Paloma Oliveto
Publicação: 06/07/2014 07:00 Correio Braziliense
Bem no meio do
Mediterrâneo, fica o paraíso dos centenários. A Sardenha, região
autônoma da Itália formada por 377 municípios, é a campeã mundial de
longevidade, com um percentual de habitantes que passaram dos 100 anos
três vezes maior do que no restante do globo.
Genética e hábitos
saudáveis já foram apontados como principais componentes desse que é um
dos mais bem guardados segredos italianos. Agora, uma equipe de
pesquisadores encontrou mais uma explicação: por trás de tantos anos de
vida, está um largo sorriso no rosto.
“Já que o principal objetivo dos gerontologistas é promover a saúde física e mental na idade avançada, na nossa opinião é crucial investigar os fatores que influenciam a qualidade de vida entre os mais velhos, especialmente entre os muito mais velhos porque, com o aumento da longevidade, está cada vez mais comum passar dos 75 anos”, diz Maria Chiara Fastame, pesquisadora da Universidade de Cagliari, na Itália, e principal autora do estudo.
“Já que o principal objetivo dos gerontologistas é promover a saúde física e mental na idade avançada, na nossa opinião é crucial investigar os fatores que influenciam a qualidade de vida entre os mais velhos, especialmente entre os muito mais velhos porque, com o aumento da longevidade, está cada vez mais comum passar dos 75 anos”, diz Maria Chiara Fastame, pesquisadora da Universidade de Cagliari, na Itália, e principal autora do estudo.
Para o trabalho, publicado na revista Applied research in
qualifity of life, a psiquiatra e o colega Paul Hitchcott, da
Universidade de Southampton Solent, na Inglaterra, percorreram cidades e
vilas da Sardenha fazendo testes com seus habitantes mais experientes. A
fim de estabelecer comparações, os cientistas também recrutaram
participantes no norte da Itália.
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Ao todo, foram realizadas entrevistas com 191 nativos de Sassari, Bargagia e Ogliastra, na ilha mediterrânea, e de vilas rurais da Lombardia. Todos tinham entre 60 e 99 anos e estavam mentalmente saudáveis.
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Ao todo, foram realizadas entrevistas com 191 nativos de Sassari, Bargagia e Ogliastra, na ilha mediterrânea, e de vilas rurais da Lombardia. Todos tinham entre 60 e 99 anos e estavam mentalmente saudáveis.
“Fizemos diversos testes para medir o estado mental e a capacidade
cognitiva dessas pessoas”, conta Fastame. Ela lembra que Bargagia e
Ogliastra foram escolhidas pela alta prevalência de centenários.
Um
estudo anterior da pesquisadora também havia indicado que, nessas
localidades da Sardenha, os moradores exibem níveis de bem-estar
psicológico muito maior do que os registrados no norte italiano.
Ajustados fatores como gênero, estilo de vida, hábitos alimentares e prática de exercícios, entre outros, a equipe de Fastame descobriu que a felicidade é uma característica comum entre os longevos habitantes da Sardenha. Já na Lombardia, onde o percentual de centenários é três vezes menor, os idosos tendem a ser mais deprimidos, observa Fastame.
Ajustados fatores como gênero, estilo de vida, hábitos alimentares e prática de exercícios, entre outros, a equipe de Fastame descobriu que a felicidade é uma característica comum entre os longevos habitantes da Sardenha. Já na Lombardia, onde o percentual de centenários é três vezes menor, os idosos tendem a ser mais deprimidos, observa Fastame.
“Especialmente
entre os muito idosos, com mais de 75 anos, os traços depressivos são
muito grandes entre os lombardos”, diz. Por outro lado, os participantes
do mediterrâneo demonstravam níveis elevados de satisfação pessoal.
Eles descreveram aos pesquisadores que se sentiam muito respeitados,
valorizados e admirados pelos mais jovens. Mesmo os que estão próximos
de se tornar centenários exibem a disposição de quem têm a vida pela
frente: eles relataram aos cientistas que não abrem mão de se envolver
em atividades sociais, recreativas e culturais em suas cidades.
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