terça-feira, 13 de maio de 2014

Governo Dilma não quer confessar crise energética, diz Campos





Para pré-candidato, atual administração não quer ser comparada à do FHC.


Em meio à crise política da Petrobras, Campos pede transparência no setor.

Tatiana Santiago Do G1 São Paulo

 
O pré-candidato à Presidência da República, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), participou de um encontro com empresários do setor de gás natural em São Paulo na manhã desta terça-feira (13) e defendeu a transparência no setor de energia elétrica no país.

Na cerimônia chamada de “Encontro com o Presidenciável”, foram apresentadas propostas das associações do setor para o mercado de gás natural.

Durante seu discurso, o ex-governador, que fazia parte da base aliada do governo petista, adotou um discurso mais crítico em relação à gestão da presidente Dilma Roussef (PT). “O fato é que o governo fica em uma posição em que não fala a verdade”, declarou ele referindo-se ao motivo do governo de não dizer à população que é preciso economizar energia para não ocorrer racionamento.

“A população precisa saber que quanto mais ela economizar hoje, menos vai pagar amanhã. Isso não está sendo dito por mera questão eleitoral. Por que o atual governo não quer confessar que deixou o país em uma situação semelhante ao que o outro governo que ela combatia [do tucano FHC] deixou o governo em 2001, a semelhança dos dois, ele não quer evidenciar isso ao Brasil”, ressaltou sobre a crise que geraria falar de aumento de tarifa ou racionamento energético nas vésperas das eleições .

Campos disse que o setor de energia elétrica no Brasil enfrenta a maior crise da sua história.“O Conselho de Monitoramento de Setor Elétrico no Brasil se reúne sem que as pessoas saibam quem está reunido, o que está sendo discutido”, disse ele, que condenou a falta de diálogo do governo federal com os empresários e prometeu se reunir com especialistas da área para traçar seu programa de governo na área.

“O operador nacional teve seu mandato prorrogado pela terceira vez, por uma medida provisória, e a gente não sabe o que ele tá achando dessa situação. O brasileiro não sabe, mas está endividado em R$ 20 bilhões, porque tomaram dinheiro emprestado para adiar o reajuste da tarifa para o próximo ano e ninguém fala sobre isso”, criticou a falta de transparência no setor.

Campos defendeu a necessidade de um marco regulatório na legislação interna para investimento na distribuição de dutos. Como exemplo ele citou que o Brasil tem 30 mil quilômetros de dutos contra 2 milhões de quilômetros nos Estados Unidos.

O candidato afirmou que o Conselho Nacional de Política Energética precisa definir qual a matriz que a população deseja.

PMDB

Questionado por um empresário se retiraria o PMDB do Ministério de Minas e Energia, Campos disse que o partido não faz parte da sua base política.

Ele também defendeu, caso seja eleito, colocar profissionais qualificados para ocupar os ministérios que não precisam ter cunhão político, ao invés, de distribuir os cargos como “pencas de bananas”.


“Nós vamos colocar gente nessas áreas estratégicas que tenham profundo conhecimento do setor, nós temos um compromisso no programa de fazer as agências reguladoras não mais da forma em que são escolhidos hoje seus diretores, mas de uma maneira transparente, inovadora, que a sociedade possa ver qualquer cidadão que estudou, se preparou, se qualificou e deseja ser diretor de uma agência não precisa ter pistolão político, precisa ter competência, ser sério e passar por um processo de seleção clara”, declarou.

Reforma

Em um segundo encontro realizado nesta terça-feira em São Paulo com representantes da Associação Brasileira de Lojistas dos Shoppings (Alshop), Campos disse que faria a reforma tributária "fatiada" ao longo do seu mandato.

"Quem vem aqui dizer que vai mudar da noite para o dia, eu posso dizer depois de ter vivido 12 anos no Congresso Nacional e depois de ter sido sete anos governador [de Pernambuco], está mentindo", criticou.

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