quinta-feira, 22 de maio de 2014

Ministro Gilberto Carvalho, foi você mesmo que disse que em 2013 a coisa vai pegar. Pegou mesmo, só que em 2014 vai ser pior e vai pegar a petralhada





Carvalho condena paralisação de ônibus em SP e movimentos que usam Copa para protestar
Ministro diz que greve dos motoristas de ônibus de São Paulo foi lamentável
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, condenou nesta quarta-feira movimentos sociais e de classe que aproveitam a proximidade da Copa do Mundo para fazer protestos e paralisações que prejudiquem a população. Ele classificou como lamentável a greve que os motoristas de ônibus de São Paulo deflagraram ontem. A paralisação foi mantida na manhã desta quarta, com trechos de avenidas importantes da cidade sendo bloqueadas. O ministro acumula o papel de interlocutor entre o governo e os movimentos sociais. — É natural que as categorias profissionais, que as populações que querem habitação, querem protestar contra alguma coisa aproveitem essa oportunidade de visibilidade para se manifestar. Estão ocorrendo muito nesses dias, é real. Lamentável o que ocorreu em São Paulo ontem: uma greve imprevista, não anunciada, é uma irresponsabilidade, eu diria, para com o cidadão — disse o ministro ao programa "Bom Dia, Ministro", da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Ele acredita que os protesto vão diminuir à medida que a Copa se aproxime. — O que nós estamos esperando é que haja o bom senso. À medida que vá chegando a Copa, esses protestos se reduzam e que as pessoas saibam que elas não podem punir a população em busca de um objetivo setorial. Fazer esse aproveitamento de oportunidade é uma coisa perigosa e pode se voltar contra a população — afirmou Carvalho.

Na mesma linha do ministro, o secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, classificou a greve de rodoviários como “sabotagem”.

Obras de mobilidade prontas não são essenciais, diz Carvalho
O ministro defendeu ainda os investimentos e o legado da Copa, dizendo que os estádios não vão virar elefantes brancos. Afirmou também que não há problema se as obras de mobilidade urbana não forem concluídas antes do torneio. — Cada cidade do Brasil ganhou algum tipo de mobilidade urbana fundamental para o transporte coletivo. Se as obras não ficarem prontas na Copa, para nós não é o essencial, porque para nós são para o povo brasileiro. Aproveitamos a oportunidade da Copa para fazer essas obras. Antecipamos recursos para fazer essas obras e elas serão entregues ainda este ano para toda a população — disse o ministro.

Gilberto Carvalho voltou a rebater as acusações de que a Copa representou desperdício de dinheiro público. — Não é verdade que gastamos dinheiro público na Copa em detrimento da educação, da saúde. Os estádios todos custaram R$ 8 bilhões. Nós, nesses mesmos quatro anos em que foram construídos os estádios, gastamos R$ 800 bilhões, 100 vezes mais, em saúde e educação. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Desses R$ 8 bilhões, apenas R$ 4 bilhões são financiamento do BNDES. Não tem um tostão do orçamento público. Fizemos sim isenções fiscais para os investimentos, mas em quaisquer investimentos se faz isso — afirmou Carvalho.

Ministro defendeu isolamento de grupos radicais
Na semana passada, Gilberto Carvalho chegou a afirmar que as manifestações de rua não assustaram o governo. Para ele, o isolamento político dos grupos mais radicais, como os ‘black blocs’, é necessário para minimizar os atos de violência. Ele defendeu ainda que o governo não apoiaria nenhuma lei nova para conter manifestações durante a competição, e que a lesgilação atual l dá conta de punir eventuais abusos.

Já na última segunda-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo contradisse declarações anteriores de Carvalho e disse que o governo vai dar contribuições ao projeto em tramitação no Congresso relatado pelo senador Pedro Taques (PDT-MT), que trata de crimes cometidos durante manifestações públicas.

Para Gilberto, a culpa do mau humor que se formou pela Copa é da imprensa
Gilberto Carvalho culpou a imprensa pelo mau humor que se formou na sociedade com relação à Copa do Mundo. Ele afirmou que os meios de comunicação de massa sonegaram e deformaram informações sobre a verdadeira função das obras que o governo está fazendo para o mundial, que segundo ele é gerar melhorias para a sociedade, e focaram nas críticas aos altos custos dos estádios. — O problema não é se ter uma imprensa que critica o governo. Isso é ótimo. É necessário. O problema é o que eu chamaria de sonegação da informação. Se você pegar a Copa do Mundo, por exemplo, esse mau humor que se formou em torno da Copa do Mundo, essa má vontade, essa nuvem cinzenta que se formou pelo país tá fundada numa desinformação profunda e numa deformação profunda das informações — discursou o ministro durante um bate-papo virtual, por meio de videoconferência, com blogueiros sobre participação social.

