há a questão eleitoral. Marconi terá pela frente o discurso do “Novo de novo”?

 

Pesquisadores apontam que ele até poderá usar esse discurso, pois uma parte do eleitorado ainda credita a ele as benesses alcançadas nas duas primeiras gestões. 

Porém, o grande desafio de Marconi é responder a pergunta de por que votar nele pela quarta vez. E para responder a essa pergunta ele precisará apresentar uma novidade à população. 

É claro que esse é um desafio e todos e também cabe à oposição, mas fica de forma mais latente a Marconi. 

Afinal, é quem está defendendo posição. “Pode dar certo?”, pergunta um pesquisador. “Pode, mas isso apenas a campanha é que irá dizer”.

 

Pesquisas qualitativas apontam que aquele eleitor que há seis, sete meses atrás estava completamente insatisfeito com a figura do governador, começa a demonstrar certa confiança em sua capacidade. 

“É uma questão de lembrança, pois, mesmo quando sua imagem pessoal estava muito comprometida, as pessoas ainda lembravam bem de seus primeiros mandatos, mas entendiam que ele havia mudado, passando a se tornar ‘mais um político’. 


Porém, à medida que Marconi conseguiu dar andamento às obras prometidas em sua campanha, o eleitor se virou novamente para ele”, aponta o pesquisador ouvido pela reportagem.

 

A grande rejeição de Marconi –– principalmente na capital e região metropolitana (leia a matéria seguinte) –– é em razão de certa visão das pessoas em relação a sua conduta. 

Porém, a rejeição que já chegou a quase 70% começa a abrandar, embora ainda seja alta. 

Diz o pesquisador: “As pessoas começaram a falar que o governador, que antes quase não aparecia, começou a comparecer mais e isso abrandou um pouco a rejeição. E sua recuperação não deu mostras de que parou.”

 

A análise geral de todas as pessoas ouvidas pela reportagem, inclusive as de oposição, é que Marconi leva a sério aquilo que faz, além de ter criatividade política. 

É fato que política é saber que podem haver percalços no caminho, sendo necessário entendê-los e vencê-los se quiser sobreviver. 

E há várias formas de se fazer isso. Uma delas é por meio de pesquisas. Outra são os diálogos tanto com os aliados quanto com outros partidos.

Imprensa e funcionalismo público, razão da alta rejeição na capital e região metropolitana

Um dos maiores pontos fortes de Marconi Perillo, enquanto governador, sempre foi sua alta aprovação entre os servidores públicos. 

Isso ele deve à política estabelecida em seu primeiro mandato em que ficou conhecido por valorizar o funcionalismo. 


Porém, em sua terceira gestão, o governador enfrentou várias e sucessivas greves –– com destaque para as paralisações dos professores da rede estadual, que durou aproximadamente dois meses, e dos policiais civis, que ficaram quase três meses de braços cruzados.


Fernando Leite/Jornal Opção  


Funcionalismo estadual, sempre majoritariamente com Marconi, teria perdido um pouco do encanto com ele?


 


Outros servidores, inclusive os que trabalham no Palácio Pedro Ludovico, também fizeram inúmeros protestos no segundo semestre do ano passado, mostrando sua insatisfação com o terceiro mandato do tucano e marcando aquilo que passou a ser chamado pela imprensa como a separação do casamento entre o governador e o funcionalismo público.


Os episódios de greve foram tantos, que Marconi achou necessário aprovar um decreto –– decreto 7.964, de 14 de agosto de 2013 –– para punir os servidores que paralisassem suas atividades.

 

Fora isso, Marconi sofreu com os protestos organizados pela própria população –– “Fora Marconi” ––, que também influenciou, ou demonstrou, a insatisfação geral contra o governador, em grande parte por conta dos episódios de corrupção deflagrados pela Operação Monte Carlo, bastante difundidos e repercutidos pela imprensa. 

A esses dois fatores, os pesquisadores atribuem a alta rejeição do governador em Goiânia e Região Metropolitana, sobretudo Aparecida de Goiânia.

 


Nas duas últimas pesquisas divulgadas, Marconi aparece com uma rejeição de 37,9% em Goiânia –– de acordo com a pesquisa Serpes/O Popular –– e sofre com 43,5% de rejeição em Aparecida de Goiânia –– pesquisa Gru­pom/Tribuna do Planalto. 

Porém, sua popularidade ainda é alta no interior do Estado. Por quê? A reportagem consultou dois pesquisadores, que atribuíram os dois fatores já citados como possíveis causas.

 


O primeiro diz que o relacionamento de Marconi com o funcionalismo público abala sua aprovação, principalmente na capital. Ele diz: “Pelos extratos, percebe-se que temos dois públicos distintos que avaliam Marconi. 

Um é o da região metropolitana de Goiânia, que está sob influência da imprensa e conta com a presença de grande parte dos servidores públicos, o que também influi no pensamento do eleitor. 

O outro é aquele dos municípios do in­terior, que sente a ausência do po­lítico forte que chega e cum­pri­menta a todos e se faz presente. Marconi tem feito isso, lo­go renova a simpatia nesse gru­po. Mas é uma hipótese, uma percepção. Ainda não há pesquisas que comprovem isso.”

 

Já o segundo aponta que, mesmo que a rejeição do tucano seja grande entre os servidores públicos, quando o corte é feito, a aprovação de Marconi entre os funcionários públicos ainda é alta, se comparado com outros governos. 

Ele atribui a rejeição à Operação Monte Carlo e também à bem avaliada gestão de Iris Rezende em Goiânia no período entre 2009 e 2010, que influenciaria bastante no pensamento não só do goianiense como nos moradores de Aparecida de Goiânia, “que tem um pensamento semelhante ao da capital”, analisa ele.

 

Porém, o pesquisador explica: “falamos em região metropolitana, mas não é a região como um todo. 

Goiânia e Aparecida de Goiânia, de fato, têm esse cenário. Já Trindade, Anápolis e Senador Canedo são diferentes. 

Marconi tem o apoio histórico de Anápolis –– embora a cidade tenha uma veneração ainda maior pela figura de Antônio Gomide (PT) —, enquanto Senador Canedo tem um viés forte em relação a Van­derlan Cardoso (PSB). 

Con­tudo, é preciso relembrar o seguinte: em 2010, Marconi perdeu, e feio, tanto em Goiânia quanto em Aparecida e isso não o impediu de vencer as eleições. 

Não ganhar em Anápolis pode atrapalhá-lo, claro, mas ele precisa continuar em alta no interior. Esse é seu grande desafio nessas eleições.”
 
 

Por último, as duas fontes apontam que a montagem da equipe, provavelmente resultado dos acordos firmados antes das eleições de 2010, também teria atrapalhado o início da gestão do tucano, o que afetou no julgamento dos eleitores.



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