quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ônibus – Tratamento dispensado ao banditismo vai determinar se assistiremos, de novo, ao caos



Os motoristas e cobradores que estavam em greve — liderados por uma ala dissidente do sindicato dos motoristas — decidiram pôr fim à paralisação a partir desta quinta. As negociações ainda estão em curso. A polícia decidiu abrir inquérito, com base do Artigo 262 do Código Penal, para apurar responsabilidades. Estabelece o texto:

Art. 262 – Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

§ 1º – Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Obviamente, dada a gravidade do que se viu, trata-se de uma pena branda. Mas que, ao menos, se apurem as responsabilidades.

Mas que fique claro: não pode a Polícia investigar de um lado, e a Prefeitura, como é mesmo?, “abrir diálogo” de outro. Não, ao menos, com lideranças capazes de fazer o que se viu na cidade. Segundo Gilberto Carvalho, o caminho é o papinho. Ele está acostumado a passar a mão na cabeça de quem depreda de forma contumaz a ordem pública.

Meus caros leitores — e eleitores! Eu estou pouco me lixando se o espetáculo degradante a que assistimos nestes dois dias é bom ou ruim para os partidos A, B ou C. Não estou nem aí se a truculência colabora com este ou com aquele candidatos. Eu não faço campanha eleitoral. Eu não faço campanha política.

Acho inaceitável que a população seja usada de instrumento de manobra e chantagem de sindicalistas e de arruaceiros. Não gosto da gestão de Fernando Haddad e considero, sim, que isso é péssimo pra ele. Mas não vou ser condescendente com atos terroristas e que só punem os pobres. De resto, avalio que outros artigos do Código Penal foram feridos. Por mim, essa gente seria enquadrada mesmo é na Lei 7.170, conhecida por Lei de Segurança Nacional. Sabotagem contra instalações de transporte rende pena de 3 a 10 anos de cadeia.

Ocorre que o PT não tem nenhuma ideia melhor do que puxar o saco de arruaceiros, que são reverenciados pela legenda. Ou, em meio ao caos, não vimos o secretário Jilmar Tatto (Transportes) a atacar a Polícia Militar, e o prefeito Fernando Haddad a criticar o governo do Estado?

O tratamento que será dispensado a atos de banditismo vai determinar se teremos ou não ações semelhantes no futuro; se alguns gatos-pingados vão ousar de novo fazer 12 milhões de pessoas reféns de sua irresponsabilidade.

Por Reinaldo Azevedo

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