Nos últimos meses, ele tem percorrido as 12 cidades-sede da Copa e promovendo debates com os movimentos sociais para informar sobre os gastos que o governo fez, em sua maior parte na infraestrutura local. Na última sexta, o governo lançou um vídeo institucional mostrando dados dos investimentos feitos em saúde e educação no mesmo período em que começaram as obras da Copa, numa tentativa de conter as críticas de que com todos os problemas que o país enfrenta, bilhões vêm sendo gastos na maior festa do futebol.

Cardozo contradiz Carvalho e diz que legislação precisa mudar para  
Apesar de se opor a declarações do Secretário-Geral da Presidência, ele nega divergências e afirma que país está preparado para a competição
No discurso, eles tentam fazer parecer que não há divergências. Mas na prática, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) vêm dando declarações opostas em relação a projetos de lei que tratem de crimes cometidos durante manifestações públicas. Nesta segunda-feira, Cardozo voltou a dizer que o governo vai dar contribuições ao projeto em tramitação no Congresso relatado pelo senador Pedro Taques (PDT-MT). Na semana passada, Carvalho disse que o governo não apoiaria nenhuma nova lei e que a legislação atual dá conta de punir eventuais abusos.

O projeto de Taques aumenta as penas para crimes cometidos durante manifestações. Ele também está preparando outro texto para incluir pontos como abuso policial e a necessidade de os manifestantes avisarem as autoridades de que haverá um protesto, informando o trajeto e os horários. - Temos desde a necessidade de colocarmos no projeto regras que definam a proporcionalidade da ação policial até situações de aperfeiçoamento na nossa legislação. Por exemplo o crime de dano hoje decorre de uma representação da parte atingida. Nós achamos que tem que ser ação penal pública, ou seja, que independentemente da pessoa movimentar a máquina punitiva do estado, automaticamente as polícias possam investigar e o Judiciário punir - afirmou Cardozo nesta segunda.

Carvalho disse na última quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff resolveu fazer consultas a vários setores da sociedade e concluiu que não são necessárias alterações na lei. - (Dilma) Chegou à conclusão de que não era adequado, não era prudente fazer neste momento uma nova lei porque soaria como uma tentativa de criminalização, de punição das manifestações. E a presidenta também se convenceu que nós temos o aparato legal que nos permite enfrentar as manifestações, os eventuais, raros, espero, casos de violência - disse Carvalho.

As contradições entre os dois foram minimizadas por Cardozo nesta segunda. - Gilberto Carvalho falou que o governo não apoiaria) Nenhum daqueles projetos puros que estão colocados lá (no Congresso). Estamos trabalhando para ver se conformamos o projeto de acordo com o que achamos adequado - justificou Cardozo.

Questionado se é possível votar o projeto, que está no início de sua tramitação no Congresso, antes da Copa do Mundo, que começa em 12 de junho, Cardozo respondeu: - Se houver entendimento e consenso, acho que sim.

Cardozo participou nesta segunda-feira da abertura do Encontro Nacional para Chefes de Organismos de Inteligência (Enchoi), que também contou com a presença de 14 integrantes dos órgãos de inteligência federais - Polícia Federal (PF), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Departamento Penitenciário Federal (Depen) e Força Nacional - além de 81 representantes dos organismos de inteligência de segurança pública dos estados. 

Segundo o Ministério da Justiça, o objetivo do encontro é integrar as inteligências de todo o país, apresentar a edição revisada da Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública (DNISP) e promover debates com foco nos grandes eventos. A integração, afirmou o ministro, será um dos grande legados da Copa para a área de segurança pública. - Não é só equipamentos, é método, é integração. A Copa do Mundo deixa um grande legado. Depois da Copa do Mundo, a segurança não será a mesma. Nem todos os problemas serão resolvidos, mas estamos criando a cultura da integração - afirmou Cardozo.

Ele afirmou ainda que as Forças Armadas estarão preparadas para agir caso necessário. Para que isso ocorra, o governador precisa pedir e a presidente Dilma Rousseff autorizar o seu emprego. - Vamos ter tropas de contingência colocadas nas Forças Armadas em todas as cidades-sede nos locais que estrategicamente forem vulneráveis - afirmou o ministro.

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