quinta-feira, 26 de junho de 2014

Como qualquer acordo partidário da velha politica, PSB-Rede tem prazo de validade: um dia depois da eleição.


O porta-voz do Rede Sustentabilidade em São Paulo, Alexandre Zeitune, disse ontem que o grupo da ex-senadora Marina Silva já se prepara para deixar o PSB após as eleições. Segundo Zeitune, somente os candidatos eleitos do Rede continuarão no partido e deverão sair quando for criada a sigla de Marina. Aliados da ex-senadora, que é vice na chapa presidencial de Eduardo Campos (PSB), articulam-se para voltar a coletar em novembro as cerca de 50 mil assinaturas que faltaram em 2013 para criar o partido Rede Sustentabilidade.

A articulação para deixar o PSB ganhou força em meio a divergências entre o grupo de Marina e a cúpula partidária. Os pedidos feitos pela ex-senadora em 2013, quando se filiou à sigla, não foram acatados e o Rede está enfraquecido dentro do PSB. Marina foi derrotada nas alianças em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de desgastes em outros Estados. "A questão de alianças está crítica", disse o porta-voz.

O porta-voz afirmou que Marina não participará da eleição no Estado. O grupo discorda da aliança do PSB com o governador e pré-candidato à reeleição, Geraldo Alckmin (PSDB). O vice deve ser o presidente do diretório estadual do PSB, Marcio França. "Não espere Marina nem a militância do Rede em São Paulo", disse. "O que nos pauta não são cargos nem o calendário eleitoral. Somos um partido independente dentro do PSB ".

O grupo decidiu adiar para segunda-feira, prazo final, a decisão sobre o lançamento de um candidato próprio para o Senado, por desconfiar as intenções da cúpula partidária. "Não temos garantia nenhuma de que o diretório não vai se aliar ao PSDB também na chapa para o Senado", disse Zeitune.

Marina tem confidenciado a amigos sua angústia com os rumos da aliança entre o Rede e o PSB. Pessoas próximas garantem que a vice de Campos não irá a São Paulo, Rio nem a Minas durante a campanha presidencial, por discordar das alianças.

Disposta a encampar uma terceira via, a ex-senadora tem sérias dúvidas sobre como sua chapa com Campos vai sustentar o discurso da "nova política". Além da aliança com o PSDB no Rio, o PSB firmou acordo com o PT no Rio, e tende a ficar próximo do PSDB em Minas.

"Não esperem que a Marina vá", disse um interlocutor da ex-senadora, que classificou o clima na aliança como "muito ruim". De acordo com a fonte, Marina está decepcionada com os acordos regionais, mas continua convencida de que a chapa com Campos é importante como alternativa à polarização PT-PSDB.

Aliados de Campos procuram minimizar a crise, mas reconhecem os problemas. "Sem dúvida a situação não é ideal, mas não havia possibilidade de ir contra toda a direção do partido em São Paulo", disse um ex-secretário de Campos. Os dois lados insistem, no entanto, que Campos e Marina nutrem expectativa de crescer nas pesquisas quando começar a propaganda na televisão.(Link Valor Econômico)
 
 

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