Em breve (28/9) a Academia Mundial de Ciências Nobel da Sustentabilidade completará um ano. Ela foi lançada em 2024 por um grupo de organizações, entre elas o Fundo Nobel para Sustentabilidade (Nobel Sustainability Trust - NST), em comemoração ao 9º aniversário da assinatura do Acordo de Paris.
Agora, a academia acaba de anunciar o local onde será instalada sua sede: será na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, e a inauguração está prevista para 2026.
O projeto é o primeiro com a chancela da família Nobel relacionado a desafios ambientais e sociais. Sua missão é impulsionar soluções científicas em larga escala para vencer esses desafios.
Entre seus planos também está a organização de uma Cúpula Anual do Nobel de Sustentabilidade, que reunirá cientistas, líderes e instituições globais.
Estrutura e planos
Entre seus planos estão a criação de um centro global de classificação, indexação e registro climático, cujas operações abrangem ativos do mundo real, como créditos de carbono voluntários (transporte, silvicultura, agricultura, carbono azul, etc), certificados de energia renovável (CERs) (nuclear, fusão nuclear, eólica, fotoelétrica, geotérmica, etc) e certificados de natureza como ativo e certificados de biodiversidade (para biomas como florestas tropicais, corpos d'água, montanhas, terras agrícolas e biomas polares).
O processo de registro e certificação seguirá as diretrizes e a estrutura das principais organizações internacionais como ISO, SBTI, COP, UNGC, WRI, WWF, TSVCM/ICVCM, entre outras.
A Academia também se concentrará na sincronização de dados baseada em IA (Inteligência Artificial) a fim de facilitar a conversão de padrões em moeda corrente comercial comum. Para tanto, diferentes universidades e institutos estão participando do desenvolvimento tecnológico de longo prazo e do processo de padronização.
De acordo com a Organização Mundial de Padrões de Sustentabilidade (WSSO) - umas das organizações fundadoras da Academia -, pela primeira vez na história, todos os créditos de carbono e RECs serão emitidos por meio de um processo de MRVS (medição, relatório, verificação e armazenamento digital) desenvolvido cientificamente, baseado em nuvem de IA, computação de ponta e blockchain.
“Sem interromper os diversos padrões e processos de registro existentes, o ‘grupo de mecanismos de cálculo de equivalentes de IA’, que permite a verificação, fungibilidade, conformidade e securitização de ativos de carbono, apoiará a conversão de fungibilidade e padronização baseada em dataficação [processo de conversão de informações do mundo físico e social - como comportamentos, atividades e objetos -, em dados digitais que podem ser quantificados, analisados e rastreados em tempo real]”.
Outros mecanismos de aplicação de IA também estão sendo desenvolvidos para capacitar empresas globais para a ONU, o Banco Mundial, compensações e pagamentos aprovados por bancos centrais, autoridades de valores mobiliários e detecções antifraude e lavagem de dinheiro.
A Academia Mundial de Ciências Nobel da Sustentabilidade também instalará diversas divisões, incluindo a primeira plataforma global de desenvolvimento e negociação de tecnologias climáticas para facilitar a formação do mercado global para os ativos mencionados, a Aliança Carbono Zero, bem como um centro de mídia global para marketing e promoção.
Junto com a Organização de Colaboração para Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCCO) – outra organização fundadora - a Academia trabalhará para criar o primeiro mercado global de carbono.
Ao mesmo tempo, também pretende promover a criação de uma rede global de mercado de escambo e swap não baseada em dinheiro e uma rede regulamentada de bolsas de valores para impulsionar [verdadeiramente] mercados globais para a economia sustentável.
A Academia também planeja lançar iniciativas educacionais, como programas de pós-doutorado, programas de pesquisadores visitantes e outros programas de certificação, em colaboração com universidades líderes mundiais. Para tanto, nomeará um comitê acadêmico composto por laureados com o Prêmio Nobel e ganhadores do Prêmio Nobel de Sustentabilidade.
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Foto: Anacarla Az / Wikimedia Commons
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