Por ano estima-se que um cidadão europeu jogue fora 132 kg de alimentos e 12 kg de resíduos provenientes do mercado da moda, como roupas e calçados. Para reduzir esse desperdício assustador, que invariavelmente acaba tendo um gigantesco impacto ambiental, seja durante sua produção ou descarte inapropriado, o Parlamento Europeu acaba de aprovar uma nova legislação nesta terça-feira (09/09).
Até 31 de dezembro de 2030, os 27 países da União Europeia terão que cortar em 10% o desperdício de alimentos resultante da fabricação e processamento, e 30% daquele gerado por famílias, varejistas e restaurantes. Essas metas serão calculadas em comparação aos níveis entre 2021 e 2023.
"Os países da UE terão que tomar medidas para garantir que os operadores econômicos que têm um papel significativo na prevenção e geração de desperdício de alimentos (a serem identificados em cada país) facilitem a doação de alimentos não vendidos que sejam seguros para consumo humano", diz o Parlamento Europeu.
Como consequência da redução do desperdício alimentar, deve-se também diminuir o uso de água, energia e fertilizantes na fabricação e armazenamento de comida e cultivo de frutas, verduras e legumes que acabam não sendo consumidos.
Montanhas de lixo têxtil
Menos de 1% dos resíduos têxteis do mundo são reciclados. Só na Europa, 12,6 milhões de toneladas deles são gerados por ano. A maior parte desse lixo vai parar em aterros sanitário ou ainda, no Deserto do Atacama, no Chile, onde existe uma montanha de cerca de 59 mil toneladas de roupas e sapatos descartados, um lixão do mercado da moda, gigantesco e vergonhoso.
Com a nova lei do bloco europeu, empresas que que disponibilizam produtos têxteis no continente terão de cobrir os custos da sua coleta, triagem e reciclagem, "através de novos regimes de responsabilidade do produtor (EPR) a serem criados por cada Estado-membro, no prazo de 30 meses a contar da entrada em vigor da diretiva."
A legislação inclui também companhias de comércio eletrônico, independentemente de estarem estabelecidas num país da UE ou fora dela. As novas regras abrangerão produtos como roupas e acessórios, chapéus, calçados, cobertores, roupas de cama e cozinha e cortinas.
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Foto de abertura: Freepik
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